Eleito pela primeira vez para um cargo eletivo, o deputado federal Gilson Marques (Novo), foi um dos 16 eleitos para representar Santa Catarina na Câmara dos Deputados.
A posse ocorreu nesta sexta-feira (1º), quando também foi realizada a eleição para presidência da Câmara. O partido Novo, ao qual Gilson é filiado tinha como candidato o gaúcho Marcel Van Hatten.
As chances de Van Hatten, no entanto, foram reduzidas em virtude das coligações e os chamados “acordões” entre as bancadas dos partidos, já que o presidente da Câmara tem o poder de nomear 692 cargos.
Muitos desses cargos e benefícios são prometidos em troca dos votos. Por isso, avalia Marques, fica mais fácil para quem está com a máquina na mão, já que os novos deputados assumem oficialmente o cargo apenas horas antes da eleição.
“Temos a certeza que nosso discurso é correto. Mais importante do que dar certo, é fazer o certo”, reitera o parlamentar sobre a candidatura do colega gaúcho, que recebeu apoio de nomes como Kim Kataguiri (DEM-SP), líder do Movimento Brasil Livre, e que abriu mão de sua candidatura.
Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara acabou reeleito, com 334 votos dos colegas. A votação foi secreta.
Economia
Antes mesmo de ser empossado como deputado federal, Gilson Marques já havia anunciado, que renunciaria privilégios, como auxílio moradia, apartamento funcional e também boa parte do número de assessores a que tem direito.
Segundo ele, somente o apartamento funcional teria um custo aproximado de R$6 mil mensais. Ele já alugou um apartamento em Brasília, que será pago com seu salário de deputado (R$ 33.763), que segundo ele, é o que acontece com qualquer trabalhador brasileiro.
Outra economia apontada pelo deputado é no número de assessores, já que cada parlamentar tem direito, por lei, a 25 assessores.
“O Partido Novo recomenda que tenhamos no máximo 12 assessores. Contratei apenas seis, e pode ser que venha contratar mais dois, não mais que isso”, reforçou o parlamentar.
O parlamentar adiantou também que a intenção é reduzir pela metade os gastos a que tem direito por meio da cota parlamentar. A previsão de economia para o mandato é de R$3 milhões de reais.
De acordo com Marques todos os 8 deputados eleitos pelo Partido Novo devem ter atitude similar, bem como irão cobrar a mesma responsabilidade dos demais parlamentares com o dinheiro público.
“Não adianta eu dizer que sou contra alguma coisa e não renunciar a ela, pois isso seria hipocrisia. Precisamos corrigir pelo exemplo. Se eu falo que quero reduzir o estado, a estrutura e os gastos, preciso fazer isso para cobrar que o executivo faça também”.
1º projeto do Novo é acabar com o fundo partidário
O parlamentar comentou ainda a decisão da bancada do partido Novo de apresentar o projeto de extinção do Fundo Partidário.
Segundo Marques, em um país em que não há dinheiro suficiente para segurança, infraestrutura, educação e saúde, é inconcebível o gasto de R$2,5 bilhões em campanhas eleitorais, para compra de “santinhos” e pagamento de cabos eleitorais.
“O contribuinte é obrigado a pagar isso, ao mesmo tempo que não há dinheiro para comprar remédio e tem pessoas morrendo na fila de hospitais. Na visão do Novo, qualquer partido pode existir, desde que seja autossustentável”, destaca o parlamentar, citando que no partido Novo são os filiados que fazem uma contribuição mensal de R$29,80.
Posicionamento perante o Governo Jair Bolsonaro
Ao comentar sobre o posicionamento pessoal e do partido, Gilson Marques destaca que, embora concorde com 90% do plano de governo elaborado por Paulo Guedes, a bancada no Novo não se colocará nem como situação nem como oposição.
“Seremos uma bancada independente, nosso interesse é o que for melhor para o Brasil. Se não houver desrespeito e estiver dentro do que acreditamos, vamos apoiar”, destaca o parlamentar.
Ele garantiu também que será um fiscalizador do poder executivo, por meio de análise do orçamento, teto de gastos, Lei de Responsabilidade Fiscal, e outros instrumentos que permitam verificar como o dinheiro está sendo tratado.
Para Gilson Marques, é importante como parlamentar manter também o foco na educação, no sentido de explicar ao eleitor como são importantes as reformas, como é o caso da Previdência, pois a não aprovação traria consequências desastrosas.
“Precisamos educar as pessoas para que eles cobrem dos deputados o que é melhor para o brasil e não o que é melhor para que eles sejam reeleitos”, reiterou.
Por fim, o parlamentar reitera a importância de o eleitor acompanhar as atividades desenvolvidas pelos parlamentares, e adiantou a criação de um aplicativo para interação com o eleitor, que vai permitir uma comunicação mais direta e simples.
“Precisamos da participação, inclusive de quem não gosta de política, porque de quem gosta, a gente tá de saco cheio”, satirizou Gilson Marques.
Fonte: Rádio Tropical FM