Conheça o exemplo de dedicação da bailarina Ângela Lorenz, que começou em Joaçaba e hoje estuda Ballet no Canadá.
Festival Mery Rosa em Itajaí, 2013
Tímida, a bailarina Ângela Lorenz, 24 anos, não é de muitas palavras. Sua melhor forma de expressão é mesmo no palco, local que habita desde os 3 anos de idade, quando foi convidada para participar de uma apresentação na escola que frequentava. Aos 5 anos, foi oficialmente apresentada ao Ballet e desde então não sabe mais o que é viver sem as sapatilhas.
O sonho de ser bailarina profissional fez Ângela ir longe, primeiro aqui no Brasil e agora no Canadá, em Vancouver, onde frequenta uma escola de dança. Mas, este resumo não condiz com uma trajetória tão bonita, marcada pela dedicação, coragem e, como já descrevemos, por um sonho!
Ângela nos recebeu para contar sua história em casa, no bairro Boa Vista, quase de malas prontas para voltar ao Canadá depois de um período de férias. Foi nesse bairro que cresceu e que os pais, Sérgio e Rosana, viram nascer uma bailarina que chamou atenção desde cedo. "Viajamos para a Bahia quando ela tinha uns 8 anos e em um restaurante uma senhora veio me perguntar se minha filha era bailarina. Respondi que sim, e fiquei curiosa para saber como poderia saber, e ela respondeu que era pela postura dela", relembra Rosana, ao contar o fato que já mostrava que desde pequena Ângela estava desenhada para a dança.
O talento da bailarina começou a ser lapidado em Joaçaba, onde passou por todas as escolas de dança e pelos professores que atuam aqui. Com cada um deles aprendeu um pouco mais.
O sonho de ser bailarina quase foi interrompido quando resolveu se dedicar aos estudos. ingressou na faculdade de design e se mudou para Florianópolis. Mesmo estudando, não parou com as aulas de dança e foi uma professora que fez Angela repensar em seu futuro.
"Numa das aulas de dança uma professora me perguntou: por que você não quer ser bailarina? Ainda choro quando lembro. Eu nunca quis parar e não tinha largado a dança por que nunca conseguiria. Falei para ela que era muito difícil. Então, depois desta conversa foram quase dois anos lá, deixei a faculdade e fiquei um ano e meio só dançando".
Decidida, Angela resolveu que que era a hora de se dedicar e buscar oportunidade na dança.
"No final de 2015 fiz audição para a escola do Teatro Guaíra, passei e em dois anos me formei lá. Depois fui para Brasília participar de um seminário que oferece bolsas de estudo para vários lugares do mundo. Foram duas a três semanas, das 8 às 20h, ensaiando, fazendo aulas e até competindo. Consegui a bolsa para a Lamondance, o primeiro programa que fui no Canadá, em Vancouver. Foram 6 meses nesta escola, uma adaptação fácil por que o diretor era brasileiro e eram mais 7 brasileiros na mesma casa".
Seminário internacional de dança de Brasília, 2018
Como o visto de Angela era de turista ela tinha que tomar uma decisão, continuar no Canadá exigiria que trocasse de escola e começasse a trabalhar para se manter.
"Na Lamondance o visto era apenas de turismo, por isso foi tudo as custas dos meus pais. Eu sabia que se quisesse continuar ia precisar de um emprego. Já sabia que existia o Coastal City Ballet, que é onde estou agora, e que lá tinha a opção do visto de estudante, com o qual eu poderia trabalhar e me manter sozinha. Tive que tomar uma decisão, por que aqui no Brasil não tem muito como trabalhar e dançar ao mesmo tempo. Lá eu trabalho quatro horas por dia, as vezes cinco e os horários são bem flexíveis. Temos uma hora e meia de aula e ensaios até às 3 da tarde, depois começo a trabalhar as 17h e vou até quase às 22h".
Bem adaptada a rotina e ao país, Angela não reclama nem do frio do Canadá, principalmente por que os locais tem mais estrutura para as baixas temperaturas."Você passa frio de 10 a 20 minutos por dia, o tempo de sair de casa, pegar um ônibus e chegar a outro lugar", comenta.
Carnaval 2015 pela escola Vale Samba Futuro
Futuro
A bailarina sabe que ainda tem um longo caminho pela frente no sonho de viver apenas da dança, o que poder fazer com que vá ainda mais longe.
"Agora penso em começar a fazer audições, que é um "vestibular" para bailarinos, provavelmente na Europa, onde tem mais companhias. Meu plano é guardar dinheiro, fazer aulas, entrar em forma e fazer a audição em um país europeu".
Quanto a sua caminhada em busca do sonho, Angela sabe que pode inspirar outras bailarinas e bailarinos e por isso, entre lágrimas, ofereceu um pouco da fórmula que usa até hoje para chegar aos seus objetivos.
"É preciso fazer muita aula pensar positivo e acreditar que se você tentar e persistir consegue. Por que não é como uma profissão normal não, é bem mais difícil".
De malas prontas, ela embarcou de volta para o Canadá nesta quinta-feira, 08. Uma viajem de 17 horas para voltar a viver seu sonho, mas sem esquecer de quem ajudou tanto nesta bela história que está construindo.
"Agradeço todos os meus professores, os daqui de Joaçaba, de Florianópolis e de Curitiba. E meus pais, que me dão apoio e acreditam até hoje", encerrou.
