— Ela disse "tia, lê no bilhete". É toda tímida. Guardei o papelzinho em um canto, continuei anotando os nomes das crianças na lista. Depois, quando abri, vi aquele bilhete. Nossa, foi muito emocionante! — disse a professora, que leciona há uma década e, neste ano, dá aulas para pequeninos entre oito e nove anos. — Ver uma situação dessa vindo de criança, com tantas notícias tristes e coisas ruins acontecendo, e ver essa inocência e pureza da criança, querendo ajudar o próximo e fazer o bem...
Emocionada com o gesto de sua aluna, a professora resolveu compartilhar a experiência em sua página nas redes sociais. Ela postou uma imagem do bilhete entregue pela menina, acompanhado do texto: "Sempre falo que sou abençoada pela profissão que exerço. E mais ainda, sou abençoada por trabalhar com crianças. Esse ser puro, inocente e que me ensina mais do que eu a eles", afirma em um trecho do texto.
A postagem viralizou e, até a manhã desta terça-feira, já acumulava mais 75 mil compartilhamentos e 12 mil comentários.
— Nunca imaginei que fosse repercutir tanto. Postei porque achei que deveria compartilhar essa história. Fiquei muito feliz. Para as pessoas enxergarem que tem gente de bom coração e que o mundo tem solução. Fica aquela esperança no fim do túnel — acrescentou a professora.
A escola em que Taciana dá aulas recebe alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Tradicionalmente, próximo à Páscoa, eles encomendam os ovinhos de chocolate para celebrar a data — a mãe de uma secretária que trabalha na unidade faz as iguarias, cobrando um "preço simbólico".
Segundo a professora, os pais que têm condição contribuem com o valor e os professores completam o dinheiro, caso alguns alunos não possam contribuir. Taciana disse ainda que a aluna que lhe entregou o bilhete é bastante tímida, quietinha, mas também é inteligente e bastante caprichosa.
A mãe da aluna contou à professora que a menina queria "levar um dinheirinho a mais", mas tinha vergonha de que algum amiguinho ouvisse. Ela então sugeriu que a filha entregasse o bilhetinho.
— Ela queria fazer o bem, mas não queria aparecer em cima desse bem que estava fazendo. É uma gracinha, muito meiga, amiga de todo mundo. Não é de ficar falando muito, mas é uma belezinha. É o primeiro ano que dou aula para ela, estou apaixonada — derreteu-se a professora.
Fonte: Jornal Extra