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Polícia prende duas pessoas em SC em ação contra desvios de R$ 26 milhões no Banco do Brasil

Em Florianópolis, as ações aconteceram nos bairros João Paulo - Ilha - e Jardim Atlântico - no Continente. Já em São José, os policiais cumpriram mandados em um centro empresarial em Barreiros

Parte do material apreendido na operação deflagrada em parte do território nacional(Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

A megaoperação deflagrada na manhã desta quinta-feira pela Polícia Civil para combater desvios no Banco do Brasil teve desdobramentos em Santa Catarina. Os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão e prenderam dois homens preventivamente por suspeita de participação no esquema que teria desviado mais de R$ 26 milhões do banco público. As ações foram realizadas nos bairros João Paulo e Jardim Atlântico, na Capital, e Barreiros, em São José, em um centro empresarial.

Além das duas prisões, foram apreendidos farto material documental, arquivos de computadores, celulares e quatro veículos de luxo, entre eles um Volvo e uma Land Rover. Em Florianópolis, um homem foi preso em um condomínio do bairro João Paulo. A outra prisão foi na casa do suspeito em Barreiros, em São José, mesmo bairro em que ele mantinha uma empresa de cobranças em um centro comercial. 

A reportagem apurou que os dois presos em SC eram donos de empresas que, terceirizadas, mantinham contrato com o Banco do Brasil para cobrança de dívidas de clientes com a instituição bancária. Os dois suspeitos detidos em SC podem ser indiciados por crimes de peculato e lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Civil, ao todo são investigadas 11 empresas semelhantes em todo o país. 

O suposto esquema consistia em uma fraude. A empresa terceirizada cobrava o cliente do banco, que pagava a dívida. O Banco do Brasil, então, pagava uma comissão à terceirizada. Acontece que em alguns casos o sistema do  banco apresentava uma espécie de erro técnico, e o pagamento tinha que ser feito manualmente por um servidor. Assim, os servidores do banco investigados, lotados no Distrito Federal, pagavam um valor maior para as empresas prestadoras do serviço e recebiam de volta um valor de propina. 

Presos estão na sede da DEIC, aguardando manifestação do juiz no DF

Os presos na Grande Florianópolis foram encaminhados à Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), no bairro Areias, em São José, onde ficarão detidos preventivamente por cinco dias. De acordo com o delegado Marcus Fraile, da DEIC, o material apreendido em SC será todo encaminhado para os agentes da Polícia Civil em Brasília/DF.

As prisões preventivas, prazo de cinco dias, podem ser prorrogadas por mais cinco, revogadas ou até convertidas em preventiva, sem prazo estipulado. Fraile afirma que isso tudo vai depender do juiz que está com o caso no Distrito Federal e da análise das provas coletadas em Florianópolis e São José.

— A gente aqui na DEIC deu apoio à investigação, cumprindo os mandados, mas o trabalho de inteligência é feito toda lá por Brasília — resume Fraile. 

Em Santa Catarina, participaram da ação 10 policiais civis da Divisão de Crimes Contra o Patrimônio Público da DEIC. Os agentes deram apoio aos colegas da Polícia Civil do Distrito Federal, onde nasceu a investigação. A apuração tem o objetivo de combater organização criminosa voltada para prática de peculato contra o Banco do Brasil e lavagem de dinheiro.


Operação em oito estados

(Foto: Divulgação/ Polícia Civil)

Ao todo, foram cumpridos 28 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão temporária em oito estados (Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Rio de Janeiro) e no Distrito Federal. Os mandados foram expedidos contra funcionários do Banco do Brasil e empresários vinculados a empresas de cobranças e dívidas da instituição financeira.

Em meio às investigações foi evidenciado que havia funcionários e ex-funcionários do banco fraudando repasses de valores a essas empresas de cobrança, ou seja, enviando valores maiores. Posteriormente as empresas retornavam parte das quantias aos funcionários do Banco do Brasil, como proveito do crime. 


Nos anos de 2017 e 2018 o grupo investigado subtraiu do Banco do Brasil mais de R$ 26 milhões de reais.


Fonte: NSC TOTAL