Foto: Luiz Carlos Souza, Arquivo Pessoal
O grupo criminoso que é alvo da Operação The Wall, deflagrada na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal e a Receita Federal em Itajaí, é suspeito do envio de cerca de 7 toneladas de cocaína à Europa. A droga viajava escondida em diferentes tipos de cargas – madeira serrada, lajotas de ardósia e granito e carnes congeladas.
Até agora, dois carregamentos foram atribuídos ao grupo pela Polícia Federal. O primeiro deles, que deu nome à operação, estava em uma carga de tijolos que saiu do porto de Navegantes e desembarcou em Antuérpia, na Bélgica, em dezembro de 2018. Eram 1,7 mil quilos.
O segundo carregamento identificado era de pedras de ardósia, que foram interceptados em Navegantes no dia 1º de abril. Desta vez, eram 557 quilos.
A operação resultou na apreensão de R$ 1 milhão em dinheiro, um revólver calibre 38 e 22 veículos – entre eles, alguns de luxo e ainda sem placas. É o caso de um Land Rover, avaliado em mais de R$ 300 mil. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Itajaí, Balneário Camboriú, Blumenau, Balneário Piçarras e Ilhota.
Carro apreendido(Foto: Luiz Carlos de Souza, Arquivo Pessoal)
Operações simultâneas
Também foram cumpridos 17 mandados de prisão, de 24 expedidos – destes, 11 eram específicos da Operação The Wall. Os demais estão ligados à Operação Alba Vírus, coordenada pela Polícia Federal em Santos (SP), que ocorre simultaneamente e cumpre 42 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão temporária, além do sequestro de R$ 23 milhões em imóveis.
De acordo com o delegado Oscar Biffi, chefe da Delegacia da Polícia Federal de Itajaí, a decisão de deflagrar as duas operações em conjunto foi porque um dos suspeitos presos atuava simultaneamente nos dois grupos criminosos. O papel dele, segundo a polícia, era negociar a droga que seria enviada ao exterior pelas quadrilhas.
Máquina suspeita de alterar lacres(Foto: Luiz Carlos de Souza, Arquivo Pessoal)
Logística portuária
As investigações indicam que os grupos criminosos usavam duas empresas de logística portuária, especializadas em transporte de contêineres, para exportar cocaína à Europa. A polícia acredita que a carga, contratada legalmente, era desviada no caminho até o porto. O contêiner era aberto e recebia a droga camuflada em meio às mercadorias legalizadas.
O delegado Oscar Biffi diz que o mais provável é que tanto o exportador, que pagou pelo envio do contêiner para o exterior, quando o importador, não tinham conhecimento de que a carga estava “contaminada”. Entre o material apreendido pela polícia, nesta manhã, estava um marcador a laser. A Receita Federal suspeita que o equipamento era usado para adulterar o lacre dos contêineres, numa tentativa de não levantar suspeitas de que o contêiner tinha sido aberto antes de chegar ao porto para embarcar.
Três toneladas em 2019
Só este ano, a Receita Federal interceptou no Complexo Portuário do Itajaí-Açu, que integra os portos de Itajaí e Navegantes, o equivalente a 3,2 toneladas de cocaína. A Polícia Federal segue com as investigações, para identificar o quanto dessa carga pertencia ao grupo identificado pela Operação The Wall.
As investigações indicam que mais de um grupo aja simultaneamente nos portos brasileiros no tráfico internacional de drogas por meio dos portos – e que as cargas “migrem” entre os terminais. O que leva a Receita a desenvolver táticas específicas para cada região portuária do país.
Em Itajaí e Navegantes, a Alfândega da Receita Federal tem como procedimento padrão escanear todos os contêineres de exportação que serão enviados para portos na Bélgica, Espanha, Itália, França e na costa africana, especialmente no Marrocos. São locais identificados como destino comum para carregamentos de cocaína que abastecem o mercado europeu. O mesmo procedimento é adotado nos portos de Santos e Paranaguá.