Festival de Dança de Joinville, 2016
Fonte: Portal Éder Luiz
Festival Mery Rosa em Itajaí, 2013
Tímida, a bailarina Ângela Lorenz, 24 anos, não é de muitas palavras. Sua melhor forma de expressão é mesmo no palco, local que habita desde os 3 anos de idade, quando foi convidada para participar de uma apresentação na escola que frequentava. Aos 5 anos, foi oficialmente apresentada ao Ballet e desde então não sabe mais o que é viver sem as sapatilhas.
O sonho de ser bailarina profissional fez Ângela ir longe, primeiro aqui no Brasil e agora no Canadá, em Vancouver, onde frequenta uma escola de dança. Mas, este resumo não condiz com uma trajetória tão bonita, marcada pela dedicação, coragem e, como já descrevemos, por um sonho!
Ângela nos recebeu para contar sua história em casa, no bairro Boa Vista, quase de malas prontas para voltar ao Canadá depois de um período de férias. Foi nesse bairro que cresceu e que os pais, Sérgio e Rosana, viram nascer uma bailarina que chamou atenção desde cedo. "Viajamos para a Bahia quando ela tinha uns 8 anos e em um restaurante uma senhora veio me perguntar se minha filha era bailarina. Respondi que sim, e fiquei curiosa para saber como poderia saber, e ela respondeu que era pela postura dela", relembra Rosana, ao contar o fato que já mostrava que desde pequena Ângela estava desenhada para a dança.
Festival de Dança de Chapecó em 2011
O talento da bailarina começou a ser lapidado em Joaçaba, onde passou por todas as escolas de dança e pelos professores que atuam aqui. Com cada um deles aprendeu um pouco mais.
O sonho de ser bailarina quase foi interrompido quando resolveu se dedicar aos estudos. ingressou na faculdade de design e se mudou para Florianópolis. Mesmo estudando, não parou com as aulas de dança e foi uma professora que fez Angela repensar em seu futuro.
"Numa das aulas de dança uma professora me perguntou: por que você não quer ser bailarina? Ainda choro quando lembro. Eu nunca quis parar e não tinha largado a dança por que nunca conseguiria. Falei para ela que era muito difícil. Então, depois desta conversa foram quase dois anos lá, deixei a faculdade e fiquei um ano e meio só dançando".
Decidida, Angela resolveu que que era a hora de se dedicar e buscar oportunidade na dança.
"No final de 2015 fiz audição para a escola do Teatro Guaíra, passei e em dois anos me formei lá. Depois fui para Brasília participar de um seminário que oferece bolsas de estudo para vários lugares do mundo. Foram duas a três semanas, das 8 às 20h, ensaiando, fazendo aulas e até competindo. Consegui a bolsa para a Lamondance, o primeiro programa que fui no Canadá, em Vancouver. Foram 6 meses nesta escola, uma adaptação fácil por que o diretor era brasileiro e eram mais 7 brasileiros na mesma casa".
Seminário internacional de dança de Brasília, 2018
Como o visto de Angela era de turista ela tinha que tomar uma decisão, continuar no Canadá exigiria que trocasse de escola e começasse a trabalhar para se manter.
"Na Lamondance o visto era apenas de turismo, por isso foi tudo as custas dos meus pais. Eu sabia que se quisesse continuar ia precisar de um emprego. Já sabia que existia o Coastal City Ballet, que é onde estou agora, e que lá tinha a opção do visto de estudante, com o qual eu poderia trabalhar e me manter sozinha. Tive que tomar uma decisão, por que aqui no Brasil não tem muito como trabalhar e dançar ao mesmo tempo. Lá eu trabalho quatro horas por dia, as vezes cinco e os horários são bem flexíveis. Temos uma hora e meia de aula e ensaios até às 3 da tarde, depois começo a trabalhar as 17h e vou até quase às 22h".
Bem adaptada a rotina e ao país, Angela não reclama nem do frio do Canadá, principalmente por que os locais tem mais estrutura para as baixas temperaturas."Você passa frio de 10 a 20 minutos por dia, o tempo de sair de casa, pegar um ônibus e chegar a outro lugar", comenta.
Carnaval 2015 pela escola Vale Samba Futuro
Futuro
A bailarina sabe que ainda tem um longo caminho pela frente no sonho de viver apenas da dança, o que poder fazer com que vá ainda mais longe.
"Agora penso em começar a fazer audições, que é um "vestibular" para bailarinos, provavelmente na Europa, onde tem mais companhias. Meu plano é guardar dinheiro, fazer aulas, entrar em forma e fazer a audição em um país europeu".
Quanto a sua caminhada em busca do sonho, Angela sabe que pode inspirar outras bailarinas e bailarinos e por isso, entre lágrimas, ofereceu um pouco da fórmula que usa até hoje para chegar aos seus objetivos.
"É preciso fazer muita aula pensar positivo e acreditar que se você tentar e persistir consegue. Por que não é como uma profissão normal não, é bem mais difícil".
De malas prontas, ela embarcou de volta para o Canadá nesta quinta-feira, 08. Uma viajem de 17 horas para voltar a viver seu sonho, mas sem esquecer de quem ajudou tanto nesta bela história que está construindo.
"Agradeço todos os meus professores, os daqui de Joaçaba, de Florianópolis e de Curitiba. E meus pais, que me dão apoio e acreditam até hoje", encerrou.
Festival de Dança de Joinville, 2016
Fonte: Portal Éder Luiz