Moradora de Morro da Fumaça fez tratamento hospitalar e venceu a doença. Nos dias de isolamento, família e amigos iam até o estacionamento do local para fazer orações.
Uma moradora de Morro da Fumaça, no Sul de Santa Catarina, Albertina Matiola Cechinel, de 67 anos, venceu o coronavírus após passar 40 dias internada. Apesar do isolamento, a família e os amigos foram durante todos os dias de internação até o estacionamento do hospital para fazer orações. Nos últimos 10 dias de tratamento, a paciente acompanhou as preces pela janela do hospital.
Ela chegou a perder os movimentos das pernas e braços e a recuperação foi uma "história de superação e milagre", afirma o filho Tallis Matiola Cechinel, de 34 anos.
Primeiros sintomas
Segundo o filho, no dia 22 de março a mãe começou a sentir fortes dores no corpo, tosse e dificuldade em respirar, e no dia 30 foi levada ao hospital em Criciúma.
"Devido ao fato de ela há uns anos atrás ter tido problemas no pulmão e uma pneumonia, achamos que era algo referente a isso. Porém, assim que eu a deixei lá, já foi levada diretamente para a unidade de tratamento intensivo (UTI) e então, começou a saga", afirma.
Tallis explica que o resultado positivo para Covid-19 saiu após quatro dias da internação da mãe. "Ela não viajou, acreditamos que a contaminação tenha sido local", explica.
Albertina ficou 15 dias em coma induzido e intubada. Durante o período sofreu arritmia e chegou a perder os movimentos dos braços e das pernas, segundo o filho.
Outros casos na família e isolamento
Paralelo ao tratamento da mãe, Tallis também teve coronavírus. "Eu fiquei doente quatro dias depois dela, mas me tratei em casa", conta.
O irmão mais velho Thiago, de 40 anos, também precisou ficar internado por quatro dias por causa da infecção pela Covid-19. O pai, Pascoal Cechinel, 71 anos, foi assintomático e a irmã Tatiana de 44 anos, que está grávida, testou negativo.
"Quando saiu o resultado da mãe, ela já estava na UTI, e então fizemos o isolamento e ficamos todos em casa", disse.
Em meio ao tratamento que envolveu praticamente todos da família, Bete, como é conhecida, teve as primeiras melhoras após 30 dias de internação e foi encaminhada para o quarto.
"Eu, por já ter pego o coronavírus e já estar curado, fui habilitado a ficar com ela, pois o acompanhante não poderia sair do quarto para nada", explicou.
"Nesses 40 dias, minha irmã e meu pai, iam todos os dias na frente do Hospital da Unimed e rezavam o terço e diversas orações, em direção à UTI onde ela estava. Depois, quando ela foi para o quarto, da janela era possível ver eles rezando lá embaixo, então ela ficava na janela e conseguia ver eles rezando por ela. Em muitos momentos, tios, tias, amigos, se juntaram a minha irmã e ao meu pai, e rezavam pela mãe. Era algo lindo", afirma.
Tallis ficou ao lado da mãe por sete dias e lembra que ela tinha pesadelos e não conseguia dormir. "Foram momentos muito difíceis", lembra. Depois o irmão ficou os outros três dias de internação com ela no quarto.
Na véspera do dia das mães, Bete recebeu alta e ainda segue fazendo as fisioterapias em casa. "Ela já está conseguindo dar alguns passos sozinha. Só temos que agradecer muito a Deus, por mais esse milagre na vida dela e por todos que fizeram orações e também a equipe médica e a todos do hospital", finaliza.
Fonte: G1/SC
Fotos: Reprodução