Fonte: NSC
O grupo criminoso que é alvo da Operação The Wall, deflagrada na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal e a Receita Federal em Itajaí, é suspeito do envio de cerca de 7 toneladas de cocaína à Europa. A droga viajava escondida em diferentes tipos de cargas – madeira serrada, lajotas de ardósia e granito e carnes congeladas.
Até agora, dois carregamentos foram atribuídos ao grupo pela Polícia Federal. O primeiro deles, que deu nome à operação, estava em uma carga de tijolos que saiu do porto de Navegantes e desembarcou em Antuérpia, na Bélgica, em dezembro de 2018. Eram 1,7 mil quilos.
O segundo carregamento identificado era de pedras de ardósia, que foram interceptados em Navegantes no dia 1º de abril. Desta vez, eram 557 quilos.
A operação resultou na apreensão de R$ 1 milhão em dinheiro, um revólver calibre 38 e 22 veículos – entre eles, alguns de luxo e ainda sem placas. É o caso de um Land Rover, avaliado em mais de R$ 300 mil. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Itajaí, Balneário Camboriú, Blumenau, Balneário Piçarras e Ilhota.
Carro apreendido(Foto: Luiz Carlos de Souza, Arquivo Pessoal)
Operações simultâneas
Também foram cumpridos 17 mandados de prisão, de 24 expedidos – destes, 11 eram específicos da Operação The Wall. Os demais estão ligados à Operação Alba Vírus, coordenada pela Polícia Federal em Santos (SP), que ocorre simultaneamente e cumpre 42 mandados de busca e apreensão e 18 de prisão temporária, além do sequestro de R$ 23 milhões em imóveis.
De acordo com o delegado Oscar Biffi, chefe da Delegacia da Polícia Federal de Itajaí, a decisão de deflagrar as duas operações em conjunto foi porque um dos suspeitos presos atuava simultaneamente nos dois grupos criminosos. O papel dele, segundo a polícia, era negociar a droga que seria enviada ao exterior pelas quadrilhas.
Máquina suspeita de alterar lacres(Foto: Luiz Carlos de Souza, Arquivo Pessoal)
Logística portuária
As investigações indicam que os grupos criminosos usavam duas empresas de logística portuária, especializadas em transporte de contêineres, para exportar cocaína à Europa. A polícia acredita que a carga, contratada legalmente, era desviada no caminho até o porto. O contêiner era aberto e recebia a droga camuflada em meio às mercadorias legalizadas.
O delegado Oscar Biffi diz que o mais provável é que tanto o exportador, que pagou pelo envio do contêiner para o exterior, quando o importador, não tinham conhecimento de que a carga estava “contaminada”. Entre o material apreendido pela polícia, nesta manhã, estava um marcador a laser. A Receita Federal suspeita que o equipamento era usado para adulterar o lacre dos contêineres, numa tentativa de não levantar suspeitas de que o contêiner tinha sido aberto antes de chegar ao porto para embarcar.
Três toneladas em 2019
Só este ano, a Receita Federal interceptou no Complexo Portuário do Itajaí-Açu, que integra os portos de Itajaí e Navegantes, o equivalente a 3,2 toneladas de cocaína. A Polícia Federal segue com as investigações, para identificar o quanto dessa carga pertencia ao grupo identificado pela Operação The Wall.
As investigações indicam que mais de um grupo aja simultaneamente nos portos brasileiros no tráfico internacional de drogas por meio dos portos – e que as cargas “migrem” entre os terminais. O que leva a Receita a desenvolver táticas específicas para cada região portuária do país.
Em Itajaí e Navegantes, a Alfândega da Receita Federal tem como procedimento padrão escanear todos os contêineres de exportação que serão enviados para portos na Bélgica, Espanha, Itália, França e na costa africana, especialmente no Marrocos. São locais identificados como destino comum para carregamentos de cocaína que abastecem o mercado europeu. O mesmo procedimento é adotado nos portos de Santos e Paranaguá.
Fonte: NSC