Tiroteios em Viena, na Áustria, deixam mortos e feridos. Primeiro-ministro fala em ataque terrorista
Uma série de tiroteios que começou perto de uma sinagoga em Viena, capital da Áustria, matou duas pessoas e deixou vários feridos nesta segunda-feira (2). Segundo a polícia local, um desses mortos era considerado suspeito. O primeiro-ministro austríaco, Sebastian Kurz, classificou a ação como um ataque terrorista.
Segundo a polícia de Viena, os tiroteios começaram por volta das 20h (horário local, 16h em Brasília) nas imediações da rua Seitenstettengasse, que abriga a sinagoga Stadttemple e fica perto de diversos bares (leia mais no fim da reportagem). Os policiais disseram, ainda, que as trocas de tiros ocorreram em seis lugares diferentes. Ainda de acordo com as autoridades locais, os criminosos estariam armados com fuzis.
Policiais bloqueiam rua perto da praça Schwedenplatz após um tiroteio em Viena, na noite desta segunda-feira (2). — Foto: REUTERS/Lisi Niesner
O Ministério do Interior disse que ao menos uma pessoa foi presa. Também segundo o governo, 15 feridos precisaram de atendimento em hospitais da cidade.
Não havia, até a última atualização desta reportagem, informação sobre identidade dos mortos ou das pessoas consideradas suspeitas de participação no ato terrorista. As autoridades também não descartam haver mais vítimas.
Nas redes sociais, a polícia de Viena pediu que as pessoas permanecessem em casa porque, até a noite desta segunda, a operação de busca ainda estava em andamento. O sistema público de transporte foi interrompido.
Em entrevista à emissora ORF, o ministro do Interior, Karl Nehammer, pediu cuidado porque os criminosos ainda procurados são perigosos e estão "fortemente armados".
"Trouxemos várias unidades das forças especiais que estão agora procurando pelos supostos terroristas. Então, não vou limitar [as áreas de busca] apenas para Viena porque eles são criminosos com mobilidade", disse.
'Ataque terrorista repulsivo'
A polícia bloqueia uma rua perto da praça Schwedenplatz após um tiroteio em Viena, na noite desta segunda-feira (2). — Foto: REUTERS/Leonhard Foeger
Pelas redes sociais, o primeiro-ministro Kurz disse que o país tem passado por "tempos difíceis". "Nossa polícia tomará medidas importantes contra os criminosos que participaram desse ataque terrorista repulsivo", escreveu.
"Fico feliz que nossos policiais tenham conseguido eliminar um criminoso", disse Kurz.
O primeiro-ministro anunciou também que as Forças Armadas da Áustria tomarão o lugar da Polícia de Viena na proteção ao patrimônio. "Todo o país pensa nas vítimas, nos feridos e na suas famílias, a quem expresso minhas mais profundas condolências", completa a mensagem.
Perto de sinagoga
Os tiroteios ocorreram perto de uma sinagoga de Viena. Oskar Deutsch, um dos representantes da comunidade judaica na Áustria, disse nas redes sociais não saber ainda se o templo era o alvo do ataque — segundo ele, o local estava fechado no momento da ação.
Em entrevista à agência Associated Press, o rabino Schlomo Hofmeister disse que viu ao menos uma pessoa atirar em direção às pessoas sentadas do lado de fora de bares da região. Esta é a última noite antes de um lockdown na Áustria para conter o avanço do novo coronavírus.
"Eles atiraram ao menos 100 vezes bem do lado de fora do nosso prédio", relatou o rabino.
Ainda não se sabe o motivo do ataque e se há relação com outros recentes atentados como os cometidos na França. Por exemplo, na semana passada, três pessoas morreram em uma ação terrorista em Nice.
Segundo a agência France Presse, a vizinha República Tcheca vai iniciar controles na fronteira com a Áustria para ajudar nas investigações.
Itamaraty condena ataque
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que não tem registro de brasileiros feridos no ataque e disse que "o governo brasileiro estende sua solidariedade às pessoas atingidas, bem como ao governo e povo austríacos".
"O Brasil torna a expressar seu firme repúdio a toda e qualquer forma de terrorismo, independentemente da sua motivação, e reafirma sua determinação de trabalhar com todos os parceiros para erradicar esse flagelo", diz a nota do Itamaraty.
Fonte: G1