Há dois anos, em dezembro, Bruno Cintra escreveu uma carta ao Papai Noel. Próximo do natal, nova corrente de solidariedade visa ajudar o adolescente de Franca
Na época, menino e avó viviam com apenas um salário mínimo para todas as despesas (Reprodução/ EPTV)
Dois anos depois de ganhar repercussão nacional, a reportagem de um menino pedindo ao Papai Noel um sanduíche com pão, presunto e queijo voltou a viralizar em grupos no WhatsApp, e a casa do estudante Bruno Cintra mais uma vez ficou cheia de doações em Franca (SP).
Aos 13 anos, Bruno tem um único sonho neste Natal: que outras crianças tenham a mesma sorte dele. “Desejo que todas as crianças realizem seus desejos, como eu realizei”, afirmou.
Em 2017, Bruno só pode matar a vontade de comer o bauru, que ele tanto gosta, graças a uma rede de solidariedade formada por pessoas de diferentes regiões do país, sensibilizadas com o pedido.
Carta escrita por Bruno Cintra em 2017 (Foto: Reprodução/ EPTV)
Confira a carta divulgada em 2017 na íntegra:
Querido, Papai Noel!
Sou Bruno. Tenho 11 anos. Moro com minha vozinha desde que nasci e ela está muito doente. Operou do intestino e agora faz quimioterapia. Oro para que ela sare logo. Escrevo porque vivemos de um salário mínimo para aluguel, água, luz e remédios que o SUS não dá. E ela não pode comprar uma coisa que gosto muito, que é o bauru. Gostaria de ganhar pão de forma, presunto e muçarela para matar a minha vontade e, se possível, uma cesta básica para alegrar meu Natal e de minha avó. Venha me visitar.
Feliz Natal! Deus lhe dê em dobro!
*Com informações do G1
Fonte: Michel Teixeira/A Tribuna
Na época, menino e avó viviam com apenas um salário mínimo para todas as despesas (Reprodução/ EPTV)
Dois anos depois de ganhar repercussão nacional, a reportagem de um menino pedindo ao Papai Noel um sanduíche com pão, presunto e queijo voltou a viralizar em grupos no WhatsApp, e a casa do estudante Bruno Cintra mais uma vez ficou cheia de doações em Franca (SP).
Aos 13 anos, Bruno tem um único sonho neste Natal: que outras crianças tenham a mesma sorte dele. “Desejo que todas as crianças realizem seus desejos, como eu realizei”, afirmou.
Em 2017, Bruno só pode matar a vontade de comer o bauru, que ele tanto gosta, graças a uma rede de solidariedade formada por pessoas de diferentes regiões do país, sensibilizadas com o pedido.
Na época, a casa onde ele vivia com a avó, Maria Sueli Cintra, na Vila Aparecida, ficou tomada por doações de alimentos, roupas e brinquedos. Os presentes eram resultado das cartas distribuídas por ele mesmo pela cidade. As informações são do G1.
O estudante Bruno Cintra escreveu cartinha em 2017, mas ela voltou a ganhar repercussão às vésperas do natal de 2019 — Foto: José Augusto Júnior/EPTV
A geladeira, então vazia, ficou cheia, e a fartura encheu o lar de avó e neto, que enfrentavam dificuldades financeiras. A generosidade de desconhecidos fez Bruno ter um Natal inesquecível.
“MUITA GENTE ME AJUDOU. EU GANHEI BOA PARTE DO QUE EU TENHO HOJE. EU TIVE ATÉ O VIDEOGAME DOS MEUS SONHOS. TENHO QUE AGRADECER A DEUS E ÀS PESSOAS.”
Pedido comovente
Mas a cartinha escrita por ele voltou a ser assunto neste fim de ano. A reportagem exibida pela EPTV, afiliada da TV Globo, em dezembro de 2017, passou a ser compartilhada, e uma nova rede se formou com o intuito de ajudar o menino.
