Esta é a segunda vez em que uma possível cura é relatada na história
Pela segunda vez desde que o HIV se tornou uma epidemia global, um paciente parece ter sido curado do vírus, conforme afirmam cientistas. O primeiro caso registrado no mundo ocorreu há 12 anos, quando uma pessoa foi comprovadamente curada após um transplante de medula óssea. As informações são do The New York Times.
Os resultados do processo devem ser publicados ainda nesta terça-feira (5) na revista científica Nature. Além disso, pesquisadores devem apresentar mais detalhes do caso na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), que ocorre de 4 a 7 de março, em Seattle, nos Estados Unidos.
Os dois pacientes considerados curados até agora passaram pelo mesmo processo, um transplante de medula óssea, mas não para o tratamento do HIV, e sim de câncer. Portanto, é improvável que este tipo de cirurgia seja uma opção viável para o tratamento da doença, já que existem, atualmente, drogas fortes o suficiente para controlar a infeção, enquanto o transplante é um processo arriscado, com efeitos colaterais que podem permanecer por anos.
Ainda assim, os especialistas afirmam que rearmar o corpo com células imunes modificadas para resistir ao vírus pode ter sucesso como um tratamento mais frequente.
— Isso vai inspirar as pessoas que a cura não é um sonho — disse Annemarie Wensing, virologista do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda.
O primeiro caso da história
Foi na edição de 2007 da CROI que um médico alemão relatou a primeira experiência de cura do HIV em um paciente identificado como Timothy Ray Brown, que atualmente tem 52 anos e vive em Palm Springs, na Califórnia.
Mais tarde, após ficar comprovado que Brown estava de fato curado, cientistas tentaram por diversas vezes obter o mesmo resultado, mas sempre sem sucesso. Nas tentativas realizadas, o vírus retornava ainda mais forte, apenas alguns meses após os pacientes descontinuarem o uso dos medicamentos antirretrovirais. Por conta de todos os fracassos, os especialistas passaram a se questionar se o caso de Brown não era apenas uma exceção.
Brown teve leucemia e, após a quimioterapia não impedir o avanço da doença, ele foi submetido a dois transplantes de medula óssea. O material veio de um doador com uma mutação na proteína CCR5, que fica na superfície de algumas células do sistema imunológico, impedindo que o HIV consiga se agarrar à essa versão mutante.
Brown chegou a receber medicamentos imunossupressores que não são mais usados e acabou passando por sérias complicações após a cirurgia. Depois de quase morrer e se recuperar totalmente, os médicos constataram que Brown estava curado da infecção pelo HIV.
O segundo caso
Já o paciente de Londres sofria de linfoma de Hodgkin e também recebeu um transplante de medula óssea de um doador com mutação genética na CCR5, em maio de 2016. Ele também recebeu drogas imunossupressoras, mas o tratamento foi bem menos intenso.
Em 2017, o paciente deixou de tomar remédios contra o HIV, tornando-se o único paciente depois de Brown a permanecer livre do vírus por tanto tempo após cessar o tratamento.
O primeiro caso registrado no mundo ocorreu há 12 anos, quando uma pessoa foi comprovadamente curada após um transplante de medula óssea (Foto: Luís Carlos Kriewall / Especial) |
Pela segunda vez desde que o HIV se tornou uma epidemia global, um paciente parece ter sido curado do vírus, conforme afirmam cientistas. O primeiro caso registrado no mundo ocorreu há 12 anos, quando uma pessoa foi comprovadamente curada após um transplante de medula óssea. As informações são do The New York Times.
Os resultados do processo devem ser publicados ainda nesta terça-feira (5) na revista científica Nature. Além disso, pesquisadores devem apresentar mais detalhes do caso na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), que ocorre de 4 a 7 de março, em Seattle, nos Estados Unidos.
Os dois pacientes considerados curados até agora passaram pelo mesmo processo, um transplante de medula óssea, mas não para o tratamento do HIV, e sim de câncer. Portanto, é improvável que este tipo de cirurgia seja uma opção viável para o tratamento da doença, já que existem, atualmente, drogas fortes o suficiente para controlar a infeção, enquanto o transplante é um processo arriscado, com efeitos colaterais que podem permanecer por anos.
Ainda assim, os especialistas afirmam que rearmar o corpo com células imunes modificadas para resistir ao vírus pode ter sucesso como um tratamento mais frequente.
— Isso vai inspirar as pessoas que a cura não é um sonho — disse Annemarie Wensing, virologista do Centro Médico da Universidade de Utrecht, na Holanda.
O primeiro caso da história
Foi na edição de 2007 da CROI que um médico alemão relatou a primeira experiência de cura do HIV em um paciente identificado como Timothy Ray Brown, que atualmente tem 52 anos e vive em Palm Springs, na Califórnia.
Mais tarde, após ficar comprovado que Brown estava de fato curado, cientistas tentaram por diversas vezes obter o mesmo resultado, mas sempre sem sucesso. Nas tentativas realizadas, o vírus retornava ainda mais forte, apenas alguns meses após os pacientes descontinuarem o uso dos medicamentos antirretrovirais. Por conta de todos os fracassos, os especialistas passaram a se questionar se o caso de Brown não era apenas uma exceção.
Brown teve leucemia e, após a quimioterapia não impedir o avanço da doença, ele foi submetido a dois transplantes de medula óssea. O material veio de um doador com uma mutação na proteína CCR5, que fica na superfície de algumas células do sistema imunológico, impedindo que o HIV consiga se agarrar à essa versão mutante.
Brown chegou a receber medicamentos imunossupressores que não são mais usados e acabou passando por sérias complicações após a cirurgia. Depois de quase morrer e se recuperar totalmente, os médicos constataram que Brown estava curado da infecção pelo HIV.
O segundo caso
Já o paciente de Londres sofria de linfoma de Hodgkin e também recebeu um transplante de medula óssea de um doador com mutação genética na CCR5, em maio de 2016. Ele também recebeu drogas imunossupressoras, mas o tratamento foi bem menos intenso.
Em 2017, o paciente deixou de tomar remédios contra o HIV, tornando-se o único paciente depois de Brown a permanecer livre do vírus por tanto tempo após cessar o tratamento.
Fonte: NSC TOTAL