O presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar, nesta segunda-feira (15/6), sobre o artigo 142 da Constituição Federal, que versa sobre o emprego das Forças Armadas para a defesa da Pátria e a garantia dos poderes constitucionais, e disse que os militares jamais cumpririam ordens absurdas, como uma intervenção militar no país. Contudo, ele acrescentou que as Forças “jamais aceitariam um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito”.
Na semana passada, o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu início ao julgamento de uma ação que pede a cassação da chapa que elegeu Bolsonaro e o seu vice, Hamilton Mourão. A análise tem por base os ataques cibernéticos a um grupo de Facebook denominado “Mulheres contra Bolsonaro”, que foi alterado para “Mulheres com Bolsonaro #17” e teria favorecido o presidente. Para Bolsonaro, anular a sua eleição é “inadmissível” e significaria “esticar a corda”.
“O próprio julgamento no TSE. Com todo respeito, mas me julgar por uma página que ficou fora do ar por menos de 24 horas, para cassar chapa Bolsonaro e Mourão, é inadmissível. No meu entender, é começar a esticar a corda. É começar a alimentar uma crise, que não existe da nossa parte. Outra, como vou dar golpe se já sou o presidente, se já sou chefe supremo das Forças Armadas?”, analisou Bolsonaro, em entrevista à Band News.
O presidente ainda criticou o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que na sexta-feira (12/6) concedeu liminar afirmando que as Forças Armadas não podem atuar como “poder moderador” entre Executivo, Legislativo e Judiciário. “Nós, militares das Forças Armadas, porque eu também sou militar, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia nesse país”, afirmou.
“Não existe intervenção militar. O artigo 142 (da Constituição), nem precisava o senhor Luiz Fux monocraticamente atender a um pedido do PDT, um partido que tem ligação com o partido comunista chinês, para dizer qual o papel das Forças Armadas. Como se o nosso Alto Comando das Forças Armadas fosse (formado por) pessoas que não soubessem qual o seu papel em uma democracia. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas nós também jamais aceitaríamos um julgamento político para destituir um presidente democraticamente eleito”, acrescentou.
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Fonte: Correio Braziliense