Hoje, Bruno tem 13 anos. A avó não resistiu ao câncer que enfrentava, e morreu em agosto deste ano. O estudante passou a morar com uma das tias, Aparecida Ana Cintra. “O Bruno é meu outro filho”, diz.
Bruno Cintra, de 12 anos, e a avó Maria Sueli Cintra, em Franca (SP) — Foto: Stella Reis/EPTV
É na casa nova que ele esquece a tristeza pela perda da avó, a quem tinha como mãe. A chegada do primo Pietro trouxe alegria ao menino, que não desgruda um segundo do bebê.
“Eu aprendi a lidar com a vida de uma maneira diferente. É muito bom estar aqui, brincando com o Pietro, com meus outros primos que vêm aqui. É uma alegria sem fim. Ele me diverte muito quando eu estou triste. É uma benção”, diz Bruno.
Desde que o vídeo viralizou, a casa da família está cheia de pessoas interessadas em ajudar de alguma forma. Gente que chega com alimentos, com os ingredientes para o sanduíche, brinquedos, roupas.
“Eu me sinto tocada, porque a gente tem que ajudar o próximo, que está necessitado. Eu fiquei tocada com ele, que estava com vontade de comer um pedaço de pão com presunto”, diz Sandra Borges. Moradora de Franca, ela não conteve as lágrimas ao entregar uma doação feita por voluntários de Jundiaí (SP).
Bruno Cintra se diverte com o primo, Pietro, em Franca, SP — Foto: José Augusto Júnior/EPTV
O Natal da família Cintra, que seria humilde este ano, terá mais uma vez mesa cheia.
“EU FALEI PARA MINHA TIA QUE NÓS ÍAMOS TER QUE NOS VIRAR EM DEZEMBRO, MAS ALGUÉM REPOSTOU O VÍDEO, E EU AGRADEÇO MUITO ESSA PESSOA. COMEÇOU A APARECER UM MONTE DE GENTE EM CASA E EU NÃO ESTAVA ENTENDENDO NADA. DEUS É MUITO BOM, AS DOAÇÕES NÃO PARAM DE CHEGAR”, AFIRMA BRUNO.
O futuro
O jovem estudante foi aprovado na escola e vai cursar a oitava série do ensino fundamental em 2020. A professora Patrícia Nascimento Faria, que faz o acompanhamento psicológico dele, diz ser testemunha do quanto ele se dedica aos estudos.
“Ele é um menino que tem se empenhado em melhorar nos estudos. Ele é muito tímido, mas tem um coração enorme. Ele está fazendo terapia e tem mudado muito. Ele está correndo atrás dos seus objetivos”, afirma a professora.
Bruno Cintra recebe abraço carinhoso de moradora que fez doação em Franca, SP — Foto: José Augusto Júnior/EPTV
Entre os objetivos de Bruno está fazer pelos outros o que muitos fizeram por ele.
“EU ME SINTO ABRAÇADO POR DEUS. A FÉ É TUDO. QUANDO EU CRESCER, EU VOU AJUDAR, ASSIM COMO EU FUI AJUDADO. EU TENHO CERTEZA DISSO.”
Carta escrita por Bruno Cintra em 2017 (Foto: Reprodução/ EPTV)
Confira a carta divulgada em 2017 na íntegra:
Querido, Papai Noel!
Sou Bruno. Tenho 11 anos. Moro com minha vozinha desde que nasci e ela está muito doente. Operou do intestino e agora faz quimioterapia. Oro para que ela sare logo. Escrevo porque vivemos de um salário mínimo para aluguel, água, luz e remédios que o SUS não dá. E ela não pode comprar uma coisa que gosto muito, que é o bauru. Gostaria de ganhar pão de forma, presunto e muçarela para matar a minha vontade e, se possível, uma cesta básica para alegrar meu Natal e de minha avó. Venha me visitar.
Feliz Natal! Deus lhe dê em dobro!
*Com informações do G1
Fonte: Michel Teixeira/A Tribuna