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Moradores do RS buscam respostas para luzes desconhecidas no céu e símbolos encontrados na praia

Fenômenos foram relatados numa rede social e especialistas apontam o que pode ter ocorrido.

Especialistas não consideram que os círculos tinham vínculo com os relatos dos moradores

Duas esferas coloridas, variando entre o dourado e o laranja, de tamanho indefinido, foram avistadas percorrendo o céu do Litoral Norte próximo à beira-mar, entre Magistério e Torres (RS), por volta das 19h30min da terça-feira passada (23). Antes de desaparecerem, elas teriam causado uma espécie de explosão sem som, chegando a iluminar as poucas nuvens existentes naquele momento. Tudo não passou de segundos, mas a imagem ficou guardada na mente de quem presenciou a cena.

Em Magistério, o torneiro mecânico Silvio Scienza, 51 anos, mora a duas quadras da praia e costuma sair à noite para observar o céu quando não há nuvens. Neste dia, ainda na porta de casa, testemunhou a movimentação diferente na direção da praia. Espantado por ver as duas esferas, chamou a filha Ketlen, de oito anos. Não houve tempo para ela observar. Bem mais à frente, as luzes explodiram, ficando apenas o clarão.

— Elas se movimentaram na direção Sul-Norte, em baixa altitude. Eu não tinha um celular para filmar. Não era avião, nem estrela cadente. Foi rápido e incrível! Iluminou tudo na volta, até as nuvens ralinhas. Depois, desapareceram — relata Scienza.

A 17 km de Magistério, no mesmo horário, a cabeleireira Mana Bosquetti, 40 anos, e o namorado estavam na areia da praia de Salinas quando foram surpreendidos pela mesma imagem avistada por Scienza. O céu estava praticamente limpo e a noite sem vento naquele momento. Mana acrescenta apenas mais um detalhe: como era a beira da praia, viu com mais nitidez quando as duas esferas se dividiram, se tornaram quatro, criando uma luz tão intensa que pareceu uma explosão, antes de sumirem no céu.

— Quando vi, mostrei para o meu namorado. Inicialmente, achamos que era drone. Estavam sobre o mar e não eram muito grandes, enquanto se moviam. O clarão foi bem forte. Logo depois, apareceu outra luz parecida, mas ela veio do mar em direção à Lagoa da Fortaleza — conta Mana, que agora já pensa em não ir mais à noite na beira da praia.

Na página Cidreira RS, coordenada por Jean Paul Cunha, um post sobre o assunto tem mais de 1 mil comentários, a maioria de pessoas que teriam visto a mesma cena de diferentes pontos do Litoral Norte, e mais de mil compartilhamentos desde a publicação, ocorrida no dia seguinte ao evento.

Naquele horário citado por quem afirma ter avistado as esferas luminosas, o doutor em Engenharia Carlos Jung, do Observatório Heller & Jung, associado à Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês), afirma não ter qualquer registro de movimentação na área do Litoral Norte. Por este motivo, não seria um meteoro, por exemplo. O observatório tem um software de registro de análise de meteoros, que cobre em 360 graus todo o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, parte de São Paulo, Uruguai, parte da Argentina e Paraguai. 

— Se tivesse um objeto do tamanho de um jato naquela direção, eu teria registrado. Só se fosse um objeto voador não-identificado (ovni) mesmo. Como temos uma evidência forte, devido ao vídeo divulgado pelo Pentágono, não dá para dizer que não pode ter sido algo que nós não conhecemos. Mas se eu tivesse registrado algo, seria o primeiro a divulgar — afirma Jung. 

Segundo ufólogos, a Lagoa da Fortaleza, em Cidreira, seria parte de um portal para outra dimensão Marco Favero / Agencia RBS - Imagens: Marco Favero / Agencia RBS

Para o ufólogo e editor da revista UFO, Ademar José Gevaerd, os relatos dos moradores do Litoral Norte indicam ter se tratado de um fenômeno ufológico. Gevaerd diz que a região do litoral gaúcho até Araranguá, em Santa Catarina, é uma área de grande intensidade de avistamento de ovnis.

— Tudo indica que seja, pelo horário, por ter sido sobre o Litoral e com o tempo bom. Mas não há o que temer. Estes fenômenos são inofensivos. Deve haver formas de vida mais avançadas no universo e porque não estariam explorando outros planetas, como nós faremos quando tivermos tecnologia para isso — justifica Gevaerd.

Já o engenheiro químico e fundador do Movimento Gaúcho de Ufologia, Carlos Odone, revela receber muitos relatos de avistamentos na região de Cidreira. Inclusive, ocorridos nesta semana. Por conta da pandemia de coronavírus, ele não conseguiu se deslocar até a cidade para ver in loco as áreas de avistamento. Ele pretende percorrer a região em breve.

O Litoral Norte gaúcho é conhecido por especialistas em ufologia (estudos relacionados a óvnis) do mundo inteiro porque teria uma passagem para outra dimensão entre o mar e a Lagoa da Fortaleza, próximo à praia das Cabras, no limite de Cidreira e Tramandaí. 

Entre os relatos de fatos incomuns na região nas últimas décadas, estão luzes movimentando-se no céu em alta velocidade e desaparecendo misteriosamente, pratos giratórios gigantes sugando areia das dunas no entorno da Fortaleza, carros que pararam de funcionar por alguns minutos na RS-786, por onde passaria este portal e até a abdução (suposto sequestro ou rapto de um ser humano por extraterrestres) de pelo menos um morador. 

Em 2018, o canal de televisão History Channel fez, inclusive, um episódio inteiro sobre o portal dimensional para a série brasileira De Carona com os Óvnis, que descreve os fenômenos ufológicos no Brasil.

No dia seguinte à suposta aparição no céu do Litoral gaúcho, em 24 de junho, data conhecida por ser o dia mundial do disco voador, a areia da praia de Tramandaí surpreendeu o pintor Luis Ricardo da Silveira, 47 anos, enquanto ele fazia a caminhada matinal. Sem marcas de pés ao redor, lado a lado, círculos perfeitos estavam desenhados no chão, numa área em direção à barra entre Tramandaí-Imbé. Um deles, o maior, tinha outros 16 ao seu redor. Silveira fez a foto e compartilhou com um amigo, cuja filha, a estudante Lanna Briance, 23 anos, havia fotografado imagem semelhante uma semana antes, no mesmo local.

— É como se tivessem largado uma cuia de chimarrão em cima da areia, formando um círculo perfeito. No nosso caso, era mais de um círculo e eles eram simétricos e alinhados, numa distância igualmente perfeita. Não sei mesmo se foi alguém que fez — comenta Lanna.

O ufólogo Ademar José Gevaerd analisou as imagens e descartou a possibilidade de ter algum vínculo com Ufos.

— Isso não é nada. É uma obra de arte — resumiu, de forma enfática.




Fonte: Gaucha ZH