Milhares de pessoas cruzaram pela estrutura reaberta nesta segunda-feira (30). Além da atração turística, ponte também foi palco de esportes radicais
Bete, 60 anos, cruzou a ponte acompanhada da mãe Laura, de 86(Foto: Gabriel Lima / NSC Total)
O calor da tarde desta segunda-feira (30) não afastou as milhares de pessoas que foram até o Centro de Florianópolis andar pela Hercílio Luz. A ponte foi reaberta após quase três décadas de espera. Os olhares curiosos e o sorriso nas inúmeras fotografias mostraram a satisfação de moradores e visitantes com a entrega da obra.
A felicidade de Bete Soares Chierighini, de 60 anos, era tanta que ela tocou nas barras de ferro para ter certeza que estava, enfim, passando novamente pela estrutura. Quando era criança, ela morava no Continente e passava de ônibus todos os dias pela Hercílio Luz, na época ainda com detalhes em madeira e pintura em preto, para estudar no Centro da Capital.
Nesta segunda, ela teve a oportunidade de reviver os momentos da infância com a mãe, Laura, de 86 anos, que é cadeirante há 12 anos. Mesmo com as limitações físicas, ambas passearam por quase uma hora sobre o piso de gradil para refazer o trajeto que já foi tão rotineiro.
— Eu adorei e ela também. Mesmo cadeirante, eu fiz questão de trazer ela para passar por aqui e ver como ficou. É um momento especial.
Para Sérgio Flores, de 55 anos, a abertura da ponte foi uma forma de aproveitar o tempo com a família em Florianópolis de uma forma diferente. Morador de Blumenau, ele estava com a esposa, Miriam, e as duas filhas, Gabriela e Luiza, acompanhando as atrações culturais que se apresentavam em um palco montado na cabeceira insular da ponte.
— A ponte está maravilhosa. É um ganho muito grande para o turismo, até por ter uma estrutura tão única no mundo. É legal porque podemos também visitar o museu aqui perto e ver o pessoal saltando, então tem várias atrações para passar a tarde por aqui.
A filha Gabriela, de 26 anos, considera que a abertura da ponte foi importante pela estrutura ser um patrimônio histórico de Santa Catarina. Após alguns anos vendo a estrutura diariamente fechada, ela deve repetir com frequência o trajeto sobre a Hercílio Luz, já que mora no Centro da Capital.
Além da família Flores, dezenas de pessoas acompanharam a apresentação de João Napoli, um dos destaques da edição 2019 do reality show The Voice Kids. A programação desta segunda-feira ainda inclui a apresentação de um fado dos Açores com Mario Moita e show com o grupo Quinteto Samba Aí. A agenda vai até o dia 5 de janeiro, com a Corrida da Ponte Hercílio Luz.
Muitos que não estavam em frente ao palco se abrigaram embaixo de árvores para fugir do sol. Alguns também permaneceram próximos dos pontos gastronômicos instalados nas duas cabaceiras das pontes, principalmente em busca de água para se refrescar enquanto o termômetro marcava calor acima dos 30°C.
Fim de tarde na recém reaberta ponte Hercílio Luz(Foto: Prefeitura de Florianópolis / Divulgação)
Bungee jump como opção de esporte radical
Quem andava pelas laterais da ponte encontrava uma aglomeração de pessoas próximas à metade do trajeto. Em vez de apontar para a Hercílio Luz, as câmeras dos visitantes estavam em direção ao mar para fotografar as pessoas que se aventuravam nos saltos de bungee jump, disponível em quatro estruturas montadas nesta segunda-feira.
Tales Siminatto, de 22 anos, foi uma das pessoas que viu a ponte Hercílio Luz sob outro ângulo. O morador da Lagoa da Conceição subiu na plataforma de dois metros montada na lateral da ponte e saltou mais de 30 metros com a cabeça em direção ao mar da Baía Norte.
— A sensação é indescritível. Até fiquei nervoso, mas quando eu vi já estava pendurado e quase na água. Caminhar hoje sobre a ponte foi uma experiência muito boa, e curti muito o salto também.
Já a turista Eliane de Oliveira, de 28 anos e moradora de São José dos Pinhais-PR, estava em outra plataforma e quase desistiu do salto. Porém, foi incentivada pelos amigos e decidiu que iria mesmo pular na contagem regressiva que é feita por dezenas de pessoas que estão no local antes de cada salto.
— Não me arrependo do salto. Dá um medo quando a gente olha pra baixo e vê o tamanho da queda, mas valeu muito a pena. É uma sensação de liberdade.
Integração com as bicicletas
Há, também, quem optou por passear pela ponte sobre rodas. Apesar de alguns patinetes e outros patins, o que predominou foram as bicicletas. De certa forma, é uma prévia do movimento que deve acontecer nos próximos dias, já que a nova estrutura da ponte tem espaço para o tráfego de bicicletas nas duas laterais.
A travessia entre a Ilha e o continente é feita todos os dias por Andrei Filomeno de Jesus, de 15 anos e morador da Trindade. Ele deve trocar o trajeto que passa embaixo da ponte Pedro Ivo Campos para a Hercílio Luz. Apesar de elogiar a estrutura e o espaço para as bicicletas, alega que poderia ter mais espaço entre a ciclofaixa e o passeio para pedestres e uma interrogação cicloviária entre a Hercílio Luz e a Avenida Beira-Mar Norte.
— Pra mim essa obra é muito importante, já que representa os moradores de Florianópolis e antes era algo que estava largado. Mesmo não sendo tão viável, prefiro passar por aqui (Hercílio Luz) porque a estrutura para travessia de ciclistas da outra ponte tá muito precária e dá medo de cair. Mas também não podemos esquecer dos problemas e demora que essa obra teve para ser entregue.
