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App espião brasileiro se passa por WhatsApp e vê tudo que você faz no celular


Um novo tipo de “app espião” está afetando usuários brasileiros. Ele se passa por atualização do WhatsApp para se instalar no celular da vítima. Quando começa a funcionar, é capaz enviar informações confidenciais para os criminosos em tempo real, além de permitir acesso remoto ao aparelho sem que o dono possa ver. O malware, chamado de BRata, que foi descoberto este ano e já fez mais de 20 mil vítimas, foi divulgado nesta quarta-feira (28), durante a Conferência Latinoamericana de Segurança da Kaspersky, na Argentina. Em entrevista ao TechTudo, o diretor da equipe de segurança e análise da empresa Dmitry Bestuzhev, explicou como o app malicioso funciona e como fazer para se proteger.

O que o BRata tem de diferente

 O software espião foi criado no Brasil, está todo em português e faz suas vítimas no país. Por isso, foi batizado de BRata: Brazilian RAT, sigla para Remote Access Tool, ou Ferramenta de Acesso Remoto, em português. Embora seja de um tipo de trojan (família de malwares que é velha conhecida dos pesquisadores de segurança), trata-se de “um trojan que espiona seu bolso”, como explica Dmitry.
“Este não é um trojan bancário clássico, que rouba informações de banco. Ele também permite espelhar a tela do celular infectado e tem total capacidade de espionagem do aparelho. Não é só sobre roubo de credenciais que estamos falando, mas sobre o roubo de qualquer informação disponível no celular da vítima”, destaca.

Para além dos danos financeiros, estão os prejuízos à privacidade dos usuários. Apps maliciosos como esses são capazes de ler e enviar mensagens, acessar a localização do usuário, ver fotos, ler o histórico de sites visitados, habilitar a câmera e o microfone do dispositivo e entrar nos aplicativos, inclusive, de banco, usando o login e a senha verdadeiros. “Neste cenário, podemos dizer que o BRata é muito interessante, único e também perigoso”, alerta Dmitry.

Como o aplicativo espião funciona


Para conseguir que os usuários baixem o app, os criminosos precisam disfarçá-lo de algo atrativo, como uma atualização de WhatsApp e enganar as lojas de aplicativos. A primeira ameaça foi detectada pela equipe da Kaspersky em janeiro deste ano, mas o pico de instalações aconteceu em junho, quando o WhatsApp avisou aos seus 1 bilhão de usuários que havia uma vulnerabilidade no app e que todos deveriam fazer o update urgente. Um programa falso conseguiu entrar na Google Play Store com essa “fachada” e foi baixado mais de 10 mil vezes — assim que foi avisado, o Google retirou o app do ar. Sem saber a maneira certa de atualizar o WhatsApp, muitos usuários clicaram em um desses BRatas. Pensaram estar se protegendo, mas estavam trazendo o inimigo para dentro de casa.

Fonte: Tech Tudo