Empresas catarinenses podem ganhar em produtividade, economia e até mesmo contribuições sociais com o uso de inteligência artificial nos negócios
O ciclo educação – prosperidade é a roda da indústria 4.0. De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), cada vez que um empresário brasileiro investe 1% do lucro em inovação, o retorno, em no máximo dois anos, é superior a 7%.
A Fischer, de Fraiburgo, é a maior exportadora de sucos de maçã do Brasil. No ano passado, contratou o Instituto da Indústria para identificar gargalos. Três cérebros foram designados para a missão.
A doutora em Matemática Magna Ferreira, o doutor em Ciências da Computação Márcio da Silva Arantes e o engenheiro mecânico francês Renan Bonnard. Márcio fez uma imersão na fábrica e criou um “irmão gêmeo digital”, realidade simulada capaz de antever duas mil decisões em cinco minutos.
Maior exportadora de sucos de maçã do país, Fischer criou sistema de inteligência artificial
– Fischer/Divulgação/ND
Para readequar sistemas como quantidade de enzimas, tempo de exposição das frutas, velocidade das bombas, eles criaram um algoritmo de inteligência artificial. Os robôs foram readequados e o desperdício minimizado. O aprendizado virou um banco de dados em nuvem. Como informação é poder, seu armazenamento correto é uma das características da revolução 4.0.
O ganho da Fischer foi de 1% em aproximadamente 300 mil toneladas de maçã por ano. O investimento em pesquisa foi pago em 90 dias.
Vantagens
Os três profissionais do Instituto da Indústria também trouxeram benefícios a Audaces. Sócio da empresa, Ricardo Cunha contou que o investimento em inovação, ao longo de 25 anos, além de vantagens financeiras trouxe contribuições sociais.
“A inteligência artificial permite nossa contribuição periférica para diminuição de resíduos têxteis, a redução do uso de energia elétrica e maior bem-estar entre os nossos funcionários que não seguem o trabalho padrão das fábricas. Eles não fazem tarefas repetitivas, que são extremamente desgastantes”, disse.
A Audaces não é uma indústria têxtil. É referência mundial em inovação tecnológica para moda. Vende tecnologia para empresas parceiras no Brasil e em outros 70 países. As possibilidades ainda se desdobram em estofados, embalagens, bancos de aviões, blindagem de carros. Do design à sala de corte o trabalho é feito por inteligência artificial. Para as fábricas é preciso apenas ter o protótipo do produto, como um vestido, e depois levá-lo para costura.
Trabalho em equipe
“A caminhada da inovação não se faz sozinho”, disse Pierre Mattei, pesquisador-chefe do Instituto da Indústria em Santa Catarina. Não é uma frase vaga. Os três institutos Sesi Senai têm 70 pesquisadores, dez administradores e encabeçam 20 projetos estimados em R$ 700 milhões.
Com vanguarda tecnológica, estão entre os melhores do mundo. Têm parcerias com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a USP (Universidade de São Paulo) e a UFRGS (Universidade do Rio Grande do Sul), a francesa ISAE-Supaéro e a politécnica de Montreal, no Canadá.
Outras parcerias importantes são com a Fundação Certi, a Embrapii e a Finep. Quarteto fantástico. Os Institutos desenvolvem protótipos, a Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) produz hardwares de alta capacidade, e a Embrapii e a Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa), quiçá, podem ajudar financeiramente a empresa que compra a pesquisa e os produtos.
Instituto da Indústria da Fiesc, inaugurado no ano passado, abriga o LabElectron
– Marcos Campos/Divulgação/ND
A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) injeta 33% do valor em projetos aprovados. Para a criação dos Institutos Senai no Estado, por exemplo, investiu a fundo perdido (sem necessidade de devolução) R$ 12 milhões, somente em 2018. Já a Finep é pública e já apoiou, desde 2002, mais de 600 projetos de empresas e instituições de Santa Catarina, somando R$ 3,29 bilhões. No dia 23 de julho, foi lançado um crédito especial batizado de Finep Inovacred 4.0.
Foi da financiadora que vieram os R$ 11 milhões que viabilizaram a construção do LabElectron, parque tecnológico que foi aprimorado e será relançado pela Fiesc numa versão 4.0, em setembro. Batizado de LabFaber, o laboratório-fábrica será referência mundial no desenvolvimento, domínio, prática e difusão das tecnologias centrais, em um novo ambiente físico e integrado com parceiros, focado na manufatura discreta de produtos na era da transformação digital. É o futuro, aqui e agora.
REPORTAGEM: Aline Torres
EDIÇÃO: Felipe Alves
Fonte: ND+
O ciclo educação – prosperidade é a roda da indústria 4.0. De acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), cada vez que um empresário brasileiro investe 1% do lucro em inovação, o retorno, em no máximo dois anos, é superior a 7%.
