Confira os Vídeos – Badin, o Colono: como um engenheiro se tornou fenômeno nas redes sociais e nos palcos
Inspirado nos descendentes de italianos de áreas rurais do Estado, personagem de Eduardo Gustavo Christ acumula milhões de visualizações em seus vídeos na internet
Badin costuma apresentar o cotidiano comum ao colono - André Ávila / Agencia RBS
Vestindo um moletom azul de marca e com forte sotaque do norte do Rio Grande do Sul, pontuando cada frase com a expressão urbana "veio", Eduardo Gustavo Christ deixa seu lado "gurizão" e se transforma completamente ao trajar camisa xadrez e chapéu de palha para interpretar Badin, o Colono. Aos 27 anos, é um humorista profissional, que zela pelo seu personagem.
— Não, o Badin não diria isso... – hesita, antes de gravar um vídeo com a reportagem de Zero Hora.
Pensativo, reflete por alguns segundos e retoma:
— Já sei! Podemos gravar?
No Facebook, são mais de dois milhões de seguidores e seus vídeos acumulam mais de 400 milhões de visualizações. No YouTube, são 387 mil inscritos em seu canal e 45 milhões de visualizações. Fora os incontáveis compartilhamentos de suas produções no WhatsApp, em grupos da família, da firma, da faculdade etc. Pelos palcos, realiza de 20 a 25 apresentações por mês. Inspirado nos descendentes de italianos de áreas rurais do Estado, Badin, o Colono, é um fenômeno online e offline. No campo e na cidade.
À primeira vista, Badin remete a nomes como Mazzaropi e Nerso da Capitinga (Pedro Bismarck), personagens humorísticos que retratam o homem do campo lidando com o mundo contemporâneo. Porém, o colono de Eduardo envereda mais para o Radicci, identificado especificamente com os imigrantes italianos. Com inspiração no comediante e youtuber piauiense Whindersson Nunes, o humorista gaúcho interpreta Badin apresentando o cotidiano comum ao colono – bailes do interior, aniversário na colônia, feiras, colheita – e também lidando com situações mais modernas, como mãe no WhatsApp e confusões com senha do Facebook.
— O colono que o Badin representa é uma pessoa querida, que tem aquele jeito de falar alto, de sempre ser receptivo e ajudar o vizinho quando está com dificuldade. Quando mata um porco, leva a carne para os outros. É isso, os costumes que acabam se perdendo. O Badin tenta trazer isso para as pessoas, lembrar como era a nona, que talvez já tenha partido, as coisas que ela falava, o que ela fazia. É trazer essa ingenuidade que tem no personagem do colono. Essa alegria de viver no campo — explica Eduardo.
Nascido em Aratiba, no norte do Estado, Eduardo é o terceiro filho de Maria e Lúcio. Com ascendência italiana, sua mãe serviu de fonte para a criação do personagem.
— A inspiração, desde o começo, foi a minha mãe. Eu sempre observava as outras mães e pensava: "Minha mãe é diferente delas" (risos) — brinca. — Essa questão dos costumes, das palavras, dos jeitos de fazer as coisas, se você ficar lá em casa e conversar com minha mãe, vai perceber que isso é muito presente ainda, sei lá, 20 anos depois. Tem uma frase clássica: a gente sai da colônia, mas a colônia não sai da gente. É bem isso. A maioria dos meus tios mora até hoje no Interior. Pelo fato de seguir convivendo com essas pessoas, consigo mostrar isso nos vídeos. Está no sangue, no DNA — acrescenta.
Quando tinha seis anos, a família de Eduardo se mudou, do sítio para a cidade – no caso, Erechim.
— Meu pai e minha mãe trabalhavam na roça, com vacas de leite. Quando nos mudamos, meu pai veio para trabalhar em uma oficina de caminhão — conta.
Em nome da mãe
Seguindo a aptidão da família para a área, ele se formou em Engenharia Mecânica e, pouco tempo depois, cursou uma pós-graduação especializando-se em gerenciamento de projetos.
— Desde pequeno, sempre fui de querer arrumar as coisas: bicicleta, depois moto e carro. Minha vida toda estava baseada na engenharia e na mecânica — diz.
Contudo, o humor se revelaria uma área mais proveitosa. Em setembro de 2015, Eduardo gravou uma série de áudios brincando com situações de Erechim. Essas gravações foram parar em uma rádio local.
