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O alívio do sobrevivente e a dor dos mortos: como foi o dia de resgate em Blumenau

Bombeiros e Samu trabalharam desde as 11h45min no resgate às vítimas de um deslizamento de terra às margens da Via Expressa

Eram 15h47min desta quarta-feira quando uma salva de palmas tomou conta do entorno do local onde foi registrado um deslizamento de terra em Blumenau. Isso porque em meio aos escombros, quatro horas após a ocorrência ser registrada, um dos três trabalhadores que havia desaparecido tinha sido encontrado com vida. O clima antes silenciado pela dor às margens da Via Expressa, na Itoupava Norte, foi substituído por um sentimento de alívio para familiares e amigos de Ademir José de Oliveira, 42 anos.


– O motivo da vibração da equipe é também de muita felicidade para a gente, já que encontramos uma vítima com vida nos escombros. A unidade avançada do Samu já está chegando ao local para fazermos o procedimento. Em breve mais informações. Mas a vítima foi encontrada com vida – disse o capitão Filipe Daminelli, do Corpo de Bombeiros, minutos após a localização da vítima viva.

O trabalho para tirar Ademir com vida da massa de terra, porém, demorou mais de nove horas. A ação do Corpo de Bombeiros foi feita com muita cautela, já que a instabilidade do solo colocava em risco até mesmo a atuação dos socorristas. Todas as decisões, de acordo com a corporação, eram tomadas apenas após a análise de todos os cenários possíveis e seus prováveis desdobramentos. O resgate também foi acompanhado pela equipe médica do Samu, que deu o suporte enquanto era feita a remoção de pedras e terra que soterravam a vítima.


Além de Ademir, outras duas pessoas foram soterradas e não resistiram aos ferimentos. O primeiro corpo a ser retirado foi  de Romero Geraldo da Silva, 28 anos. Ele estava a cerca de um metro de profundidade e foi localizado por volta das 13h30min. A retirada só ocorreu às 14h40min, por conta das dificuldades enfrentadas pelos socorristas. A segunda vítima fatal estava ao lado de Ademir, a cerca de 1,50 metro de profundidade e foi identificada como Élcio José Padilha, 30 anos.


(Foto: Patrick Rodrigues)

Todos eram operários que trabalhavam na terraplanagem para a construção de um hotel na Via Expressa. A informação repassada por funcionários à reportagem é de que os trabalhadores estariam escavando a sapata para a colocação de uma coluna de concreto no momento em que o deslizamento ocorreu. Outras pessoas estavam no local, porém conseguiram sair antes que o barro os atingisse.

– Eu estava junto, consegui sair correndo, mas os outros não deu tempo. Cheguei a levar uma pancada nas costas. Foi tudo muito rápido – disse um dos operários.

Familiares dos operários soterrados chegaram ao local do acidente antes do meio-dia em buscas de informações. Conforme a conversa com os sobreviventes ocorria, pais e irmãos eram atendidos e orientados pelo Corpo de Bombeiros. Uma área de isolamento foi criada e resguardada para eles. À medida em que notícias chegavam muitos iam embora.


Casas foram interditadas pela Defesa Civil

No início da tarde desta quarta-feira, a Defesa Civil de Blumenau fez a interdição de três casas que ficam no topo do barranco que deslizou. A alegação do órgão é de que não há segurança para os imóveis, já que a base do terreno foi afetada pelo deslizamento. Por precaução, a prefeitura determinou que as famílias deixassem o local por precaução.


– Não existe um prazo (para a interdição). Primeiro vamos fazer uma avaliação da situação, que vai ocorrer amanhã (quinta-feira), para depois sabermos o período que os imóveis ficarão interditados – explica Adriano da Cunha, diretor de Defesa Civil de Blumenau.


Fonte: NSC TOTAL