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Equipamento de visão artificial muda a vida de servidora pública catarinense

O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, onde ela trabalha, é o primeiro órgão público brasileiro a aquirir o equipamento de 


Fotos: Divulgação / TRE-SC

Samara de Souza Moreira, de 36 anos, tem uma deficiência que dificulta a visão central. Assim, a servidora pública não consegue focar nenhuma informação e, por isso, tem dificuldades com a leitura e até mesmo para reconhecer as pessoas. Até o dia 13 de março de 2019, a catarinense dependia de lupas e uma série de acessórios que auxiliavam a rotina de trabalho no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Santa Catarina. Mas há cerca de duas semanas, a vida dela mudou.

Depois de um ano entre pesquisas e burocracia, Samara ganhou uma espécie de óculos tecnológico, um equipamento de visão artificial.


— Pela primeira vez na vida acompanhei os slides de uma palestra. Uma coisa muito pequena, mas que para mim mudou tudo. Abriu meus horizontes — conta, emocionada, após uma das experiências mais marcantes dos primeiros dias com os novos óculos.



O aparelho, OrCam My Eye, foi disponibilizado pelo TRE-SC, o primeiro órgão público à adquirir tal equipamento, segundo o presidente do tribunal, o desembargador Ricardo Roesler.


— Até onde temos conhecimento, não existe instituição pública que tenha feito essa aquisição. Mas nos enche de orgulho saber que vai mudar a vida dela e melhorar o desempenho da nossa servidora — registra.





A tecnologia é israelense e funciona como um tradutor de imagens em tempo real: a partir do sinal de Samara, os óculos fazem a leitura do que está na frente dela. Por bluetooh, o áudio é transmitido por fones de ouvido, ou num volume baixo o suficiente para somente a jovem escutar.

— Eu registrei já alguns rostos e nomes, então quando encontro alguém nos corredores, eu ouço “fulano está à sua frente”, melhorando até mesmo o meu relacionamento com os meus colegas. É uma importante forma de inclusão. Sem contar que quando estou na rua, dou o sinal para ler as placas, ou o cardápio do restaurante na hora do almoço. Posso fazer tudo sozinha, me deu muita independência — conta a servidora.


Acessibilidade que está na lei

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, de 2015, destaca como finalidade primordial que seja promovida e garantida as condições de acesso e de permanência da pessoa com deficiência no campo do trabalho, com o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva.

— Que é lei, é. Mas qual empresário ou, principalmente, órgão público de fato faz? Aqui no tribunal eu tenho equipamentos de tecnologia assistiva desde que entrei, em 2006, e agora meu trabalho vai ficar ainda melhor, mais ágil. Mesmo com orçamento reduzido, acreditaram e confiaram no meu trabalho, eu tenho muito a agradecer — reflete Samara.

Na função de técnica judiciária, Samara é responsável por auxiliar os juízes antes e durante as sessões judicias, atuando nos bastidores das audiências e, ao final, publicando as atas no sistema interno do tribunal. Hoje, vendo o mundo de outra forma, ela quer ir além.

— Agora eu posso até mesmo aspirar novas funções aqui no tribunal. Quem sabe ajudar efetivamente nas eleições do ano que vem, por que não? — finaliza com entusiasmo.

Fonte: VERSAR