Informação partiu do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista nesta segunda-feira (3) de manhã
Outros países já repatriaram pessoas que estavam em Wuhan, na China. Na foto, chegada em aeroporto de italianos que foram levados pelo governo da Itália(Foto: AFP PHOTO / ITALIAN DEFENCE MINISTRY PRESS OFFICE)
Autoridades catarinenses e de Florianópolis foram pegas de surpresa nesta segunda-feira (3) de manhã com a entrevista à Rádio Gaúcha do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em que ele afirma que Florianópolis é uma das cidades cotadas para receber o grupo de brasileiros que o governo federal trará da China.
Lorenzoni diz que entre 30 e 40 brasileiros devem ser transportados da China para o Brasil em um processo de viagem que está programado para começar nesta terça-feira (4) com a ida de profissionais brasileiros. A hipótese de Florianópolis, disse o ministro, veio por conta de "uma base em condição de fazer isolamento". Ele fez referência à Base Aérea, que fica no Sul da Ilha, onde também há um hospital.
O governo federal deve editar ainda nesta segunda-feira uma medida provisória para determinar como vai funcionar a quarentena dos brasileiros vindos da China. Embora não sejam pessoas com suspeita de coronavírus, eles devem passar por um período de isolamento para que não haja risco de transmissão da doença. Todos estão na região de Wuhan, que é o epicentro da epidemia do coronavírus e está fechada para voos comerciais, portanto qualquer operação de repatriação deve ser negociada pelos governos do Brasil e da China, através de voos fretados.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina afirmou que ainda não recebeu nenhum comunicado sobre a possibilidade da quarentena ocorrer em Florianópolis, assim como a prefeitura da cidade. O governo do Estado, no entanto, já foi convocado para uma reunião com o Ministério da Saúde na quarta-feira, em Brasília. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) informou que também não foi comunicada, mas que o hospital da base aérea na Capital poderia sim ser utilizado, no entanto a ação é federal e não envolve o Estado.
O secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva, disse que uma possível quarentena na Capital seria um esforço maior da área militar e da Defesa do que da Saúde, pois todos os brasileiros que serão trazidos da China não apresentam sintomas:
— Só vai embarcar quem não tiver suspeita do coronavírus, então é uma operação maior da parte militar de ter os cuidados com higiene com essas pessoas na base aérea. Eu estou mais preocupado com o sarampo do que com o coronavírus, toda a rede de saúde está preparada para diagnosticar e fazer todo o atendimento necessário — afirmou o secretário de Florianópolis.
Localizada no Sul da Ilha, a Base Aérea de Florianópolis (BAFL) é a sede da aeronáutica em Santa Catarina e serve como base de apoio. No espaço funciona também o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL). O local é cogitado para receber os brasileiros em quarentena por ser uma unidade militar com espaço de saúde e local adequado para o isolamento.
Cuidados na quarentena
Segundo o médico infectologista Ricardo Freitas, que acompanha o caso suspeito de coronavírus registrado em Brusque, no Vale do Itajaí, o grupo de brasileiros que virá da China deve ficar isolado por um período de aproximadamente 14 dias, que é o tempo de transmissão do coronavírus.
De forma geral, Freitas explica que nesse caso de quarentena as pessoas podem ficar isoladas em uma mesma sala ou quarto, todas juntas, e o principal cuidado é da equipe de saúde que vai lidar com eles. Os profissionais devem usar máscaras, luvas, jalecos descartáveis, e tomar vários cuidados com a higiene.
Se alguma das pessoas na quarentena apresentar algum sintoma, deve passar por exames e ser isolada do resto do grupo também. No entanto, o governo brasileiro só trará ao país pessoas que até o momento não têm nenhuma suspeita da doença.
Por Lucas Paraizo
Fonte: NSC
Outros países já repatriaram pessoas que estavam em Wuhan, na China. Na foto, chegada em aeroporto de italianos que foram levados pelo governo da Itália(Foto: AFP PHOTO / ITALIAN DEFENCE MINISTRY PRESS OFFICE)
Autoridades catarinenses e de Florianópolis foram pegas de surpresa nesta segunda-feira (3) de manhã com a entrevista à Rádio Gaúcha do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em que ele afirma que Florianópolis é uma das cidades cotadas para receber o grupo de brasileiros que o governo federal trará da China.
