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Agrônomo que começou trajetória na roça se torna doutor

Quem procurar pelos serviços da Secretaria de Agricultura em Piratuba, tem a chance de ser atendido por um “doutor”. O jovem Rafael Gotardo, 35 anos, natural de Piratuba, engenheiro agrônomo graduado na Unoesc, é o primeiro piratubense a concluir doutorado e se tornar consequentemente um “doutor”, no verdadeiro sentido do uso da atribuição da palavra.

A expressão usada frequentemente para se referir à advogados e médicos é o tratamento dado oficialmente para inferências a quem de fato conclui especialização stricto sensu em doutorado.

Para alcançar o título, além da graduação, Gotardo precisou encarar a difícil missão do mestrado e só então candidatar-se a uma vaga nos concorridos cursos de doutorado da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

Pra isso, Rafael teve que se afastar por dois anos das funções públicas e dedicar-se as pesquisas. No doutorado, com foco em mudanças no uso da terra, o estudante precisou apresentar trabalho evidenciando o que as alterações no manejo da terra provocam em questões relacionadas a água. Gotardo avaliou minunciosamente impactos meteorológicos, vazão de rios e a concentração de água no solo na área pesquisada. 

No caminho do doutorado, o engenheiro também apropriou-se de banco de dados para mensurar quatro questões elementares: pastagens, reflorestamentos, agricultura e florestas.

A pesquisa de campo executada em Lontras, no Vale do Itajaí, teve como principais constatações de que as mudanças provocadas pelo homem e as diferentes formas de manejo, impactam o meio ambiente.  As principais alterações são nas condições e no ciclo hidrológico (ocorrência, circulação e distribuição das diferentes formas de água existentes na superfície terrestre, suas propriedades físicas e químicas e suas interações com o meio ambiente).

A principal orientação proposta na pesquisa é a de respeitar o meio ambiente, mantendo a vegetação nativa, com atenção especial pelos espaços de mata ciliar, que é a formação vegetal localizada nas margens dos córregos, lagos, represas e nascentes.

Desde muito cedo, o filho de seu Mário Gotardo e dona Fátima Pereira Duarte Gotardo, agricultores da comunidade da comunidade do Maratá, alimentou o sonho de chegar ao doutorado. “Da minha casa eu avistava uma residência que ficava do outro lado do rio do Peixe, onde morava a família de um ex-professor ipirense, que foi o primeiro doutor com quem tive contato. O professor Dr. Adelar Heinsfeld, que alcançou o pós-doutorado na Pontificia Universidad Católica de Chile em 2013, foi minha inspiração”, afirma. “Meu desejo de crescimento pessoal e profissional está focado em poder contribuir com a natureza e oferecer orientações mais profundas quanto ao uso da terra e técnicas de manejo”, conclui Gotardo.

De volta à terra natal, Rafael Gotardo, o agricultor que virou doutor, acredita que o conhecimento gerado pela pesquisa e as experiências vivenciadas na academia, possam impactar positivamente a vida dele na condição de engenheiro agrônomo, podendo atuar cada vez vocacionado para as práticas do uso adequado da terra e os cuidados com o meio ambiente!




Fonte: Ernoy Mattiello/ASCOM & MARKETING