A vice-governadora, Daniela Reinehr, e vários deputados, pediram, para o governador Carlos Moisés, o afastamento do secretário da Casa Civil de Santa Catarina, Douglas Borba. Os argumentos são baseados na polêmica da compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões, de uma empresa do Rio de Janeiro. Os equipamentos foram pagos antecipadamente e não foram entregues.
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A deputada Ada de Luca, afirmou que Borba já deveria ter sido afastado antes, diante do que chamou de “escândalo do hospital de campanha”. “Acho que nem deveria ter assumido um cargo tão importante no governo”, avaliou.
O deputado João Amin classificou o caso como “uma novela ou série em que cada capítulo ou episódio é pior do que o outro”. “Se o Douglas Borba não sair ou for mandado embora, vai sangrar o governo Moisés por muito tempo”, disse Amin.
O deputado Laércio Schuster lamentou que o governo “colocou o Estado novamente nas páginas policiais”. “É um dia extremamente triste para o nosso estado. Porque mais uma vez a esperança do catarinense foi jogada fora”, afirmou.
Schuster lembrou que o governador foi eleito sob o que chamou de “chavão da nova política”. “Não gosto desta expressão. Não existe nova ou velha política. Existe política bem feita ou mal feita.
Ele também cobrou uma “atitude enérgica” do governador Carlos Moisés da Silva no caso e também questionou o papel da Controladoria Geral do Estado (CGE). “Onde estava a CGE nessa história toda?”
Já a vice-governadora Daniela emitiu nota oficial em suas redes sociais:
Em virtude dos recentes acontecimentos que culminaram com a renúncia do Secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, originados na aquisição de 200 respiradores pulmonares junto à empresa VEIGAMED, ao custo de R$ 33 milhões, sem licitação e mediante pagamento antecipado, cuja entrega até o momento não se concretizou, venho a público, por esta Nota, declarar minha perplexidade.
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Desde que me manifestei publicamente contra a contratação do hospital de campanha em Itajaí, diversos fatos vieram à tona por meio da imprensa, com indicativos desfavoráveis ao Governo de Santa Catarina, o que emerge como natural a suspeição e a insegurança jurídica em todos os processos que visam à aquisição de material essencial, com ou sem licitação, no combate ao novo Coronavírus, pois a celeridade não pode ser responsável pela inobservância das normas vigentes.
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Informo que manifestei minha indignação e oficiei, pela responsabilidade do cargo eletivo, ao Legislativo, ao Judiciário e demais órgãos de controle, clamando investigação acurada e, se for o caso, a punição dos responsáveis, em respeito aos princípios que regem a administração pública, zelando pelo controle de futuros processos, a fim de que os recursos públicos sejam aplicados com transparência e lisura, como determina a lei.
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Por fim, solicitei ao Governador do Estado de Santa Catarina, que se digne a afastar do cargo de Chefe da Casa Civil, o Sr. Douglas Borba, citado até o momento como envolvido pela aquisição dos respiradores por servidora exonerada e pelo ex-Secretário de Saúde, para que as investigações sejam conduzidas com a imparcialidade que o fato exige.
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DANIELA CRISTINA REINEHR
Vice-governadora do Estado de Santa Catarina