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Editorial Tropical FM com Nereu Lopes de Lima - CRIADO PARA SALVAR, O PLÁSTICO MATA

Plástico uma das maiores invenções do século XX, pelo químico Belga Leo Boekeland em 1.907, a partir de material oriundo da celulose.  Ele fazia pesquisa para encontrar material para substituir a borracha. O material da celulose foi substituído pela Nafta do petróleo por ser mais resistente. O desejo foi alcançado. Criar um matéria leve, de multiuso e resistente.

O plástico leva 400 anos para se decompor na natureza. Plástico sintético surgiu em 1.932. Em seguida outras derivações foram sendo criadas. Poliéster e náilon em .1938, poliuretano em 39, teflon em 41 e silicone em 1.943. O plástico é hoje um dos produtos mais utilizados no mundo todo. O plástico proporcionou inovações nos setores de saúde, automotivo, construção civil, eletroeletrônico, alimentação, agricultura e no setor de sustentabilidade e é largamente utilizado.

O plástico também é utilizado como garrafas pet, para bebidas, sucos e refrigerantes, yogurtes, utensílios de cozinha, brinquedos em larga escala, talheres, compotas, canudos e muitos outras formas. Continua sendo indispensável para a evolução e inovação de qualquer setor. Todo o ser humano do planeta utiliza plástico diariamente de uma forma ou de outra. Atualmente são produzidos 1 milhão de garrafas pet por minuto. 500 bilhões de sacolas plásticas descartáveis por ano. Há uma projeção de produção de 33 bilhões de toneladas até 2050. Se nada mudar, até 2030 haverá mais plástico nos oceanos que peixes. Somente 9% do plástico descartável é reciclado, média mundial. No Brasil 1,25%. Quem mais recicla são Estados Unidos, Alemanha, Itália, Coreia do Sul e França. De 1.950 até hoje a produção aumentou em 2000% e apenas 40% é reutilizado e/ou reciclado. O volume de plástico produzido por pessoa chega a 58 quilos por ano.

O prejuízo com a poluição ambiental do plástico chega a 8 bilhões de dólares por ano. As nações unidas declararam ser a poluição pelo plástico o maior desafio do século 21. Essa questão superou o efeito estufa. Foi elaborado um guia prático de como agir, para reverter o estrago feito pelo lixo plástico.  A assembleia realizada em março, no Quênia sobre o tema foi o problema foi considerado vergonha para o mundo. O plástico que surgiu para salvar vidas e agora é causa de morte. Todo de 8 a 13 milhões de toneladas chegam aos oceanos. 100 mil animais marinhos morrem por ano por causa do plástico. Canudinhos, sacolas, redes de pesca, bi tuca de cigarro, e tampinhas e outros matérias. Especialistas afirmam que a questão não é o plástico e sim a sua utilização.

Falta conscientização da população. No Rio de Janeiro e Ilha Bela, já existe proibição do uso de canudos no comércio. Em Fernando de Noronha foi decretada a proibição de uso de recipientes e embalagens descartáveis. A União Europeia decretou o banimento de uso de material plástico descartável, inclusive talheres até 2021. Cada um de nós pode contribuir para a preservação ambienta. Parar de usar descartáveis plásticos.  Comprar sem sacolas plásticas do mercados. Evitar garrafas plásticas, evitar canudinhos, usar fraldas de pano e reutilizar o que for possível. Pode ser difícil mas é necessário, para o bem de todos, ao menos até que o plástico, seja substituído por um material biodegradável


Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo e recicla apenas 1%

O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país também é um dos menos recicla este tipo de lixo: apenas 1,2% é reciclado, ou seja, 145.043 toneladas.

Os dados são do estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês). O relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização" será apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-4), que será realizada em Nairóbi, no Quênia, de 11 a 15 de março.
Veja os números:

  • Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano
  • Cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana
  • Somente 145.043 toneladas de lixo plástico são recicladas
  • 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular
  • 7,7 milhões de toneladas ficam em aterros sanitários
  • Mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no país

O Brasil é um dos países que menos recicla no mundo ficando atrás de Yêmen e Síria e bem abaixo da média mundial que é de 9%. Dentre os maiores produtos de lixo plástico, é o que menos recicla.
Países maiores produtores de lixo plástico no mundo — Foto: WWF
 
"O fato de o Brasil está no 4º lugar como gerador de lixo plástico do mundo e reciclar somente 1% é resultado da falta de políticas públicas adequadas que incentivem a reciclagem em larga escala"- Anna Carolina Lobo, coordenadora do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF-Brasil.


"Mas também da adoção de um trabalho conjunto com indústrias para desenvolver novas tecnologias, como plásticos de uso único ou plásticos recicláveis, ou substituir o microplástico de vários produtos. Além da própria sociedade enquanto consumidora porque podemos mudar o cenário de acordo com nossas atitudes do dia a dia", explica Lobo.
Segundo a ONG, a poluição pelo plástico afeta a qualidade do ar, do solo e sistemas de fornecimento de água, já que o material absorve diversas toxinas e pode levar até 100 anos para se decompor na natureza.
Plástico: descarte irregular ameaça oceanos e ecossistemas — Foto: Pixabay


 

O que fazer com tanto plástico?


Dentre as possíveis soluções estão a destinação correta, a reciclagem e a diminuição da produção de lixo plástico. O brasileiro produz, em média, 1 kg de lixo plástico por semana, uma das maiores médias do mundo.
Soluções como o banimento de canudinhos e descartáveis são boas iniciativas, mas o trabalho precisa ir além da proibição. Para Lobo, é importante reconhecer e valorizar esses projetos de lei, mas é preciso um trabalho com os estabelecimentos comerciais para que eles não continuem ofertando produtos plásticos e com o consumidor para que faça o descarte corretamente.
Para ela, os entraves no Brasil para uma taxa mais alta de reciclagem e descarte correto do lixo são muitos e passam por diferentes fatores: "Se a gente pensar que nem saneamento básico chegou para todo mundo, imagina a reciclagem. Tem também a falta de estrutura para fazer coleta seletiva em larga escala e a questão da educação ambiental de fazer a separação do lixo. E falta também uma conscientização por paste das empresas de que elas precisam ser responsáveis pelo produto durante todo o ciclo de vida".
Uma das ideias possíveis e mais baratas a curto prazo é voltar com o uso de embalagens retornáveis, como anunciado pelas gigantes da indústria alimentícia Coca-Cola e a Pepsico, que já testam em alguns países o serviço.

Plástico nos oceanos


Sem a destinação adequada, boa parte dos resíduos plásticos acabam nos oceanos. Segundo o relatório da WWF, o volume de plástico que chega aos oceanos todos os anos é de aproximadamente 10 milhões de toneladas, o que equivale a 23 mil aviões Boeing 747 pousando nos mares e oceanos todos os anos – são mais de 60 por dia.
 Neste ritmo, até 2030, encontraremos o equivalente a 26 mil garrafas de plástico no mar a cada km2.
 "De todo lixo encontrado no litoral brasileiro, a maior parte é plástico. Esse verão do fim de 2018/início de 2019 foi o recordista de animais mortos na costa brasileira- principalmente no litoral de São Paulo- e boa parte dos grandes mamíferos tinham plástico em seus estômagos", disse Anna Carolina Lobo, da WWF.

Fonte: Rádio Tropical FM/ G1