Alix Pedro Soares era natural de Governador Celso Ramos e morava em Florianópolis. Ele integrou a Força Expedicionária Brasileira na Itália
Em 2017, Alix e a esposa Ivanira fizeram um ensaio fotográfico para celebrar as bodas de vinho:
70 anos de casados(Foto: Alessandro Darabas/Divulgação)
Com muita história para contar e um orgulho imenso da família que deixou, Alix Pedro Soares faleceu no sábado (19) rodeado pelos filhos na casa em que morava no Centro de Florianópolis. Aos 100 anos, o catarinense natural de Governador Celso Ramos era um dos últimos ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial vivos no Estado.
Alix era pescador antes de embarcar para a Itália com a Força Expedicionária Brasileira. Quando voltou da guerra, o pracinha teria direito a um cargo na Capitania dos Portos, mas descobriu que outra pessoa havia sido nomeada em seu lugar. Ele então escreveu uma carta e enviou diretamente ao presidente Getúlio Vargas, que respondeu semanas depois nomeando o catarinense para o cargo.
Outra carta assinada por Alix também endereçada a um presidente pode ser encontrada nos arquivos digitais do histórico jornal carioca O Semanário. Em uma edição da primeira semana de setembro de 1958 há uma notícia sobre a carta enviada por vários expedicionários de Laguna ao então presidente Juscelino Kubitschek, cobrando promessas que haviam sido feitas aos pracinhas, que ainda não haviam recebido auxílios do governo após o retorno da guerra.
Pela capitania, Alix cuidou do farol da Ilha do Arvoredo e do Farol de Santa Marta, em Laguna, onde morou por muitos anos. Na época ele morava no Centro de Laguna e ia todos os dias para o farol, em uma longa caminhada. Alix gostava tanto do trajeto e de caminhar na areia que fazia o caminho todo pela praia. Em homenagem, décadas depois um dos filhos do ex-soldado refez a caminhada até o Farol de Santa Marta com um grupo de amigos. Tornou-se uma tradição da família e até da cidade, que encorporou a "caminhada do farol" no calendário e já teve 19 edições — algumas com centenas de pessoas.
As histórias são lembradas por familiares e também fazem parte do livro de memórias "Uma luz no meu caminho", lançado em 2010 por Alix, quando tinha 90 anos.
— O vô tinha uma sabedoria muito grande. A maior riqueza dele foi ter conseguido formar os cinco filhos dele na faculdade. Ele se orgulhava muito disso, tinha muito orgulho da família — lembra o neto Bruno Soares Pagani.
Em 2017 a história de amor entre Alix e a esposa, Ivanira da Costa, de 90 anos, fez sucesso na internet. Em comemoração aos 70 anos de casados, eles fizeram um ensaio fotográfico no Cacupé, em Florianópolis. As fotos das "bodas de vinho" rodaram a internet e foram notícia em Santa Catarina.
Nos últimos anos Alix já estava debilitado e não conseguia sair tanto, mas mantinha o gosto pelos passeios por Florianópolis e por boas refeições. Adorava ir a restaurantes e aproveitar um bom peixe.
Alix faleceu por morte natural e foi velado no cemitério do Itacorubi, na Capital, com direito a homenagens do exército. No domingo (20), o corpo foi levado para Governador Celso Ramos, onde foi enterrado.
Fonte: Diário Catarinense
Em 2017, Alix e a esposa Ivanira fizeram um ensaio fotográfico para celebrar as bodas de vinho:
70 anos de casados(Foto: Alessandro Darabas/Divulgação)
Com muita história para contar e um orgulho imenso da família que deixou, Alix Pedro Soares faleceu no sábado (19) rodeado pelos filhos na casa em que morava no Centro de Florianópolis. Aos 100 anos, o catarinense natural de Governador Celso Ramos era um dos últimos ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial vivos no Estado.
Alix era pescador antes de embarcar para a Itália com a Força Expedicionária Brasileira. Quando voltou da guerra, o pracinha teria direito a um cargo na Capitania dos Portos, mas descobriu que outra pessoa havia sido nomeada em seu lugar. Ele então escreveu uma carta e enviou diretamente ao presidente Getúlio Vargas, que respondeu semanas depois nomeando o catarinense para o cargo.
Outra carta assinada por Alix também endereçada a um presidente pode ser encontrada nos arquivos digitais do histórico jornal carioca O Semanário. Em uma edição da primeira semana de setembro de 1958 há uma notícia sobre a carta enviada por vários expedicionários de Laguna ao então presidente Juscelino Kubitschek, cobrando promessas que haviam sido feitas aos pracinhas, que ainda não haviam recebido auxílios do governo após o retorno da guerra.
Pela capitania, Alix cuidou do farol da Ilha do Arvoredo e do Farol de Santa Marta, em Laguna, onde morou por muitos anos. Na época ele morava no Centro de Laguna e ia todos os dias para o farol, em uma longa caminhada. Alix gostava tanto do trajeto e de caminhar na areia que fazia o caminho todo pela praia. Em homenagem, décadas depois um dos filhos do ex-soldado refez a caminhada até o Farol de Santa Marta com um grupo de amigos. Tornou-se uma tradição da família e até da cidade, que encorporou a "caminhada do farol" no calendário e já teve 19 edições — algumas com centenas de pessoas.
As histórias são lembradas por familiares e também fazem parte do livro de memórias "Uma luz no meu caminho", lançado em 2010 por Alix, quando tinha 90 anos.
— O vô tinha uma sabedoria muito grande. A maior riqueza dele foi ter conseguido formar os cinco filhos dele na faculdade. Ele se orgulhava muito disso, tinha muito orgulho da família — lembra o neto Bruno Soares Pagani.
Em 2017 a história de amor entre Alix e a esposa, Ivanira da Costa, de 90 anos, fez sucesso na internet. Em comemoração aos 70 anos de casados, eles fizeram um ensaio fotográfico no Cacupé, em Florianópolis. As fotos das "bodas de vinho" rodaram a internet e foram notícia em Santa Catarina.
Nos últimos anos Alix já estava debilitado e não conseguia sair tanto, mas mantinha o gosto pelos passeios por Florianópolis e por boas refeições. Adorava ir a restaurantes e aproveitar um bom peixe.
Alix faleceu por morte natural e foi velado no cemitério do Itacorubi, na Capital, com direito a homenagens do exército. No domingo (20), o corpo foi levado para Governador Celso Ramos, onde foi enterrado.
Fonte: Diário Catarinense