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Ovinocultura de corte cresce em Santa Catarina


O casal de aposentados Chirley e Ernani Kvitschal, moradores de Mafra, no planalto norte catarinense, decidiu não parar de trabalhar tão cedo e investir em uma atividade diferente da convencional para aumentar a renda da família. Há seis anos eles apostaram na produção de ovelhas e viram a atividade crescer de forma exponencial na região e no Estado. Hoje, o sítio do casal – chamado Trigêmios – conta com 85 matrizes, que geram renda três vezes superior à do início da atividade. A produção do sítio aumentou quase 200% em três anos.

Chirley e Ernani fazem parte do grupo de produtores atendidos pelo programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na ovinocultura de corte do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), órgão vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc). O programa atende 300 produtores rurais em 38 municípios, vinculados a oito Sindicatos Rurais de todo o Estado. O objetivo é acompanhar a produção, auxiliar os produtores no trabalho de campo e orientá-los no gerenciamento das atividades e na gestão dos negócios.

O coordenador estadual da ATeG na cadeia, Antônio Marcos Pagani de Souza, detalha que o atendimento técnico às propriedades incrementou em 33% o número de animais de um ciclo para o outro (8.319 para 11.067), além de aumentar em 45% a comercialização – 3.258 para 4.738 ovinos vendidos.

“No manejo, a ATeG trabalha itens fundamentais para o aprimoramento técnico de cada fazenda, como nutrição, sanidade, boas práticas agropecuárias, adubação e manejo de pastagens, planejamento forrageiro, período de encarneiramento, cuidados com cordeiros e creep feeding – sistema utilizado para aumentar o ganho de peso dos cordeiros. No quesito gestão, o técnico auxilia o produtor a lançar os dados gerenciais da propriedade, analisar indicadores de desempenho e identificar gargalos e desafios a serem ajustados para obter maior lucro com a atividade”, explica o dirigente ao destacar que o programa também promove duas oficinas técnicas por ano, além de seminários e dias de campo para a troca de experiência entre os produtores e apresentação dos resultados alcançados.

Todo esse acompanhamento técnico e gerencial responde pelos avanços na propriedade da família Kvitschal em Mafra. Chirley conta que a produção deslanchou quando eles corrigiram os pontos falhos apontados pelo programa. “Nós produzíamos sem saber se a atividade dava lucro ou não. Com a ATeG conseguimos melhorar o manejo, controlar a verminose, investir em pastagem e qualificar a genética, o que aumentou a quantidade e a qualidade do nosso rebanho. O que antes era motivo de desistência, hoje colhemos os frutos. Só temos a agradecer”, relata.

A Cabanha Ouro Branco, também do planalto norte, conseguiu melhorar todos os índices de produção em sete anos. Aumentou o peso dos cordeiros para desmame de 31 kg para 39,5 kg, reduziu a taxa de vermifugação das matrizes de 5,1% para 2,3%, investiu em melhoramento genético e produziu animais mais selecionados para reprodução, parto e resistência à verminose. Ao todo, a Cabanha tem hoje 170 matrizes.



Fonte: MB Comunicação