Era 30 de novembro de 2020, 23h. Tudo normal. Mariana Benedet leva o pequeno Pedro Henrique, de oito meses, para dormir no quarto dele. Meia hora depois, a criança chora e ela traz o menino loiro de olhos azuis para dormir no seu quarto, junto com o marido, Richard Baldessar.
Por volta da meia-noite, acordam com um barulho: Baldessar levanta, mas não encontra nada. Mesmo com barulho intenso nas ruas, voltam a dormir, imaginando que fosse alguém estourando foguete.
Na manhã seguinte, ela vai até o quarto do menino e encontra o vidro da janela quebrado e uma bala de fuzil no chão.
“Eu fiquei histérica, nervosa”, relembra Mariana, que ligou para a polícia.
Desde então, a rotina não tem sido a mesma. “É desesperador, no quarto de um filho, poderia em qualquer outro lugar. Poderia ter atingido alguém. Se tivesse alguém na janela teria sido atingido”, relata.
O apartamento fica em torno de um quilômetro de distância da agência bancária atacada pelos bandidos.
“A gente ainda está se recuperando. O meu marido está abalado. Mas vai passar, graças a Deus que ninguém foi atingido”, desabafa Mariana.
Prisões e quebra-cabeça
Até este 12 suspeitos de envolvimento no maior roubo a banco de Santa Catarina foram presos em ações policiais distintas.
Cinco prisões ocorreram no Rio Grande do Sul, quatro em Santa Catarina e três em São Paulo.
A polícia trabalha com a participação de, ao menos, 30 criminosos, direta e indiretamente e monta o quebra-cabeça para elucidar completamente a ação criminosa.
Um dos presos foi Márcio Geraldo Alves Ferreira, o Buda, ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi localizado em Gramado (RS).
A prisão mais recente foi no sábado, 5, em Blumenau, quando um suspeito foi preso em uma pousada.
“Com ele, foram encontrados R$ 26.483 em espécie, um carro recém adquirido, chips de celular, um caderno com anotações financeiras, dois smartphones, e demais elementos que o ligam ao crime”, informou a PM em nota sobre a ação uma pousada no bairro Vila Nova. (4oito)