O mundo da Fórmula 1 teve um anúncio surpreendente nesta sexta-feira (2). A Honda anunciou que deixará de fornecer motores para a categoria após o fim da temporada 2021. Dessa forma, as equipes Red Bull e AlphaTauri precisaram procurar novos fornecedores, já que são os dois únicos times impulsionados com as unidades de potência da marca japonesa. Sem a Honda, a F1 terá apenas três fabricantes de propulsores: Mercedes-Benz, Ferrari e Renault.
Honda fora da F1
Embora atualmente forneça motores para as equipes da Red Bull, essa passagem da Honda começou com um antigo parceiro. Em 2015, a marca retornou à categoria como parceira exclusiva da McLaren, em uma clara tentativa de repetir o sucesso da McLaren-Honda do fim dos anos 1980 e começo da década de 1990. O que se viu, no entanto, foi um fracasso retumbante. Os japoneses não conseguiam extrair desempenho das complexas unidades de potência da F1 atual. Para piorar, os propulsores também não eram duráveis e quebras foram constantes no primeiro ano de parceria.
Frustrada com a falta de desempenho, a McLaren rompeu com os japoneses no fim de 2017, fechando acordo com a Renault. Para seguir na categoria, a Honda tornou-se parceira da Red Bull (que também não estava satisfeita com os motores da Renault, mesmo com as vitórias esporádicas). A parceria começou em 2018, mas apenas na Toro Rosso, então equipe secundária do grupo de energéticos. O time principal só passou a usar os propulsores japoneses em 2019. E, contrariando as expectativas negativas, a Red Bull venceu três corridas no ano, enquanto que a Toro Rosso obteve dois pódios.
Em 2020, até o momento, os motores Honda estiveram em quase todos os pódios da temporada. Max Verstappen, da Red Bull, ficou entre os três primeiros em todas as corridas que terminou neste ano, além de vencer o GP dos 70 anos disputado em Silverstone. Sucessora da Toro Rosso, a AlphaTauri vivenciou um milagre no GP de Monza e foi a vencedora mais improvável do ano, com Pierre Gasly triunfando pela primeira vez na categoria.
Porém, nem mesmo essa melhoria no desempenho foi capaz de manter a Honda na F1. Segundo o comunicado da marca, o motivo da saída repentina é a busca da empresa por tecnologias mais sustentáveis. Os japoneses não acreditam que a categoria máxima do automobilismo seja o caminho para encontrar essas soluções, e, portanto, não vale seguir investindo no esporte.
Renault pode ser a solução
A ironia de toda essa história é que a Renault pode ser a solução dos problemas da Red Bull. Após viver seus anos de glória na categoria (entre 2010 e 2013) com os motores V8 dos franceses, o time dos energéticos passou a criticar publicamente as unidades de potência da era turbo-híbrida. Com isso, o casamento começou a ser desfeito em 2016, até o divórcio total em 2018.
Acontece que, por regulamento, a marca que fornece o menor número de motores aos times é quem deve socorrer um time que perca seu fornecedor. E essa marca é atualmente a Renault, já que em 2022 ela produzirá unidades de potência apenas para o seu time próprio. Portanto, caso Mercedes e Ferrari não aceitem equipar os carros de Red Bull e AlphaTauri, a solução pode ser reatar um casamento que deu muito certo no passado, mas que acabou de maneira melancólica.
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Fonte: ND+