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Curado, médico defende uso da hidroxicloroquina


Dois dias após se recusar a dizer se havia usado a hidroxicloroquina para se tratar do coronavírus, o diretor-geral do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, Roberto Kalil Filho, afirmou que fez uso do medicamento. Kalil estava em estado grave, com a possibilidade de transferência para a UTI, mas apresentou melhora e deve ter alta ainda nesta quarta-feira (8).

Em entrevista ao Jornal da Manhã, na Jovem Pan, o médico reforçou que é preciso falar com cuidado sobre o medicamento já que não há estudos mais aprofundados sobre sua eficiência. Mas ele concorda que, independente de ideologia, se há evidência dos benefícios da cloroquina, ela deve ser utilizada pela população.

– Pela ética médica, não quero influenciar outros tratamentos. É uma responsabilidade muito grande. Meu estado geral era péssimo, foi discutido com a equipe vários tipos de tratamentos, dentre eles a hidroxicloroquina, e aceitei. Fiz o uso da hidroxicloroquina sim. Melhorei só por causa dela? Provavelmente não. Ajudou? Espero que sim. Tomei corticoide, anticoagulante, antibiótico – relatou.

O médico explicou que 80% das pessoas nem sabem que tem a Covid-19 e outros 15% terão algo semelhante a uma gripe simples. Já os 5% que necessitam de hospitalização são graves.

– Não dá para ficar esperando grandes estudos científicos. Podemos pensar em um estudo daqui um ano, mas as pessoas já morreram. Ciência acima de tudo, cloroquina é usada há décadas, para outros tipos de patologias, de novo, a ponderação é que não dá para tomar cloroquina sem orientação médica, essa é a preocupação. Qualquer remédio pode ter efeito colateral. Recebi a medicação monitorado no hospital.

A declaração de Kalil à Jovem Pan ocorreu uma hora após uma publicação feita pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter. Sem citar nomes, Bolsonaro criticou dois médicos brasileiros que se recusam a divulgar o que os curou do coronavírus. Diferente de Kalil, o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, se recusa a revelar se ele conseguiu se curar através do medicamento.


Fonte: Michel Teixeira