Em outubro do ano passado, o ND mostrou com exclusividade que o parlamentar solicitou o reembolso de R$ 47 mil
Mais de três meses após prometer que devolveria o valor que recebeu da Câmara dos Deputados para realizar uma cirurgia bariátrica (popularmente conhecida como “redução de estômago”), em março de 2019, o deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) ainda não ressarciu os cofres públicos.
Em outubro do ano passado, o ND mostrou com exclusividade que o parlamentar solicitou o reembolso de R$ 47 mil, que foram gastos com a realização do procedimento cirúrgico.
À época, Chiodini alegou que não tinha cometido ilegalidade, pois o reembolso estaria respaldado por ato da Mesa Diretora da Câmara de 2013, e justificou o gasto por se tratar de uma emergência.
“O parlamentar tem direito por lei ao reembolso de despesas médicas e odontológicas realizadas na rede privada, regulamentado pelo Ato da Mesa 89/2013. Assim como presidente, governadores, senadores também possuem e fazem uso deste direito”, declarou ao ND em outubro de 2019.
Em novembro de 2019, Chiodini disse que devolveria o valor à Câmara dos Deputados ou doaria o dinheiro para uma instituição assistencial – Foto: Reprodução/ND
Não demorou para que Carlos Chiodini fosse confrontado pela opinião pública nas suas redes sociais. “Interminável no SUS o número de pessoas para fazer essa cirurgia, cirurgias completamente paradas no hospital regional Hans Dieter Schimidt de Joinville SC, por falta de materiais cirúrgicos, motivo, licitação, os materiais foram entregues, mas eram sem qualidade e estavam INCOMPLETOS e precisou retornar a licitação por duas vezes este ano… É verdade isso Chiodini? Sabia que tem pessoas morrendo nas filas dessa cirurgia?”, questionou uma eleitora.
Caso revelado repercutiu
Com a repercussão do caso revelado pelo ND, em novembro Carlos Chiodini disse que devolveria o valor à Câmara dos Deputados ou faria a doação do dinheiro para uma instituição assistencial.
Entretanto, passados 105 dias da declaração, nada de promessa cumprida. A assessoria do parlamentar disse que ainda aguarda uma reposta por parte da Câmara, já que foi feita uma consulta à Mesa Diretora sobre que procedimento adotar. A assessoria da Câmara, por sua vez, informou que a solicitação foi feita, mas que ainda não há prazo definido para a devolução da verba.
Gastos do deputado
Reeleito para o cargo em 2018, o deputado federal tem o salário de R$ 33.763,00. No primeiro ano do novo mandato, em 2019, o deputado Carlos Chiodini também gastou quase R$1,2 milhão (96,34% do total disponível) com sua equipe de gabinete, formada por 23 pessoas.
Com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), que custeia despesas como passagens aéreas e conta de celular, Chiodini gastou mais R$ 370 mil.
Deste total, 37% (R$ 137 mil) foram gastos com viagens de avião, 18,3% (R$ 67,6 mil) com locação ou fretamento de carros e quase 10% (R$ 36 mil) com combustível.
Ele foi o nono deputado catarinense que mais gastou dinheiro público e verba indenizatória no ano passado, de acordo com a entidade responsável pela fiscalização. Os dados são do portal da transparência da Câmara dos Deputados.
Fila de espera por cirurgia bariátrica
Nas redes sociais, o deputado Carlos Chiodini afirmou, em uma publicação no dia 15 de fevereiro, que “saúde é prioridade” e fez o relato de uma reunião que participou em busca de mais recursos para aprimorar o atendimento médico aos catarinenses, especialmente no Planalto Norte. Porém, quem necessita da mesma cirurgia realizada por Chiodini às custas do erário público acaba “dando com a cara na porta”.
Em Santa Catarina, ao menos 111 pessoas aguardam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) por uma gastroplastia (cirurgia bariátrica).
Somente em Jaraguá do Sul, colégio eleitoral do deputado, seis pessoas estão na fila sem previsão de data para o agendamento do procedimento cirúrgico. Os dados são públicos e podem ser acessados na lista de espera do SUS disponibilizada pela Secretaria de Estado da Saúde.
Gastos da Câmara com Saúde
Todos os deputados federais têm direito à assistência médica e odontológica. A Câmara dos Deputados, em Brasília, tem um convênio que presta assistência em todo o território nacional e dá acesso aos principais hospitais do país.
Entre 2018 e 2019, foram gastos R$ 445 milhões com o convênio. Ainda assim, os parlamentares têm autorização para pedir o reembolso de despesas médicas e odontológicas.
No ano passado, em notícia que levantou nacionalmente o debate sobre esse tipo de gasto, o jornal Estado de S. Paulo revelou que o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP), solicitou o reembolso de R$ 157 mil por conta de um tratamento odontológico.
Além do plano de saúde e do ressarcimento para eventuais gastos, a Câmara dos Deputados ainda possui uma estrutura médica equivalente a um pequeno hospital, que inclui tomógrafo e uma UTI móvel. São 70 médicos de 17 especialidades diferentes à disposição dos parlamentares e servidores.