A Fischer, de Fraiburgo, é a maior exportadora de sucos de maçã do Brasil. No ano passado, contratou o Instituto da Indústria para identificar gargalos. Três cérebros foram designados para a missão.
A doutora em Matemática Magna Ferreira, o doutor em Ciências da Computação Márcio da Silva Arantes e o engenheiro mecânico francês Renan Bonnard. Márcio fez uma imersão na fábrica e criou um “irmão gêmeo digital”, realidade simulada capaz de antever duas mil decisões em cinco minutos.
Maior exportadora de sucos de maçã do país, Fischer criou sistema de inteligência artificial
– Fischer/Divulgação/ND
Para readequar sistemas como quantidade de enzimas, tempo de exposição das frutas, velocidade das bombas, eles criaram um algoritmo de inteligência artificial. Os robôs foram readequados e o desperdício minimizado. O aprendizado virou um banco de dados em nuvem. Como informação é poder, seu armazenamento correto é uma das características da revolução 4.0.
O ganho da Fischer foi de 1% em aproximadamente 300 mil toneladas de maçã por ano. O investimento em pesquisa foi pago em 90 dias.
Vantagens
Os três profissionais do Instituto da Indústria também trouxeram benefícios a Audaces. Sócio da empresa, Ricardo Cunha contou que o investimento em inovação, ao longo de 25 anos, além de vantagens financeiras trouxe contribuições sociais.
“A inteligência artificial permite nossa contribuição periférica para diminuição de resíduos têxteis, a redução do uso de energia elétrica e maior bem-estar entre os nossos funcionários que não seguem o trabalho padrão das fábricas. Eles não fazem tarefas repetitivas, que são extremamente desgastantes”, disse.
A Audaces não é uma indústria têxtil. É referência mundial em inovação tecnológica para moda. Vende tecnologia para empresas parceiras no Brasil e em outros 70 países. As possibilidades ainda se desdobram em estofados, embalagens, bancos de aviões, blindagem de carros. Do design à sala de corte o trabalho é feito por inteligência artificial. Para as fábricas é preciso apenas ter o protótipo do produto, como um vestido, e depois levá-lo para costura.
“A inteligência artificial permite nossa contribuição periférica para diminuição de resíduos têxteis, a redução do uso de energia elétrica e maior bem-estar entre os nossos funcionários que não seguem o trabalho padrão das fábricas”. – Ricardo Cunha, sócio da Audaces.
Trabalho em equipe
“A caminhada da inovação não se faz sozinho”, disse Pierre Mattei, pesquisador-chefe do Instituto da Indústria em Santa Catarina. Não é uma frase vaga. Os três institutos Sesi Senai têm 70 pesquisadores, dez administradores e encabeçam 20 projetos estimados em R$ 700 milhões.
Com vanguarda tecnológica, estão entre os melhores do mundo. Têm parcerias com o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), a USP (Universidade de São Paulo) e a UFRGS (Universidade do Rio Grande do Sul), a francesa ISAE-Supaéro e a politécnica de Montreal, no Canadá.
Outras parcerias importantes são com a Fundação Certi, a Embrapii e a Finep. Quarteto fantástico. Os Institutos desenvolvem protótipos, a Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras) produz hardwares de alta capacidade, e a Embrapii e a Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa), quiçá, podem ajudar financeiramente a empresa que compra a pesquisa e os produtos.
Instituto da Indústria da Fiesc, inaugurado no ano passado, abriga o LabElectron
– Marcos Campos/Divulgação/ND
A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) injeta 33% do valor em projetos aprovados. Para a criação dos Institutos Senai no Estado, por exemplo, investiu a fundo perdido (sem necessidade de devolução) R$ 12 milhões, somente em 2018. Já a Finep é pública e já apoiou, desde 2002, mais de 600 projetos de empresas e instituições de Santa Catarina, somando R$ 3,29 bilhões. No dia 23 de julho, foi lançado um crédito especial batizado de Finep Inovacred 4.0.
Foi da financiadora que vieram os R$ 11 milhões que viabilizaram a construção do LabElectron, parque tecnológico que foi aprimorado e será relançado pela Fiesc numa versão 4.0, em setembro. Batizado de LabFaber, o laboratório-fábrica será referência mundial no desenvolvimento, domínio, prática e difusão das tecnologias centrais, em um novo ambiente físico e integrado com parceiros, focado na manufatura discreta de produtos na era da transformação digital. É o futuro, aqui e agora.
REPORTAGEM: Aline Torres
EDIÇÃO: Felipe Alves
Fonte: ND+