Lorenzoni diz que entre 30 e 40 brasileiros devem ser transportados da China para o Brasil em um processo de viagem que está programado para começar nesta terça-feira (4) com a ida de profissionais brasileiros. A hipótese de Florianópolis, disse o ministro, veio por conta de "uma base em condição de fazer isolamento". Ele fez referência à Base Aérea, que fica no Sul da Ilha, onde também há um hospital.
O governo federal deve editar ainda nesta segunda-feira uma medida provisória para determinar como vai funcionar a quarentena dos brasileiros vindos da China. Embora não sejam pessoas com suspeita de coronavírus, eles devem passar por um período de isolamento para que não haja risco de transmissão da doença. Todos estão na região de Wuhan, que é o epicentro da epidemia do coronavírus e está fechada para voos comerciais, portanto qualquer operação de repatriação deve ser negociada pelos governos do Brasil e da China, através de voos fretados.
A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina afirmou que ainda não recebeu nenhum comunicado sobre a possibilidade da quarentena ocorrer em Florianópolis, assim como a prefeitura da cidade. O governo do Estado, no entanto, já foi convocado para uma reunião com o Ministério da Saúde na quarta-feira, em Brasília. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC) informou que também não foi comunicada, mas que o hospital da base aérea na Capital poderia sim ser utilizado, no entanto a ação é federal e não envolve o Estado.
Eu estou mais preocupado com o sarampo do que com o coronavírus, toda a rede de saúde está preparada para diagnosticar e fazer todo o atendimento necessário — disse o secretário de Saúde de Florianópolis.A Aeronáutica confirmou que a estrutura do chamado "esquadrão de saúde" na base aérea está em funcionamento, mas que ainda não há nenhuma definição sobre a questão da quarentena. A decisão está em Brasília, entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Defesa, que nesta segunda-feira já alinham os próximos passos em uma reunião.
O secretário de Saúde de Florianópolis, Carlos Alberto Justo da Silva, disse que uma possível quarentena na Capital seria um esforço maior da área militar e da Defesa do que da Saúde, pois todos os brasileiros que serão trazidos da China não apresentam sintomas:
— Só vai embarcar quem não tiver suspeita do coronavírus, então é uma operação maior da parte militar de ter os cuidados com higiene com essas pessoas na base aérea. Eu estou mais preocupado com o sarampo do que com o coronavírus, toda a rede de saúde está preparada para diagnosticar e fazer todo o atendimento necessário — afirmou o secretário de Florianópolis.
Localizada no Sul da Ilha, a Base Aérea de Florianópolis (BAFL) é a sede da aeronáutica em Santa Catarina e serve como base de apoio. No espaço funciona também o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo de Florianópolis (DTCEA-FL). O local é cogitado para receber os brasileiros em quarentena por ser uma unidade militar com espaço de saúde e local adequado para o isolamento.
Cuidados na quarentena
Segundo o médico infectologista Ricardo Freitas, que acompanha o caso suspeito de coronavírus registrado em Brusque, no Vale do Itajaí, o grupo de brasileiros que virá da China deve ficar isolado por um período de aproximadamente 14 dias, que é o tempo de transmissão do coronavírus.
De forma geral, Freitas explica que nesse caso de quarentena as pessoas podem ficar isoladas em uma mesma sala ou quarto, todas juntas, e o principal cuidado é da equipe de saúde que vai lidar com eles. Os profissionais devem usar máscaras, luvas, jalecos descartáveis, e tomar vários cuidados com a higiene.
Se alguma das pessoas na quarentena apresentar algum sintoma, deve passar por exames e ser isolada do resto do grupo também. No entanto, o governo brasileiro só trará ao país pessoas que até o momento não têm nenhuma suspeita da doença.
Por Lucas Paraizo
Fonte: NSC