Fonte: ND+
Mais de três meses após prometer que devolveria o valor que recebeu da Câmara dos Deputados para realizar uma cirurgia bariátrica (popularmente conhecida como “redução de estômago”), em março de 2019, o deputado federal Carlos Chiodini (MDB-SC) ainda não ressarciu os cofres públicos.
Em outubro do ano passado, o ND mostrou com exclusividade que o parlamentar solicitou o reembolso de R$ 47 mil, que foram gastos com a realização do procedimento cirúrgico.
À época, Chiodini alegou que não tinha cometido ilegalidade, pois o reembolso estaria respaldado por ato da Mesa Diretora da Câmara de 2013, e justificou o gasto por se tratar de uma emergência.
“O parlamentar tem direito por lei ao reembolso de despesas médicas e odontológicas realizadas na rede privada, regulamentado pelo Ato da Mesa 89/2013. Assim como presidente, governadores, senadores também possuem e fazem uso deste direito”, declarou ao ND em outubro de 2019.
Em novembro de 2019, Chiodini disse que devolveria o valor à Câmara dos Deputados ou doaria o dinheiro para uma instituição assistencial – Foto: Reprodução/ND
Não demorou para que Carlos Chiodini fosse confrontado pela opinião pública nas suas redes sociais. “Interminável no SUS o número de pessoas para fazer essa cirurgia, cirurgias completamente paradas no hospital regional Hans Dieter Schimidt de Joinville SC, por falta de materiais cirúrgicos, motivo, licitação, os materiais foram entregues, mas eram sem qualidade e estavam INCOMPLETOS e precisou retornar a licitação por duas vezes este ano… É verdade isso Chiodini? Sabia que tem pessoas morrendo nas filas dessa cirurgia?”, questionou uma eleitora.
Caso revelado repercutiu
Com a repercussão do caso revelado pelo ND, em novembro Carlos Chiodini disse que devolveria o valor à Câmara dos Deputados ou faria a doação do dinheiro para uma instituição assistencial.
Entretanto, passados 105 dias da declaração, nada de promessa cumprida. A assessoria do parlamentar disse que ainda aguarda uma reposta por parte da Câmara, já que foi feita uma consulta à Mesa Diretora sobre que procedimento adotar. A assessoria da Câmara, por sua vez, informou que a solicitação foi feita, mas que ainda não há prazo definido para a devolução da verba.
Gastos do deputado
Reeleito para o cargo em 2018, o deputado federal tem o salário de R$ 33.763,00. No primeiro ano do novo mandato, em 2019, o deputado Carlos Chiodini também gastou quase R$1,2 milhão (96,34% do total disponível) com sua equipe de gabinete, formada por 23 pessoas.
Com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), que custeia despesas como passagens aéreas e conta de celular, Chiodini gastou mais R$ 370 mil.
Deste total, 37% (R$ 137 mil) foram gastos com viagens de avião, 18,3% (R$ 67,6 mil) com locação ou fretamento de carros e quase 10% (R$ 36 mil) com combustível.
Ele foi o nono deputado catarinense que mais gastou dinheiro público e verba indenizatória no ano passado, de acordo com a entidade responsável pela fiscalização. Os dados são do portal da transparência da Câmara dos Deputados.
Fila de espera por cirurgia bariátrica
Nas redes sociais, o deputado Carlos Chiodini afirmou, em uma publicação no dia 15 de fevereiro, que “saúde é prioridade” e fez o relato de uma reunião que participou em busca de mais recursos para aprimorar o atendimento médico aos catarinenses, especialmente no Planalto Norte. Porém, quem necessita da mesma cirurgia realizada por Chiodini às custas do erário público acaba “dando com a cara na porta”.
Em Santa Catarina, ao menos 111 pessoas aguardam na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) por uma gastroplastia (cirurgia bariátrica).
Somente em Jaraguá do Sul, colégio eleitoral do deputado, seis pessoas estão na fila sem previsão de data para o agendamento do procedimento cirúrgico. Os dados são públicos e podem ser acessados na lista de espera do SUS disponibilizada pela Secretaria de Estado da Saúde.
Gastos da Câmara com Saúde
Todos os deputados federais têm direito à assistência médica e odontológica. A Câmara dos Deputados, em Brasília, tem um convênio que presta assistência em todo o território nacional e dá acesso aos principais hospitais do país.
Entre 2018 e 2019, foram gastos R$ 445 milhões com o convênio. Ainda assim, os parlamentares têm autorização para pedir o reembolso de despesas médicas e odontológicas.
No ano passado, em notícia que levantou nacionalmente o debate sobre esse tipo de gasto, o jornal Estado de S. Paulo revelou que o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP), solicitou o reembolso de R$ 157 mil por conta de um tratamento odontológico.
Além do plano de saúde e do ressarcimento para eventuais gastos, a Câmara dos Deputados ainda possui uma estrutura médica equivalente a um pequeno hospital, que inclui tomógrafo e uma UTI móvel. São 70 médicos de 17 especialidades diferentes à disposição dos parlamentares e servidores.
Fonte: ND+