PL de Jorginho Mello, à direita na foto, é uma das opção de Dário Berger
caso deixe MDB. (Foto: Marcos Oliveira, Agência Senado/Divulgação)
As placas tectônicas da política catarinense estão se mexendo. Em menos de uma semana tivemos as desfiliações de Gelson Merisio do PSD, de Gean Loureiro do MDB, a Operação Alcatraz, com citações a Júlio Garcia, e uma disputada convenção em que os emedebistas preferiram Celso Maldaner a Dário Berger. Todos os episódios, em maior ou menor grau, afetam as bases políticas do Estado.
O novo mapa do poder em SC está sendo desenhado, ainda sob efeito da onda conservadora liderada pelo PSL em outubro. Todos tentam se readequar ao novo cenário diante da consolidação de uma ampla fatia do eleitorado que rejeita políticos e partidos estabelecidos. No sábado, o MDB estadual escolheu seu novo presidente, mas ainda vai conviver com os rumores e notícias de saída de lideranças em busca de ninhos menos desgastados.
Dário Berger tem tudo para ser o próximo. Na noite de domingo, ainda assimilando a derrota na disputa interna, mandou mensagem ao colunista em que dizia que “o partido envelheceu, as velhas e antigas lideranças se enclausuraram e fizeram do MDB de Santa Catarina um condomínio fechado”. Ressaltava: “um partido extraordinário nas bases e envelhecidos nas lideranças”.
No mesmo dia, abriu conversa com o PL do também senador Jorginho Mello. Há um empecilho prático na migração: Jorginho quer ser candidato a governador em 2022 e Dário precisa estar conformado com essa questão. Outra opção seria o PSB, após a saída completa do grupo ligado ao ex-deputado federal Paulo Bornhausen, em migração para o Podemos.
É possível que a saída de Dário encoraje outras lideranças emedebistas a efetivar a mesma decisão. Nomes como os deputados estaduais Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa, que andam afastados dos colegas desde o final do ano passado e flertam com outras legendas. O prefeito da Capital, Gean Loureiro, se antecipou e vai esperar até o final do ano para ver o cenário clarear – hoje está mais perto do Podemos.
Assim, PL e Podemos podem surgir como opções aos desgastados partidos tradicionais. Em meio a todo esse cenário de troca-troca de partido, que já vínhamos acompanhando, há ainda as incógnitas quanto ao alcance da Operação Alcatraz. Presidente da Alesc, Júlio Garcia (PSD) vem construindo um projeto robusto para 2022, envolvendo lideranças de outros partidos. Há muita expectativa sobre como vão continuar se movendo as placas tectônicas da política de SC. Certo é uma coisa: o governador Carlos Moisés (PSL) deve estar sorrindo.
Por Upiara Boschi
Fonte: NSC