— Eles falaram que, se alguém soubesse quem fosse o autor, que ligasse para lá. Liguei para a rádio e conversei ao vivo por uns sete minutos, inventando um monte de coisas. Mal tinha criado o personagem (risos) — lembra o humorista (e engenheiro).
Logo, ele trabalharia nas rádios Colina e Transamérica como Badin, em um período de dois anos e meio. A escolha do nome do personagem foi totalmente aleatória, como recorda:
— Um guri que trabalhava comigo me alertou que eu tinha de pensar em um nome. Procurei sobrenomes em italiano no Google. Comecei a ver uma lista, fui passando, e Badin me chamou a atenção. Era muito fácil falar esse nome. Cara, foi assim (risos).
Com o sucesso do personagem no rádio, logo Badin foi para os palcos.
— Uma conhecida me fez o convite: "Tu não quer ir contar umas piadas no Cras (Centro de Referência em Assistência Social)?". Nunca havia contado piada para uma plateia.
No rádio, você fica escondido atrás do microfone. Eu fui e me senti muito bem. Era uma experiência totalmente nova, um desafio. Estava vendo a reação das pessoas na hora – recorda.
Assim, o humorista montou um esqueleto de show. Rapidamente, surgiram as primeiras oportunidades para se apresentar em jantares e festas em comunidade. No formato stand-up, seu espetáculo gira em torno de situações do cotidiano.
— O show é um conteúdo exclusivo. Até entro em alguns tópicos dos vídeos. Como é classificação livre, aparece gente de todas as idades: crianças, pais, mãe, tio, tia, avô e avó. Isso é muito bacana, fazer um humor para família, com o qual você não vai ofender ninguém — atesta o comediante.
Gradativamente, os shows de Badin começaram a ficar mais constantes e a conflitarem com seu trabalho na área da engenharia. Teve que tomar uma decisão:
— Eu fazia 16 shows por mês e ainda trabalhava como engenheiro. Não tinha como dar conta.
Aquela brincadeira surgida em áudio no WhatsApp, portanto, foi transformada em negócio.
— Foi uma transição tranquila de fazer. A partir do momento em que você vê as pessoas consumindo esse conteúdo, que o seu trabalho tem um resultado positivo na vida dos outros, é totalmente gratificante — garante.
Eduardo também conseguiu prosperar na brincadeira: seus ganhos financeiros se multiplicaram.
— É algo que eu não me conseguiria ver ganhando antes. Seria muito difícil ganhar como engenheiro o que ganho como humorista — sublinha.
Graças ao Badin, ele afirma que conseguiu ajudar a família, comprar carro e apartamento, além de conseguir viajar.
— Tem que se olhar, além de tudo, como um negócio. Não dá para dizer que isso não existe, pois assim eu estaria sendo um hipócrita. Todo mundo que batalha merece esse reconhecimento e o dinheiro é jeito de você se manter — pontua.
Para rir e chorar
O divisor de águas em sua trajetória, segundo Eduardo, foi lançado em outubro de 2017. Trata-se de um vídeo que compila as falas de colono quando começa o horário de verão, apresentando um Badin confuso com a mudança no relógio. Antes, Eduardo apenas encenava piadas, mas a repercussão era baixa. Gravado de última hora e publicado em um domingo, o humorista calcula que, em cinco dias, o vídeo alcançou três milhões de visualizações.
— Percebi que ali tinha uma linha de trabalho a ser seguida. Foi quando quando engrenou — avalia.
Um dos maiores hits de Badin é um vídeo em que ele fala sobre os castigos de antigamente, visualizado mais de 12 milhões de vezes só no Facebook. Na mesma plataforma, uma produção intitulada Motivos para Mãe Não Viajar atingiu 13 milhões de execuções. Nesse, há um personagem secundário que costuma ser sucesso quando Eduardo o interpreta: a mãe.
— Chegou uma hora que tinha vídeo que eu não conseguia mais falar o que eu queria como Badin. O personagem da minha mãe tomou conta. Os vídeos com ela são, disparadamente, os que têm mais visualizações — diz.
Eduardo costuma gravar no sítio de um amigo da família, a cinco quilômetros do centro de Erechim. Ele faz tudo sozinho: roteiriza, grava, edita e publica nas redes sociais. Isso entre um show e outro.
