Há seis meses, o gari e catador de latinhas Nilson Habeck, 49 anos, tomou uma decisão que mudaria sua vida: tentar ingressar em uma universidade. Morador do interior de Ibirama, no Vale do Itajaí, Nilson começou a estudar para o Vestibular de Verão da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em agosto do ano passado, na própria biblioteca da universidade. Em fevereiro deste ano, a redenção: foi aprovado no curso de graduação em Engenharia Civil.
Para chegar ao ponto de ver seu nome da lista de calouros da universidade, nada foi fácil. Nilson vem de uma família humilde de origem alemã, que trabalhava na roça para sobreviver, ao lado dos pais e do irmão, no Bairro Rio Rafael Baixo, em Ibirama. Há oito anos, Nilson perdeu o pai e, há três, a mãe. Mas decidiu permanecer na mesma casa da família.
Na lavoura, plantava fumo, pepino, milho. "A terra era boa", diz ele. Mas a renda da roça não vencia as contas da casa. Nilson, então, conseguiu um emprego de gari na Prefeitura de Presidente Getúlio, município vizinho a Ibirama, e, no contraturno, cata latinhas de alumínio pela cidade para melhorar a renda.
Apesar de os pais nunca incentivarem os estudos, por conta das necessidades da lida na roça e da falta de condições financeiras, Nilson, que não tem filhos, era inquieto. Sempre se esforçou para ter uma formação. Em 1986, concluiu o primeiro grau e, com 35 anos, o ensino médio, na Escola de Jovens e Adultos (EJA) da região, sempre dividindo o tempo com o trabalho. Quinze anos depois, não hesitou: chegava a hora de pensar em entrar para a universidade.
Rotina de estudo
Na Prefeitura, inverteu o turno de trabalho para começar a estudar todas as manhãs na Biblioteca da Udesc Ibirama, no Bairro Bela Vista. Durante quatro meses, todos os dias, Nilson percorreu cerca de 12 quilômetros com sua bicicleta para ir de Presidente Getúlio até o campus da Udesc estudar para o vestibular.
Era a primeira vez que prestava esse tipo de concurso. Nilson estava inseguro. Entretanto, com a motivação e o incentivo de professores, técnicos e alunos da Udesc Ibirama, seguiu firme no propósito. "Foi difícil, há muito tempo eu não estudava. Mas tem de ter fé", diz Nilson, que frequenta a igreja evangélica da região. E o sonho virou realidade. Para o agora universitário, a aprovação foi uma festa. Nos primeiros dias do curso, seu jeito tímido e humilde não impediu de fazer amigos muito mais jovens na sala de aula. "Já fiz trabalhos em grupo, eles me ajudam bastante", conta, orgulhoso.
O curso de Engenharia Civil tem duração de cinco anos. Nilson tem afinidade com a área da construção civil. "Eu sempre quis estudar, ler, ter conhecimento. Eu acreditei que ia conseguir. Lutei muito para chegar até aqui", resume Nilson.
Fonte: Secom
Para chegar ao ponto de ver seu nome da lista de calouros da universidade, nada foi fácil. Nilson vem de uma família humilde de origem alemã, que trabalhava na roça para sobreviver, ao lado dos pais e do irmão, no Bairro Rio Rafael Baixo, em Ibirama. Há oito anos, Nilson perdeu o pai e, há três, a mãe. Mas decidiu permanecer na mesma casa da família.
Na lavoura, plantava fumo, pepino, milho. "A terra era boa", diz ele. Mas a renda da roça não vencia as contas da casa. Nilson, então, conseguiu um emprego de gari na Prefeitura de Presidente Getúlio, município vizinho a Ibirama, e, no contraturno, cata latinhas de alumínio pela cidade para melhorar a renda.
Apesar de os pais nunca incentivarem os estudos, por conta das necessidades da lida na roça e da falta de condições financeiras, Nilson, que não tem filhos, era inquieto. Sempre se esforçou para ter uma formação. Em 1986, concluiu o primeiro grau e, com 35 anos, o ensino médio, na Escola de Jovens e Adultos (EJA) da região, sempre dividindo o tempo com o trabalho. Quinze anos depois, não hesitou: chegava a hora de pensar em entrar para a universidade.
Rotina de estudo
Na Prefeitura, inverteu o turno de trabalho para começar a estudar todas as manhãs na Biblioteca da Udesc Ibirama, no Bairro Bela Vista. Durante quatro meses, todos os dias, Nilson percorreu cerca de 12 quilômetros com sua bicicleta para ir de Presidente Getúlio até o campus da Udesc estudar para o vestibular.
Era a primeira vez que prestava esse tipo de concurso. Nilson estava inseguro. Entretanto, com a motivação e o incentivo de professores, técnicos e alunos da Udesc Ibirama, seguiu firme no propósito. "Foi difícil, há muito tempo eu não estudava. Mas tem de ter fé", diz Nilson, que frequenta a igreja evangélica da região. E o sonho virou realidade. Para o agora universitário, a aprovação foi uma festa. Nos primeiros dias do curso, seu jeito tímido e humilde não impediu de fazer amigos muito mais jovens na sala de aula. "Já fiz trabalhos em grupo, eles me ajudam bastante", conta, orgulhoso.
O curso de Engenharia Civil tem duração de cinco anos. Nilson tem afinidade com a área da construção civil. "Eu sempre quis estudar, ler, ter conhecimento. Eu acreditei que ia conseguir. Lutei muito para chegar até aqui", resume Nilson.
Fonte: Secom