Fonte: Diário Catarinense
Bete, 60 anos, cruzou a ponte acompanhada da mãe Laura, de 86(Foto: Gabriel Lima / NSC Total)
O calor da tarde desta segunda-feira (30) não afastou as milhares de pessoas que foram até o Centro de Florianópolis andar pela Hercílio Luz. A ponte foi reaberta após quase três décadas de espera. Os olhares curiosos e o sorriso nas inúmeras fotografias mostraram a satisfação de moradores e visitantes com a entrega da obra.
A felicidade de Bete Soares Chierighini, de 60 anos, era tanta que ela tocou nas barras de ferro para ter certeza que estava, enfim, passando novamente pela estrutura. Quando era criança, ela morava no Continente e passava de ônibus todos os dias pela Hercílio Luz, na época ainda com detalhes em madeira e pintura em preto, para estudar no Centro da Capital.
Nesta segunda, ela teve a oportunidade de reviver os momentos da infância com a mãe, Laura, de 86 anos, que é cadeirante há 12 anos. Mesmo com as limitações físicas, ambas passearam por quase uma hora sobre o piso de gradil para refazer o trajeto que já foi tão rotineiro.
— Eu adorei e ela também. Mesmo cadeirante, eu fiz questão de trazer ela para passar por aqui e ver como ficou. É um momento especial.
Para Sérgio Flores, de 55 anos, a abertura da ponte foi uma forma de aproveitar o tempo com a família em Florianópolis de uma forma diferente. Morador de Blumenau, ele estava com a esposa, Miriam, e as duas filhas, Gabriela e Luiza, acompanhando as atrações culturais que se apresentavam em um palco montado na cabeceira insular da ponte.
— A ponte está maravilhosa. É um ganho muito grande para o turismo, até por ter uma estrutura tão única no mundo. É legal porque podemos também visitar o museu aqui perto e ver o pessoal saltando, então tem várias atrações para passar a tarde por aqui.
A filha Gabriela, de 26 anos, considera que a abertura da ponte foi importante pela estrutura ser um patrimônio histórico de Santa Catarina. Após alguns anos vendo a estrutura diariamente fechada, ela deve repetir com frequência o trajeto sobre a Hercílio Luz, já que mora no Centro da Capital.
Além da família Flores, dezenas de pessoas acompanharam a apresentação de João Napoli, um dos destaques da edição 2019 do reality show The Voice Kids. A programação desta segunda-feira ainda inclui a apresentação de um fado dos Açores com Mario Moita e show com o grupo Quinteto Samba Aí. A agenda vai até o dia 5 de janeiro, com a Corrida da Ponte Hercílio Luz.
Muitos que não estavam em frente ao palco se abrigaram embaixo de árvores para fugir do sol. Alguns também permaneceram próximos dos pontos gastronômicos instalados nas duas cabaceiras das pontes, principalmente em busca de água para se refrescar enquanto o termômetro marcava calor acima dos 30°C.
Fim de tarde na recém reaberta ponte Hercílio Luz(Foto: Prefeitura de Florianópolis / Divulgação)
Bungee jump como opção de esporte radical
Quem andava pelas laterais da ponte encontrava uma aglomeração de pessoas próximas à metade do trajeto. Em vez de apontar para a Hercílio Luz, as câmeras dos visitantes estavam em direção ao mar para fotografar as pessoas que se aventuravam nos saltos de bungee jump, disponível em quatro estruturas montadas nesta segunda-feira.
Tales Siminatto, de 22 anos, foi uma das pessoas que viu a ponte Hercílio Luz sob outro ângulo. O morador da Lagoa da Conceição subiu na plataforma de dois metros montada na lateral da ponte e saltou mais de 30 metros com a cabeça em direção ao mar da Baía Norte.
— A sensação é indescritível. Até fiquei nervoso, mas quando eu vi já estava pendurado e quase na água. Caminhar hoje sobre a ponte foi uma experiência muito boa, e curti muito o salto também.
Já a turista Eliane de Oliveira, de 28 anos e moradora de São José dos Pinhais-PR, estava em outra plataforma e quase desistiu do salto. Porém, foi incentivada pelos amigos e decidiu que iria mesmo pular na contagem regressiva que é feita por dezenas de pessoas que estão no local antes de cada salto.
— Não me arrependo do salto. Dá um medo quando a gente olha pra baixo e vê o tamanho da queda, mas valeu muito a pena. É uma sensação de liberdade.
Integração com as bicicletas
Há, também, quem optou por passear pela ponte sobre rodas. Apesar de alguns patinetes e outros patins, o que predominou foram as bicicletas. De certa forma, é uma prévia do movimento que deve acontecer nos próximos dias, já que a nova estrutura da ponte tem espaço para o tráfego de bicicletas nas duas laterais.
A travessia entre a Ilha e o continente é feita todos os dias por Andrei Filomeno de Jesus, de 15 anos e morador da Trindade. Ele deve trocar o trajeto que passa embaixo da ponte Pedro Ivo Campos para a Hercílio Luz. Apesar de elogiar a estrutura e o espaço para as bicicletas, alega que poderia ter mais espaço entre a ciclofaixa e o passeio para pedestres e uma interrogação cicloviária entre a Hercílio Luz e a Avenida Beira-Mar Norte.
— Pra mim essa obra é muito importante, já que representa os moradores de Florianópolis e antes era algo que estava largado. Mesmo não sendo tão viável, prefiro passar por aqui (Hercílio Luz) porque a estrutura para travessia de ciclistas da outra ponte tá muito precária e dá medo de cair. Mas também não podemos esquecer dos problemas e demora que essa obra teve para ser entregue.
Fonte: Diário Catarinense