— Tu achas tempo de produzir, seja viajando ou no hotel.
O humorista se empolga ao falar sobre câmeras, lentes, luzes, o quanto se acostumou com o padrão 4K. Ele aprendeu as técnicas de produção na web, especialmente em tutoriais no YouTube.
Para Eduardo, seu personagem cativa tanto pelo humor quanto pela identificação que proporciona ao público. Às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo.
— Tem pessoas que comentam comigo que há vídeos em que dão risada e choram ao mesmo tempo. Há uma identificação proporcionada pelas lembranças. Os vídeos sobre as nonas são exemplos: muita gente já não tem mais a avó na vida. E se emociona ao lembrar, enquanto acaba rindo das situações pelas quais a personagem passa. Procuro promover isso nos vídeos: causar identificação, uma emoção e, de alguma forma, mudar o pensamento das pessoas sobre esses tipos retratados — discorre.
Além dos vídeos, shows e parcerias comerciais, Eduardo não descarta produzir em outros formatos no futuro – lançando uma série, um documentário, um livro ou um longa-metragem. Outro objetivo a ser alcançado é fazer apresentações na Europa. Para o humorista, ainda há muito a ser construído.
— Sendo sincero, quero ser o maior. Trabalho muito para isso. Quero chegar lá. Com muita humildade, mas quero chegar. Tendo uma base forte de família e de amigos, peço a Deus que me dê conhecimento para lidar com as palavras, que eu possa ser cada vez mais famoso e conhecido por meu trabalho. Que eu consiga manter os pés no chão e a cabeça no lugar para nunca perder a humildade. Quero ser um dos nomes do humor, que é uma baita ferramenta para curar muitas doenças, como a depressão, que é o mal do século — reflete Eduardo.
Palavras de outros humoristas
Jair Kobe
"O Badin é fantástico. Retrata com autenticidade os costumes e o linguajar do Interior. As pessoas se identificam, pois com a simplicidade e o carisma do colono, ele traduz essa mistura cultural da imigração alemã e da italiana que formou a identidade do nosso povo."
André Damasceno
"O humor dele é moderno. Como é engenheiro, usa uma estratégia que sempre usei, que é o desequilíbrio do raciocínio lógico. Usar a lógica para fazer humor. Esse é o segredo do Badin. Ele é carismático. Hoje, é o cara que mais lota teatro no Rio Grande do Sul."
Iotti
"Badin acertou no filão. Ele pegou na veia nas questões da colonada, tem conhecimento de causa. Quando aparece a mãe dele de barba, é impagável. Muito bom o gringo nova geração.
Fonte: Gaucha ZH
Badin costuma apresentar o cotidiano comum ao colono - André Ávila / Agencia RBS
Vestindo um moletom azul de marca e com forte sotaque do norte do Rio Grande do Sul, pontuando cada frase com a expressão urbana "veio", Eduardo Gustavo Christ deixa seu lado "gurizão" e se transforma completamente ao trajar camisa xadrez e chapéu de palha para interpretar Badin, o Colono. Aos 27 anos, é um humorista profissional, que zela pelo seu personagem.
— Não, o Badin não diria isso... – hesita, antes de gravar um vídeo com a reportagem de Zero Hora.
Pensativo, reflete por alguns segundos e retoma:
— Já sei! Podemos gravar?
No Facebook, são mais de dois milhões de seguidores e seus vídeos acumulam mais de 400 milhões de visualizações. No YouTube, são 387 mil inscritos em seu canal e 45 milhões de visualizações. Fora os incontáveis compartilhamentos de suas produções no WhatsApp, em grupos da família, da firma, da faculdade etc. Pelos palcos, realiza de 20 a 25 apresentações por mês. Inspirado nos descendentes de italianos de áreas rurais do Estado, Badin, o Colono, é um fenômeno online e offline. No campo e na cidade.
À primeira vista, Badin remete a nomes como Mazzaropi e Nerso da Capitinga (Pedro Bismarck), personagens humorísticos que retratam o homem do campo lidando com o mundo contemporâneo. Porém, o colono de Eduardo envereda mais para o Radicci, identificado especificamente com os imigrantes italianos. Com inspiração no comediante e youtuber piauiense Whindersson Nunes, o humorista gaúcho interpreta Badin apresentando o cotidiano comum ao colono – bailes do interior, aniversário na colônia, feiras, colheita – e também lidando com situações mais modernas, como mãe no WhatsApp e confusões com senha do Facebook.
