Na virada do dia 28 para 29 de novembro de 2016, Julián Giraldo recebeu um chamado da namorada, que é enfermeira, para ir com a sua caminhonete até o local da queda do avião da Chapecoense para ajudar no socorro. Chegou ao lugar do impacto cerca de uma hora depois da tragédia.
Julián mora na cidade de La Unión, município colombiano onde ocorreu o desastre. “Chovia muito naquela hora”, lembra o torcedor do Atlético Nacional, time que o Verdão iria enfrentar no dia seguinte (30), em Medellín, pela final Copa Sul-Americana.
Durante o trabalho de resgate, Julián encontrou alguns materiais da equipe verde-branca e os guardou. Levou para casa uma bola, um par de meias e um calção. “Quando achei, comecei a chorar”, disse.
Ele veio a Chapecó para entregar os objetos ao clube e assistiu à derrota por 1 a 0 para o Corinthians, na noite desta quarta-feira (2), na Arena Condá, pelo Brasileirão.
A bola da Chape virou algo valioso. Julián conta que uma pessoa ofereceu cinco milhões de pesos colombianos, o equivalente a cerca de R$ 5,9 mil. Porém, recusou-se a vender. Ele trouxe as peças para que o Verdão as exponha.
O colombiano reencontrou em Chapecó o guitarrista Marcos Janowitz, que o levou à Arena Condá. Eles se conheceram durante uma viagem do músico à Colômbia.
A tragédia Perto de fazer três anos, o desastre tirou a vida de 71 pessoas, entre jogadores, integrantes da comissão técnica, dirigentes, funcionários, profissionais da imprensa, convidados e tripulantes. Seis sobreviveram: os atletas Alan Ruschel, Follmann – teve parte da perna direita amputada – e Neto, o jornalista Rafael Henzel – morreu em março deste ano vítima de infarto – e os tripulantes Erwin Tumiri e Ximena Suárez.
Fonte: Diário do Iguaçu