Nova versão do clássico animado de 1994 reproduz história sem muitas novidades, mas deve divertir e encantar uma nova geração de crianças.
Simba ainda filhote em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Há um novo "O Rei Leão" chegando. Ele é tão excelente quanto o original, um pouco mais bonito, um pouco menos emotivo, mas, com a exceção de alguma poucas diferenças, é quase idêntico ao de 1994. Com a estreia no próximo dia 18 nos cinemas brasileiros, vai ser fácil entender seu inevitável sucesso – o difícil será determinar se ele é mesmo necessário.
A nova versão é o ápice da fase "autoplagiadora" da Disney, que há alguns anos tem regravado seus grandes clássicos animados com resultados variados. Alguns, como "Mogli - O menino lobo" (2016), ficam ótimos. Outros, como "Dumbo" (2019), nem tanto.
"O Rei Leão" se encaixa no primeiro grupo, mesmo que se destaque dos demais por contar exatamente a mesma história de seu original, sem grandes modernizações ou desvios. Até as músicas são basicamente as mesmas.
As maiores diferenças são a computação gráfica, responsável por animais realistas e uma bela fotografia, e o novo e talentoso elenco.
Assista ao trailer oficial de 'O Rei Leão'
Quem não gosta de Simba bom sujeito não é
Com tudo isso, a trama continua carregada nas suas inspirações shakespearianas. As intrigas de inveja e poder na realeza são transportadas para a savana africana, onde o leão filhote Simba é criado para um dia tomar o lugar de seu pai, rei da região.
Depois de cair em uma cilada de seu tio invejoso, o jovem foge e faz duas amizades inesperadas para aprender a viver sem preocupações. Tudo muito bonito e musical, até que seu passado como herdeiro volta para cobrar a conta.
Para ser justo, essa mesma história foi uma das responsáveis pelo atual status de clássico da animação. A estratégia "em time que está ganhando não se mexe" é justificada também pela arrecadação arrebatadora, que rendeu à Disney a maior bilheteria do ano em 1994.
Simba, Timão e Pumba em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Dá pra entender, mas ao mesmo tempo fica difícil falar que quem já viu o primeiro precisa assistir a este segundo, à exceção do grande espetáculo visual que proporciona.
Infelizmente, todo o realismo gerado pela nova técnica de animação também impede que os protagonistas transmitam todas as emoções dos personagens desenhados. Na maior parte do tempo, é possível até acreditar que são leões de verdade falando e cantando, mas a simulação falha nos momentos que pedem mais intensidade.
Mufasa e Simba em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
O peso das vozes e do momento
O grande mérito do novo "O Rei Leão" está no esforço da Disney em aumentar a representatividade de seu elenco através da escolha de atores como Donald Glover ("Atlanta") e Beyoncé nos papéis principais.
É bom ver uma história passada na África contada através de vozes em sua maioria negras, por mais que seus donos não apareçam propriamente na tela. De certa forma, corrige uma injustiça histórica, já que há 25 anos essa discussão não existia com a mesma proporção.
Os dois se saem muito bem na versão em inglês, exibida para jornalistas (em português, a dupla é substituída por Ícaro Silva e Iza), por mais que sua participação fique relegada à metade final do filme.
Nala e Simba em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Já Chiwetel Ejiofor rouba a cena em todos os momentos em que seu vilão Scar aparece. Um grande trabalho do ganhador do Oscar por "12 anos de escravidão", que tinha a difícil missão de substituir Jeremy Irons, outro ator consagrado.
A regravação também mostrará que merece sua existência se conseguir comover uma nova geração de crianças da mesma forma que o original o fez. Claro, todo mundo ainda pode (e deve) mostrar a animação a seus filhos, mas é difícil comparar uma assistida solitária ao impacto cultural que um grande lançamento tem.
A Disney com certeza romperá mais uma vez a barreira do US$ 1 bilhão em bilheterias, dando continuidade assim à sua espécie de franquia que adapta seus próprios clássicos. Justo, mas às vezes bate aquela dúvida se não valeria mais a pena ver tanto tempo e energia gasto em novas histórias.
