O Setembro Amarelo foi criado nos Estados Unidos, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Ele tinha transtornos psicológicos que não foram percebidos pelos pais.
No velório, os pais distribuíram panfletos e fitas com cor amarela para chamar a atenção sobre a importância de prevenção. A cor foi escolhida porque Mike era muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo.
A psicóloga da secretaria de saúde de Treze Tílias, Cledi Altemburger, explica que o pensamento suicida é considerado ambivalente, porque a pessoa não quer morrer, mas sim acabar com a dor.
No entanto, quando ela não consegue manifestar essa dor ou não é compreendida e acaba optando por medidas drásticas para acabar com o sofrimento.
As principais causas de suicídio são os transtornos mentais de personalidade como bipolaridade, além de depressão, problemas nos relacionamentos, sejam eles familiares ou conjugais, ou ainda uso abusivo de álcool e uso de drogas.
No entanto, o preconceito e o medo ainda dominam muitas pessoas e as impedem de procurar ajuda, pois têm medo de serem taxadas como loucas.
“Quando a pessoa chega na psicoterapia diz que está lá para não ter que ir no psiquiatra, porque acha que esse profissional só atende loucos, o que não é verdade”, destaca Cledi, pontuando que muitas vezes para obter resultado é preciso associar algum remédio à psicoterapia.
A psicóloga pontua que 90% dos casos poderiam ser evitados, se as pessoas pudessem contar com ajuda e tratamento em tempo.
“Não temos um “dorômetro” para medir a quantidade de dor que a pessoa está sentindo. Cada um sente um impacto diferente em relação a cada situação, por isso quando alguém diz que não aguenta mais, não adianta simplesmente dizer que ela não tem motivos para isso”, pontua.
Afirmações como essa podem, inclusive, agravar a situação, porque a pessoa começa a esconder ainda mais o que sente por medo do julgamento.
A pandemia aumentou a preocupação sobre a possibilidade de aumento no número de suicídios, porque devido a menor interação social, fica mais difícil identificar se alguma pessoa está passando por dificuldades, já que há pouco contato social.
Cledi reitera que é extremamente importante que as pessoas tirem um tempo do dia para se conectarem consigo, fazendo atividades prazerosas e que gerem bem estar. Isso é muito particular, mas exemplos são: meditar, rezar, caminhar, fazer artesanato ou outra atividade, desde que isso gere sensação de bem estar.
Mais um alerta em relação ao comportamento suicida é de que ele começa muito antes de qualquer tentativa de fato, geralmente com sentimentos de menos valia, desesperança, impotência, culpa, ou de muita cobrança.
Nos últimos anos, houve uma mudança em relação a idade em que o suicídio é mais comum. Antigamente era entre os idosos que olhavam a trajetória de vida e não consideravam boa. Hoje é entre os jovens, especialmente entre 15 e 29 anos, faixa etária que teve aumento de 10% no número de registros entre 2000 e 2014.
O suicídio é um problema de saúde pública, por isso, há atendimento especializado disponível pelo SUS para pessoas que estejam passando por dificuldades.
O paciente pode conversar com o médico, ou procurar diretamente o setor de psicoterapia, que faz os encaminhamentos necessários. O Centro de Apoio Psicossocial de Água Doce, também atende munícipes de Treze Tílias.
Situações de emergência também podem relatadas para o Centro de Valorização da Vida (CVV). No entanto, o atendimento especializado e acompanhamento contínuo com tratamento individualizado é imprescindível para a resolução do caso.
Fonte: Rádio Tropical FM