— O colono que o Badin representa é uma pessoa querida, que tem aquele jeito de falar alto, de sempre ser receptivo e ajudar o vizinho quando está com dificuldade. Quando mata um porco, leva a carne para os outros. É isso, os costumes que acabam se perdendo. O Badin tenta trazer isso para as pessoas, lembrar como era a nona, que talvez já tenha partido, as coisas que ela falava, o que ela fazia. É trazer essa ingenuidade que tem no personagem do colono. Essa alegria de viver no campo — explica Eduardo.
Nascido em Aratiba, no norte do Estado, Eduardo é o terceiro filho de Maria e Lúcio. Com ascendência italiana, sua mãe serviu de fonte para a criação do personagem.
— A inspiração, desde o começo, foi a minha mãe. Eu sempre observava as outras mães e pensava: "Minha mãe é diferente delas" (risos) — brinca. — Essa questão dos costumes, das palavras, dos jeitos de fazer as coisas, se você ficar lá em casa e conversar com minha mãe, vai perceber que isso é muito presente ainda, sei lá, 20 anos depois. Tem uma frase clássica: a gente sai da colônia, mas a colônia não sai da gente. É bem isso. A maioria dos meus tios mora até hoje no Interior. Pelo fato de seguir convivendo com essas pessoas, consigo mostrar isso nos vídeos. Está no sangue, no DNA — acrescenta.
Quando tinha seis anos, a família de Eduardo se mudou, do sítio para a cidade – no caso, Erechim.
— Meu pai e minha mãe trabalhavam na roça, com vacas de leite. Quando nos mudamos, meu pai veio para trabalhar em uma oficina de caminhão — conta.
Em nome da mãe
— Desde pequeno, sempre fui de querer arrumar as coisas: bicicleta, depois moto e carro. Minha vida toda estava baseada na engenharia e na mecânica — diz.
Contudo, o humor se revelaria uma área mais proveitosa. Em setembro de 2015, Eduardo gravou uma série de áudios brincando com situações de Erechim. Essas gravações foram parar em uma rádio local.
— Eles falaram que, se alguém soubesse quem fosse o autor, que ligasse para lá. Liguei para a rádio e conversei ao vivo por uns sete minutos, inventando um monte de coisas. Mal tinha criado o personagem (risos) — lembra o humorista (e engenheiro).
Logo, ele trabalharia nas rádios Colina e Transamérica como Badin, em um período de dois anos e meio. A escolha do nome do personagem foi totalmente aleatória, como recorda:
— Um guri que trabalhava comigo me alertou que eu tinha de pensar em um nome. Procurei sobrenomes em italiano no Google. Comecei a ver uma lista, fui passando, e Badin me chamou a atenção. Era muito fácil falar esse nome. Cara, foi assim (risos).
Com o sucesso do personagem no rádio, logo Badin foi para os palcos.
— Uma conhecida me fez o convite: "Tu não quer ir contar umas piadas no Cras (Centro de Referência em Assistência Social)?". Nunca havia contado piada para uma plateia.
No rádio, você fica escondido atrás do microfone. Eu fui e me senti muito bem. Era uma experiência totalmente nova, um desafio. Estava vendo a reação das pessoas na hora – recorda.
— O show é um conteúdo exclusivo. Até entro em alguns tópicos dos vídeos. Como é classificação livre, aparece gente de todas as idades: crianças, pais, mãe, tio, tia, avô e avó. Isso é muito bacana, fazer um humor para família, com o qual você não vai ofender ninguém — atesta o comediante.
Gradativamente, os shows de Badin começaram a ficar mais constantes e a conflitarem com seu trabalho na área da engenharia. Teve que tomar uma decisão:
— Eu fazia 16 shows por mês e ainda trabalhava como engenheiro. Não tinha como dar conta.
— Foi uma transição tranquila de fazer. A partir do momento em que você vê as pessoas consumindo esse conteúdo, que o seu trabalho tem um resultado positivo na vida dos outros, é totalmente gratificante — garante.
Eduardo também conseguiu prosperar na brincadeira: seus ganhos financeiros se multiplicaram.
