Representantes do setor de turismo, um dos mais impactados com a pandemia de Covid-19, reforçaram o pedido do retorno das atividades do setor de eventos e feiras e a reabertura dos parques termais e aquáticos em Santa Catarina em audiência pública, realizada por videoconferência, por intermédio da Comissão de Turismo e Meio Ambiente, nesta segunda-feira (14). O encontro, proposto pelo deputado Ivan Naatz (PL), presidente do colegiado, buscou abordar os caminhos para a retomada da economia do setor.
Durante o evento, todos parabenizaram o governo estadual pelas novas regras de ocupação para a rede hoteleira na temporada 2020/2021. Pela normativa, fica permitida a lotação de hotéis e pousadas em sua capacidade integral em Santa Catarina. A regra, construída em parceria com representantes do setor turístico, passa a valer a partir do dia 21 de dezembro.
Várias lideranças do setor turístico alertaram que a decisão foi correta, mas lembraram de que hotel não é turismo e que muitas cidades precisam de eventos para atraírem turistas para ocupação dos hotéis. Os dois encaminhamentos finais da reunião virtual foram de que ainda essa semana o governo estadual defina diretrizes para o retorno das atividades dos parques aquáticos e termais no Estado e que ainda em janeiro de 2021 sejam liberados, pelo menos em 30% de sua capacidade, o setor de eventos.
O encontro contou com representantes de mais de 20 entidades. Durante a audiência, os representantes empresariais manifestaram os profundos impactos no setor. “Já são mais de R$ 23 milhões de prejuízos só com eventos. Com a chegada da temporada de verão, a situação fica ainda mais complicada e é preciso agilizar procedimentos”, afirmou Naatz. O deputado reforçou a necessidade de regras mais razoáveis que impeçam a propagação do Coronavírus sem destruir a economia. “O modelo de distanciamento controlado deve garantir previsibilidade, e não servir como mais um vetor de incerteza em meio à pandemia".
O presidente da Agência de Desenvolvimento do Turismo de Santa Catarina (Santur), Leandro "Mané" Ferrari, afirmou que a decisão das novas regras levou em conta o equilíbrio necessário para esse momento entre a economia do turismo e a saúde de quem está diretamente ligado ao setor. “E essa é uma solicitação que tem uma relação direta com o selo do Viaje+ Seguro Santa Catarina. Somos embaixadores do "Safe Travel" do Conselho Mundial de Turismo, então temos os nossos ambientes turísticos regrados e seguros para os turistas e todos aqueles que estão envolvidos com o segmento”.
A superintendente de Vigilância do Estado, representando a Secretaria de Estado da Saúde, Raquel Bittencourt Ribeiro, lembrou que a pandemia é um evento complexo e que o governo estadual vem buscando atender todas as demandas com segurança, mas priorizando a saúde, sem esquecer os demais aspectos da economia. Enfatizou a importância da decisão do governo em definir as novas regras para o setor hoteleiro, mas cobrou que ocorra uma fiscalização dos empresários para o regramento do retorno desta atividade. “Sejam autofiscalizadores, exijam de seus clientes o cumprimento das regras de saúde”.
Sobre a cobrança do retorno dos setores de eventos e feiras e dos parques aquáticos e termais, a superintendente disse que o governo gradativamente vai avançando nas decisões de liberações, mas com cuidado e responsabilidade. “Todos os protocolos definidos foram construídos com os setores envolvidos e o Estado tem dialogado com todos. Somos cobrados diariamente pelas decisões e tudo é decidido com muita responsabilidade".
O presidente da Câmara Empresarial de Turismo da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina), Marco Aurélio Floriani, defendeu que o setor de eventos e feiras não é o vilão da pandemia e é o que mais sofreu com a paralisação das atividades há mais de nove meses. Disse que há toda uma cadeia produtiva fechada e que o setor de eventos e feiras quer ser parceiro do governo estadual, tendo todo um controle de quem participa de suas atividades. “Temos todo um protocolo de segurança construído. Os eventos são seguros e precisamos trabalhar”.
“São mais de 40 atividades econômicas ligadas ao setor de eventos e feiras paradas na região há dez meses. Temos todo um protocolo, mas estamos deixados de lado. O governo estadual tem promovido eventos diariamente, com várias pessoas, mas a nossa atividade privada não pode trabalhar”, reclamou Azevedo.
Mocellin cobrou ainda um posicionamento pela reabertura das salas de cinema. Disse que há toda uma série de protocolos definidos para o funcionamento dos cinemas e defendeu ainda que é necessário parar de cobrar para que as pessoas fiquem paradas nas praias. Sargento Lima pediu uma sinalização clara do governo em relação ao setor de eventos e feiras.
Bruno Souza destacou a incoerência do governo em paralisar o setor de eventos enquanto libera outras atividades que promovem aglomerações de pessoas. “São dezenas de eventos que foram paralisados e foram para outros estados. O setor precisa de regras claras e de previsibilidade para voltar a funcionar”.
Paulinha também fez uma defesa enfática do retorno das atividades do setor de eventos e feiras e dos parques termais e aquáticos. Afirmou que acredita em solução para o setor nos próximos dias.