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Deputado Valdir Cobalchini é barrado em reunião com prefeito de Pinheiro Preto


O deputado estadual Valdir Cobalchini (MDB), foi impedido de participar de uma reunião na Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade. Ele acompanhava a agenda do prefeito de Pinheiro Preto, Pedro Rabuske.

Cobalchini relata que ao entrar no gabinete do secretário de Infraestrutura para acompanhar o prefeito de Pinheiro Preto, foi surpreendido com um pedido do secretário Carlos Hassler, para que se retirasse.

Ele detalha que acompanhava Rabuske, como costuma fazer com vários prefeitos da região a qual representa. Naquele momento, Hassler disse que estava surpreso com a presença de Cobalchini e pediu para que se retirasse porque o assunto era entre Estado e Município, e que o parlamentar era um ‘estranho’ na sala.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Julio Garcia (PSD), anunciou durante a primeira sessão ordinária de 2020, realizada nesta quarta-feira (5), que a Presidência da Casa elaborou uma nota de repúdio contra o tratamento dado ao deputado Valdir Cobalchini.

Segundo Garcia, todo homem que exerce uma função pública merece o mínimo de respeito e educação, o que teria faltado por parte do secretário de estado.

Vários deputados manifestaram solidariedade a Cobalchini e advertiram o governo sobre o respeito ao Parlamento, à democracia e à representação popular.


Confira algumas manifestações

“Estou aqui há 21 anos, foram diversos governadores, estive aqui na época em que a política era mais acirrada que hoje, governos mais radicais, mas eu nunca vi isso. Ouço seu discurso com muita tristeza, a ofensa que se faz ao parlamentar, se faz ao povo catarinense”, registrou Moacir Sopelsa (MDB), acrescentando que “se o governador concordar com isso, o custo será muito caro”.

“Estive uma única vez conversando com este secretário, e disse não volto mais aqui”, revelou Sargento Lima (PSL).

“Tenha minha solidariedade e também minha tristeza, sabe o que é isso? Amadorismo político, pessoas incompetentes em cargos importantíssimos”, avaliou Ada de Luca (MDB).

“Já aconteceu do próprio governador fazer chacota de uma demanda”, lembrou Ana Carolina Campagnolo (PSL), que relacionou o comportamento do chefe do Executivo aos dos secretários.

“Imaginem um deputado ser barrado em uma porta de secretaria”, especulou Nazareno Martins (PSB).

“Se quer ajuda do Parlamento, nos trate com respeito”, disparou Milton Hobus (PSD), que acusou o governo de ser burocrático. “Não conseguiram fazer as licitações para reformar as escolas, sobrou R$ 500 milhões, sobrando dinheiro e a burocracia não deixou fazer a licitação, cadê o governo leve?”, ironizou.

“Estive aqui neste Parlamento como suplente e numa delas vossa excelência era o secretário de Infraestrutura e mesmo sendo eu um deputado de oposição, fui bem atendido”, contou Altair Silva (PP), referindo-se a Valdir Cobalchini, que exerceu o cargo durante o primeiro mandato de Raimundo Colombo, entre 2011 e 2014.

“Todos os oradores antes de mim fizeram pesadas e merecidas criticas ao governador. Existem coisas que são protocolares, diplomáticas e a mensagem é uma missão constitucional, o governador precisa compreender que ele representa o estado, ele perdeu a oportunidade de mostrar dados. O que ele vai fazer em 2020, além de cerveja e tocar violão? Este governo não gosta de governar, não gosta da política, então sai e deixa para quem gosta. Pede para sair governador”, ironizou Naatz.

“Como presidente da Unale quero deixar o meu repúdio à atitude do secretário de Infraestrutura na ação com o deputado Cobalchini, assim como o secretário de Saúde fez com os deputados Naatz e Ismael dos Santos (PSD)”, lembrou Kennedy Nunes (PSD), aludindo a evento semelhante ocorrido em 2019.


Confira na íntegra a nota de repúdio da ALESC:


NOTA DE REPÚDIO

Respeito é uma condição primária e fundamental para todo relacionamento humano e institucional.

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Santa Catarina manifesta seu veemente repúdio ao Secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade Carlos Hassler, pelo tratamento dispensado ao Deputado Estadual Valdir Cobalchini, do MDB, impedido de participar de uma audiência na sede da Secretaria quando acompanhava o prefeito municipal de Pinheiro Preto, nesta terça-feira (04/02).

Quando impediu um parlamentar catarinense de participar de uma audiência em órgão público, o secretário não cometeu somente uma grave indelicadeza com um deputado que, inclusive, já comandou com êxito reconhecido aquela Secretaria. Também feriu um dos pilares da democracia, que prevê a representatividade do cidadão por seus parlamentares.

Quando deixou o deputado estadual Valdir Cobalchini do lado de fora do seu gabinete, o Secretário Hassler deixou lá também todos os cidadãos catarinenses representados pelo Parlamentar. Especialmente os cidadãos do município de Pinheiro Preto interessados no assunto daquela audiência. Na Secretaria de Estado só devem ser tratados assuntos administrativos e republicanos. Não existe, portanto, nenhuma razão para não permitir a presença de um Deputado Estadual naquele recinto e naquele encontro entre agentes públicos.

Com tristeza e indignação, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina ratifica seu repúdio e clama para que nunca nos falte o respeito.

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Fonte: Rádio Tropical FM