O diretor de Inovação da Fiesc e do Instituto Senai de Inovação, professor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) há 15 anos, tem realizado visitas técnicas a Israel, que mantém cooperação tecnológica com Santa Catarina.
Jefferson de Oliveira Gomes (Foto: Divulgação) |
Como o Brasil pode se beneficiar com esta aproximação com Israel?
Jefferson de Oliveira Gomes – O Brasil já vem se beneficiando das relações com o Israel. A Paraíba é um dos principais parceiros de Israel nas tecnologias sobre a água e na produção agrícola. Israel se destaca pela capacitação tecnológica, em função dos projetos de defesa. Isto impulsionou o crescimento daquele país. Na década de 1960, Israel e o Brasil tinham o mesmo PIB per capita. Hoje, o PIB de Israel é quatro vezes maior do que o brasileiro. Isto se deve à tecnologia agregada e muita inovação, impactando mais de 4% do PIB. No Brasil é de apenas 1,3%. Eles têm vários institutos privados de pesquisa que aceleram o crescimento da Nação, com pesquisa básica e desenvolvimento científico. Tiveram sete guerras em 50 anos e desenvolveram poderosos instrumentos de defesa com muita tecnologia. Para se ter uma ideia, o Wase é um produto de Israel. Os aplicativos para localizar os ônibus são produtos de Israel. Muitos produtos de eletrônica e de computação vêm de lá. Os processadores quânticos são todos de Israel ou tem lá sua matriz.
E como Santa Catarina entra neste nova relação diplomática?
Gomes – O projeto do satélite que estamos desenvolvendo aqui tem muita cooperação com os institutos israelenses. Os parques tecnológicos que temos aqui têm muita relação com os israelenses.
O que o senhor trouxe de novidades na última visita a Israel?
Gomes – A constatação de que a inovação tecnológica precisa de um ecosistema. Se você for a Nova York, por exemplo, encontrará uma incubadora israelesne na Sexta Avenida. Eles estão lá porque querem estar próximos de Wall Street para obter financiamentos, visando a impulsionar a inovação e a tecnologia. Você tem grandes empresas com demandas sociais.
A nova fase Brasil-Israel é realmente importante?
Gomes – É fundamental. Não é que Israel terá um grande mercado importador. Mas temos em Santa Catarina e no Brasil uma grande quantidade de empresas com grande capacidade de crescimento, especialmente as relacionadas com o setores automotivo e de eletrodomésticos. Se tiverem a possibilidade de se tornaram mais globais, em cooperação com as “startups” de Israel na área de comunicação de dados terá outros produtos. E todos ganharão com a globalização.
Por Moacir Pereira
Fonte: NSC