Scar e suas capangas hienas em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Fonte: G1
Simba ainda filhote em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Há um novo "O Rei Leão" chegando. Ele é tão excelente quanto o original, um pouco mais bonito, um pouco menos emotivo, mas, com a exceção de alguma poucas diferenças, é quase idêntico ao de 1994. Com a estreia no próximo dia 18 nos cinemas brasileiros, vai ser fácil entender seu inevitável sucesso – o difícil será determinar se ele é mesmo necessário.
A nova versão é o ápice da fase "autoplagiadora" da Disney, que há alguns anos tem regravado seus grandes clássicos animados com resultados variados. Alguns, como "Mogli - O menino lobo" (2016), ficam ótimos. Outros, como "Dumbo" (2019), nem tanto.
"O Rei Leão" se encaixa no primeiro grupo, mesmo que se destaque dos demais por contar exatamente a mesma história de seu original, sem grandes modernizações ou desvios. Até as músicas são basicamente as mesmas.
As maiores diferenças são a computação gráfica, responsável por animais realistas e uma bela fotografia, e o novo e talentoso elenco.
Assista ao trailer oficial de 'O Rei Leão'
Com tudo isso, a trama continua carregada nas suas inspirações shakespearianas. As intrigas de inveja e poder na realeza são transportadas para a savana africana, onde o leão filhote Simba é criado para um dia tomar o lugar de seu pai, rei da região.
Depois de cair em uma cilada de seu tio invejoso, o jovem foge e faz duas amizades inesperadas para aprender a viver sem preocupações. Tudo muito bonito e musical, até que seu passado como herdeiro volta para cobrar a conta.
Para ser justo, essa mesma história foi uma das responsáveis pelo atual status de clássico da animação. A estratégia "em time que está ganhando não se mexe" é justificada também pela arrecadação arrebatadora, que rendeu à Disney a maior bilheteria do ano em 1994.
Simba, Timão e Pumba em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Dá pra entender, mas ao mesmo tempo fica difícil falar que quem já viu o primeiro precisa assistir a este segundo, à exceção do grande espetáculo visual que proporciona.
Infelizmente, todo o realismo gerado pela nova técnica de animação também impede que os protagonistas transmitam todas as emoções dos personagens desenhados. Na maior parte do tempo, é possível até acreditar que são leões de verdade falando e cantando, mas a simulação falha nos momentos que pedem mais intensidade.
Mufasa e Simba em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
O peso das vozes e do momento
O grande mérito do novo "O Rei Leão" está no esforço da Disney em aumentar a representatividade de seu elenco através da escolha de atores como Donald Glover ("Atlanta") e Beyoncé nos papéis principais.
É bom ver uma história passada na África contada através de vozes em sua maioria negras, por mais que seus donos não apareçam propriamente na tela. De certa forma, corrige uma injustiça histórica, já que há 25 anos essa discussão não existia com a mesma proporção.
Os dois se saem muito bem na versão em inglês, exibida para jornalistas (em português, a dupla é substituída por Ícaro Silva e Iza), por mais que sua participação fique relegada à metade final do filme.
Nala e Simba em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Já Chiwetel Ejiofor rouba a cena em todos os momentos em que seu vilão Scar aparece. Um grande trabalho do ganhador do Oscar por "12 anos de escravidão", que tinha a difícil missão de substituir Jeremy Irons, outro ator consagrado.
A regravação também mostrará que merece sua existência se conseguir comover uma nova geração de crianças da mesma forma que o original o fez. Claro, todo mundo ainda pode (e deve) mostrar a animação a seus filhos, mas é difícil comparar uma assistida solitária ao impacto cultural que um grande lançamento tem.
A Disney com certeza romperá mais uma vez a barreira do US$ 1 bilhão em bilheterias, dando continuidade assim à sua espécie de franquia que adapta seus próprios clássicos. Justo, mas às vezes bate aquela dúvida se não valeria mais a pena ver tanto tempo e energia gasto em novas histórias.
Scar e suas capangas hienas em cena de 'O Rei Leão' — Foto: Divulgação
Fonte: G1