— É algo que eu não me conseguiria ver ganhando antes. Seria muito difícil ganhar como engenheiro o que ganho como humorista — sublinha.
Graças ao Badin, ele afirma que conseguiu ajudar a família, comprar carro e apartamento, além de conseguir viajar.
— Tem que se olhar, além de tudo, como um negócio. Não dá para dizer que isso não existe, pois assim eu estaria sendo um hipócrita. Todo mundo que batalha merece esse reconhecimento e o dinheiro é jeito de você se manter — pontua.
O divisor de águas em sua trajetória, segundo Eduardo, foi lançado em outubro de 2017. Trata-se de um vídeo que compila as falas de colono quando começa o horário de verão, apresentando um Badin confuso com a mudança no relógio. Antes, Eduardo apenas encenava piadas, mas a repercussão era baixa. Gravado de última hora e publicado em um domingo, o humorista calcula que, em cinco dias, o vídeo alcançou três milhões de visualizações.
— Percebi que ali tinha uma linha de trabalho a ser seguida. Foi quando quando engrenou — avalia.
Um dos maiores hits de Badin é um vídeo em que ele fala sobre os castigos de antigamente, visualizado mais de 12 milhões de vezes só no Facebook. Na mesma plataforma, uma produção intitulada Motivos para Mãe Não Viajar atingiu 13 milhões de execuções. Nesse, há um personagem secundário que costuma ser sucesso quando Eduardo o interpreta: a mãe.
— Chegou uma hora que tinha vídeo que eu não conseguia mais falar o que eu queria como Badin. O personagem da minha mãe tomou conta. Os vídeos com ela são, disparadamente, os que têm mais visualizações — diz.
— Tu achas tempo de produzir, seja viajando ou no hotel.
O humorista se empolga ao falar sobre câmeras, lentes, luzes, o quanto se acostumou com o padrão 4K. Ele aprendeu as técnicas de produção na web, especialmente em tutoriais no YouTube.
Para Eduardo, seu personagem cativa tanto pelo humor quanto pela identificação que proporciona ao público. Às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo.
— Tem pessoas que comentam comigo que há vídeos em que dão risada e choram ao mesmo tempo. Há uma identificação proporcionada pelas lembranças. Os vídeos sobre as nonas são exemplos: muita gente já não tem mais a avó na vida. E se emociona ao lembrar, enquanto acaba rindo das situações pelas quais a personagem passa. Procuro promover isso nos vídeos: causar identificação, uma emoção e, de alguma forma, mudar o pensamento das pessoas sobre esses tipos retratados — discorre.
Além dos vídeos, shows e parcerias comerciais, Eduardo não descarta produzir em outros formatos no futuro – lançando uma série, um documentário, um livro ou um longa-metragem. Outro objetivo a ser alcançado é fazer apresentações na Europa. Para o humorista, ainda há muito a ser construído.
— Sendo sincero, quero ser o maior. Trabalho muito para isso. Quero chegar lá. Com muita humildade, mas quero chegar. Tendo uma base forte de família e de amigos, peço a Deus que me dê conhecimento para lidar com as palavras, que eu possa ser cada vez mais famoso e conhecido por meu trabalho. Que eu consiga manter os pés no chão e a cabeça no lugar para nunca perder a humildade. Quero ser um dos nomes do humor, que é uma baita ferramenta para curar muitas doenças, como a depressão, que é o mal do século — reflete Eduardo.
Jair Kobe
"O Badin é fantástico. Retrata com autenticidade os costumes e o linguajar do Interior. As pessoas se identificam, pois com a simplicidade e o carisma do colono, ele traduz essa mistura cultural da imigração alemã e da italiana que formou a identidade do nosso povo."
André Damasceno
"O humor dele é moderno. Como é engenheiro, usa uma estratégia que sempre usei, que é o desequilíbrio do raciocínio lógico. Usar a lógica para fazer humor. Esse é o segredo do Badin. Ele é carismático. Hoje, é o cara que mais lota teatro no Rio Grande do Sul."
Iotti
"Badin acertou no filão. Ele pegou na veia nas questões da colonada, tem conhecimento de causa. Quando aparece a mãe dele de barba, é impagável. Muito bom o gringo nova geração.
Fonte: Gaucha ZH