Deivid Rauan de Lima nasceu com deficiência auditiva e tinha dificuldade em se comunicar
Por Patrícia Della Justina
Deivid Rauan de Lima tem sete anos e, desde que nasceu, possui deficiência auditiva profunda. A mãe, Jaqueline Aparecida Inácio, tem outros dois filhos: uma de dez e um de 14 anos. Ela lembra que quando ele nasceu, a família não esperava pela notícia.
– Nós não estávamos preparados e levamos um susto ao descobrir. Mesmo mais tarde, com o aparelho auditivo e consultas com fonoaudióloga, não conseguíamos resultados – diz.
Ela detalha que, por não conseguir comunicação clara, Deivid acabava se expressando de forma agressiva com as pessoas. A família tomou algumas medidas: adaptaram a casa, Jaqueline e a filha de dez anos fizeram cursos de Libras, ensinavam os aprendizados ao irmão mais velho e ao pai de Deivid, mas, mesmo assim, as tentativas de comunicação não surtiam efeito.
Foi quando Jaqueline soube do ensino bilíngue oferecido pelo projeto piloto da unidade escolar e matriculou Deivid, em meados de 2018.
– Mudou completamente. Hoje ele não é agressivo e nós conseguimos nos comunicar. Ele ama ir à escola e pede para ir, inclusive, aos fins de semana. Todos os dias ele nos conta sorridente o que aprendeu com os amigos e professores.
Deivid e os amigos também têm acesso a atividades em conjunto com os alunos ouvintes. Eles são divididos em dois grupos, separados por idades. Enquanto um tem aulas de alfabetização em português e matemática com a professora Maria Fabiane Souza – que é ouvinte e domina Libras – o outro grupo aprende ciências, geografia e história com a professora Talita Nunes – que é surda desde os dois anos de idade, depois de ter contraído meningite.
- Eles precisam de muita experimentação. Para aprender sobre plantas, por exemplo, eles precisam plantar, cuidar de uma planta, sair da sala para aprender o conteúdo. Então acabamos tendo muitas aulas ao ar livre e desenvolvendo atividades que permitem a visualização – ilustra a professora Maria Fabiane.
Com o auxílio de intérpretes, a professora Talita conta como percebe o desenvolvimento das crianças as quais ela acompanha desde o ano passado.
– No começo era muito difícil porque elas não sabiam Libras. Então começamos, aos poucos, a ensinar elas e os pais, já que é tão importante aprimorar a comunicação em casa também. Hoje é visível o desenvolvimento delas.
Um exemplo disso era enquanto a equipe do AN conversava com as professoras. Todas as crianças riam, brincavam e interagiam entre si ininterruptamente.
Talita também relata que sempre teve muita dificuldade durante a infância e adolescência por conta da surdez. Ela começou a ter mais contato com o idioma quando já estava na faculdade. Hoje, tanto ela, quanto a mãe de Deivid, e a professora Maria Fabiane desejam o mesmo.
Todas são unanimes ao destacar a importância do ensino tanto para estudantes ouvintes, quanto para quem possui a deficiência, para que o acesso à comunicação facilite os caminhos até a fase adulta e que atividades como conversar com quem espera pelo mesmo ônibus, fazer comprar no supermercado, ou pedir informações na rua, não sejam atividades tão difíceis ao longo da vida.
Fonte: NSC TOTAL
Por Patrícia Della Justina
Jaqueline Aparecida, mãe de Deivid Rauan, teve de se adaptar à deficiência do filho (Foto: Carlos Júnior/A Notícia) |
Deivid Rauan de Lima tem sete anos e, desde que nasceu, possui deficiência auditiva profunda. A mãe, Jaqueline Aparecida Inácio, tem outros dois filhos: uma de dez e um de 14 anos. Ela lembra que quando ele nasceu, a família não esperava pela notícia.
– Nós não estávamos preparados e levamos um susto ao descobrir. Mesmo mais tarde, com o aparelho auditivo e consultas com fonoaudióloga, não conseguíamos resultados – diz.
Ela detalha que, por não conseguir comunicação clara, Deivid acabava se expressando de forma agressiva com as pessoas. A família tomou algumas medidas: adaptaram a casa, Jaqueline e a filha de dez anos fizeram cursos de Libras, ensinavam os aprendizados ao irmão mais velho e ao pai de Deivid, mas, mesmo assim, as tentativas de comunicação não surtiam efeito.
Foi quando Jaqueline soube do ensino bilíngue oferecido pelo projeto piloto da unidade escolar e matriculou Deivid, em meados de 2018.
– Mudou completamente. Hoje ele não é agressivo e nós conseguimos nos comunicar. Ele ama ir à escola e pede para ir, inclusive, aos fins de semana. Todos os dias ele nos conta sorridente o que aprendeu com os amigos e professores.
Deivid e os amigos também têm acesso a atividades em conjunto com os alunos ouvintes. Eles são divididos em dois grupos, separados por idades. Enquanto um tem aulas de alfabetização em português e matemática com a professora Maria Fabiane Souza – que é ouvinte e domina Libras – o outro grupo aprende ciências, geografia e história com a professora Talita Nunes – que é surda desde os dois anos de idade, depois de ter contraído meningite.
- Eles precisam de muita experimentação. Para aprender sobre plantas, por exemplo, eles precisam plantar, cuidar de uma planta, sair da sala para aprender o conteúdo. Então acabamos tendo muitas aulas ao ar livre e desenvolvendo atividades que permitem a visualização – ilustra a professora Maria Fabiane.
Crianças, funcionários e pais de alunos têm acesso à Lingua Brasileira de Sinais na escola( Foto: Carlos Júnior/A Notícia ) |
Com o auxílio de intérpretes, a professora Talita conta como percebe o desenvolvimento das crianças as quais ela acompanha desde o ano passado.
– No começo era muito difícil porque elas não sabiam Libras. Então começamos, aos poucos, a ensinar elas e os pais, já que é tão importante aprimorar a comunicação em casa também. Hoje é visível o desenvolvimento delas.
Um exemplo disso era enquanto a equipe do AN conversava com as professoras. Todas as crianças riam, brincavam e interagiam entre si ininterruptamente.
Talita também relata que sempre teve muita dificuldade durante a infância e adolescência por conta da surdez. Ela começou a ter mais contato com o idioma quando já estava na faculdade. Hoje, tanto ela, quanto a mãe de Deivid, e a professora Maria Fabiane desejam o mesmo.
Todas são unanimes ao destacar a importância do ensino tanto para estudantes ouvintes, quanto para quem possui a deficiência, para que o acesso à comunicação facilite os caminhos até a fase adulta e que atividades como conversar com quem espera pelo mesmo ônibus, fazer comprar no supermercado, ou pedir informações na rua, não sejam atividades tão difíceis ao longo da vida.
Fonte: NSC TOTAL