Em expansão em pequenas propriedades rurais de Joinville, a produção de alimentos orgânicos certificados — livres do uso de químicos — demanda maior mão de obra e custos. Porém, pode gerar maior valor agregado sobre o produto e, para muitos, representa também maior qualidade de vida.
Esse é um dos principais motivos que levam algumas famílias rurais da região a investirem na agricultura orgânica (são 70 famílias produtoras). Para eles o que conta é a questão da saúde e da sustentabilidade, enquanto para outros é investimento ou vocação.
Um dos exemplos dessa expansão da produção orgânica na cidade vem da Estrada Dedo Grosso, na propriedade de Samir e Amasilda Grah (46). Há dois anos os dois começaram a colher os frutos de uma mudança de mentalidade e de segmento, depois de décadas dedicadas à produção de fumo.
O plantio de fumo era uma tradição na família desde os tempos em que eles moravam em Ituporanga e continuou na década de 1990 quando Samir se mudou para Joinville. Segundo ele, foram quase 13 anos mantendo a produção. No entanto, o ambiente da região não era propício para este cultivo e, além disso ele acabou se intoxicando com o veneno que era utilizado na plantação.
Mudança de cultura
Em função disso, Samir pensou em abandonar o campo e nem cogitava trabalhar com orgânicos.
— Diziam que era difícil e eu não conhecia muito sobre a agricultura orgânica, então pensava que era impossível e preferia trocar de profissão do que me alimentar com produtos com agrotóxico. Aí fui convidado para um curso de produção orgânica e notei que era possível encarar o desafio — recorda Samir.
Conforme ele, o mesmo iniciou uma série de testes com hortaliças e aos poucos foi reduzindo o uso de agrotóxicos, até chegar a zero.
— Atualmente vendemos para lojas de produtos naturais e para os vizinhos e temos uma produção mista, de alface, beterraba, cará, salsa, cebolinha, rúcula, couve, brócolis, vagem, tudo orgânico — relata Amasilda.
— O segredo da produção está em identificar quando a planta está com deficiência em algum nutriente e cuidá-la da forma correta. Com isso, ganhamos alimentos melhores e maior qualidade de vida — complementa Samir.
Fonte: NSC TV