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Preços das vacinas contra coronavírus podem variar entre R$ 20 e R$ 197


As últimas duas semanas marcaram avanços significativos na corrida mundial pela vacina contra o novo coronavírus. Uma das dúvidas que ganham força neste momento de evolução das novas vacinas é o preço.

Ao menos quatro vacinas tiveram os resultados de eficácia da fase 3 divulgados pelos desenvolvedores, o que parece abrir caminho para pedidos de registros junto às agências de saúde dos países e planejamento das primeiras vacinações.

O fator preço ainda não é uma certeza no processo de avanço das vacinas. Mas estimativas mostram que os imunizantes podem custar de R$ 20 a R$ 197 por dose. Oficialmente, apenas a vacina russa Sputnik V teve o preço confirmado – abaixo de US$ 10 para mercados internacionais.

No entanto, no caso das outras vacinas em desenvolvimento, valores estabelecidos em acordos de compra com países e manifestações de líderes das farmacêuticas e instituições ligadas ao desenvolvimento permitem estimativas sobre o preço das doses.

As vacinas mais caras pelas estimativas até agora são as desenvolvidas pela farmacêutica norte-americana Moderna e pela parceria entre a também norte-americana Pfizer e o laboratório alemão BioNTech. Essas vacinas devem ter valores de US$ 20 a US$ 40, o que em moeda brasileira pode representar um custo de R$ 100 a R$ 200 por dose. Elas usam a tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA.

Em vez de vírus enfraquecido, inativado ou parte do vírus como as proteínas, para “preparar” o sistema imunológico contra a doença, como as vacinas usuais, utilizam uma sequência genética que “ensina” as células do corpo a produzirem proteínas semelhantes à do novo coronavírus e, com isso, permite ao sistema imune reconhecer a ameaça e criar uma resposta.

Este tipo de vacina também exige congelamento a até -70ºC, o que aumenta a dificuldade com logística para distribuição das doses pelo mundo.

A vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, que teve os resultados de eficácia divulgados nesta semana, tem preço estimado até o momento entre US$ 3 e US$ 4 (de R$ 16 a R$ 20, na cotação atual), os menores até aqui.

Atualmente, 11 vacinas estão na última fase de testes em humanos e pelo menos quatro já divulgaram os resultados de segurança e eficácia desta etapa final. Após esta etapa, os desenvolvedores podem avançar para o pedido de registro junto a agências sanitárias dos países, que autorizaria o uso dos imunizantes.

Preços

Oxford/AstraZeneca: R$ 20 (US$ 3 a US$ 4)
Reportagem do Financial Times divulgou esta estimativa de valor para a vacina do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford, na Inglaterra, citando acordos de fornecimento. Oficialmente, a empresa ainda não se posicionou sobre preços. O vice-presidente de produção e inovação em saúde da Fiocruz, Marco Krieger, afirmou em comunicado no site da Fiocruz, que a vacina custará US$ 3,16 no acordo firmado entre a Fiocruz e a AstraZeneca, para transferência de tecnologia visando a produção no Brasil e fornecimento de doses ao Ministério da Saúde. A farmacêutica desenvolvedora, AstraZeneca, alega que irá vender as doses a preço de custo para países em desenvolvimento. Os testes finais foram aplicados com uma dose e meia e duas doses.

Sputnik V: menos de R$ 55 (US$ 10) para mercados internacionais
​Comunicado oficial do Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF), que financia a pesquisa do Instituto Gamaleya, foi publicado no site da Sputnik V informando este valor para a vacina russa em mercados internacionais. Na Rússia, as doses serão gratuitas. Mais barata que outras vacinas mRNA, como Pfizer e Moderna (essas, acima de R$ 100). São necessárias duas doses, então o custo por pessoa é de US$ 20 (R$ 106).

Pfizer/BioNTech: R$ 105 (US$ 19,50)
O preço ainda não foi divulgado pela empresa, mas este foi o valor acordado em compromisso de compra firmado em julho pelo governo dos Estados Unidos, segundo a agência Reuters. O valor equivale a US$ 39 para o tratamento, já que ele prevê a aplicação de duas doses para alcançar a imunização. A farmacêutica norte-americana Pfizer e o laboratório alemão BioNTech também assinaram acordo a União Europeia, que segundo a agência Reuters irá pagar menos que os US$ 19,50 por dose acordados pelos Estados Unidos. O preço a ser pago em eventuais negociações com o Brasil ainda não é conhecido.

Moderna: R$ 133 a R$ 197 (US$ 25 a US$ 37)
A estimativa de valor foi informada pelo CEO da farmacêutica norte-americana Moderna, Stéphane Bancel, em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag publicada no dia 22 de novembro. O preço foi mencionado ao citar negociação para venda da vacina à União Europeia – segundo a agência Reuters, o acordo tinha previsão de ser firmado nesta quarta-feira.

CoronaVac: R$ 55 (US$ 10,30)
A única destas cinco vacinas que ainda não teve os resultados de eficácia da fase 3 divulgados, a vacina chinesa desenvolvida pelo laboratório Sinovac também não tem preço oficializado. Em compromisso de compra firmado no fim de outubro entre Ministério da Saúde e Sinovac, foi estabelecido o preço por dose de US$ 10,30 – equivalente a R$ 55, na cotação atual. O acordo, entretanto, foi desfeito no dia seguinte após o presidente Jair Bolsonaro desautorizar o ministro Eduardo Pazuello.

* Valores com base na cotação do dólar em 25 de novembro de 2020.

Eficácia

Oxford/AstraZeneca: até 70%
A vacina teve 90% de eficácia quando foi administrada meia dose e, um mês depois, uma dose completa, e 62% de eficácia quando aplicada uma dose completa e, também um mês depois, uma segunda dose. Na média, o laboratório informou que a eficácia contra o novo coronavírus foi de 70,4%

Sputnik V: mais de 95%
Os resultados da vacina russa foram divulgados no dia 24 de novembro e indicaram mais de 95% de eficácia após a aplicação da segunda dose.

Moderna: 94,5%
A norte-americana Moderna divulgou no dia 16 de novembro os resultados da fase 3 e informou haver 94,5% de eficácia

Pfizer/BioNTech: 95%
Pfizer e BioNTech divulgaram no dia 18 de novembro os resultados da fase 3 e informaram que o imunizante tem 95% de eficácia contra o novo coronavírus.

CoronaVac: ainda não divulgada
A vacina chinesa, desenvolvida pela farmacêutica Sinovac e que conta com parceria do Instituto Butantan para testes no Brasil e transferência de tecnologia para produção de doses, ainda não teve os testes de eficácia da fase 3 divulgados. A expectativa é de que isso ocorra no início de dezembro. 



Fonte: NSC