A Arábia Saudita suspendeu as importações de carne de frango de cinco frigoríficos brasileiros. A medida afetou a BRF, cujas ações caíam mais de 3% no início desta tarde de terça-feira e lideravam as perdas do Ibovespa. A BRF é a maior exportadora de carne de frango halal do mundo. Essa carne é chamada de halal, pois segue princípios do Islã tanto na produção quanto no abate. Em árabe, a palavra significa legal, permitido. E os muçulmanos só podem consumir alimentos que foram produzidos seguindo esse ritual islâmico.
O Ministério da Agricultura já foi comunicado pelo serviço veterinário saudita. O país é o maior importador do produto brasileiro, à frente da China. As razões ainda não foram detalhadas, mas técnicos do ministério avaliam que problemas sanitários apontados desde a deflagração da Operação Carne Fraca, em março de 2017, contribuíram para essa decisão.
No segundo semestre, uma auditoria do governo saudita também teria indicado descumprimento a exigências sanitárias em inspeções feitas em plantas do Brasil o relatório final ainda não foi divulgado.
Desde a Carne Fraca, a Arábia Saudita também deixou de habilitar frigoríficos do Brasil pelo sistema de “prélisting”, por meio do qual os estabelecimentos são autorizados a exportar por amostragem, sem que seja necessário inspecionar todas as fábricas interessadas em exportar. Atualmente, as habilitações são individuais (planta por planta), o que leva mais tempo.
Por trás das questões sanitárias, contudo, há o plano estratégico do governo da Arábia Saudita de reduzir sua dependência de carne de frango importada, com medidas de proteção à indústria local. Nessa linha, o país mudou no ano passado as regras para o abate halal e deu um prazo considerado curto para adaptações dos exportadores brasileiros.
Antes da mudança nas regras de abate, os sauditas já haviam adotado outra medida para impulsionar a produção local de carne de frango, e negativa para os brasileiros. No início de 2017, quadruplicaram a alíquota de importação de carne de frango, de 4% para 20%.
Em relação às motivações para o embargo saudita, fontes afirmam que há dúvidas se uma possível transferência da embaixada brasileira em Israel, de TelAvi para Jerusalém também pode ter acelerado as restrições às importações da Arábia Saudita, ainda que essa não seja uma possibilidade totalmente descartada.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 25 plantas de carne de frango continuam autorizadas a exportar à Arábia Saudita, entre 58 habilitadas. Segundo a entidade, as empresas autorizadas constam em uma lista divulgada pelas autoridades sauditas. “As razões informadas para a não autorização das demais unidades habilitadas decorrem de critérios técnicos”, informou.
“Planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações. A ABPA está em contato com o Governo Brasileiro para que, em tratativa com o Reino da Arábia Saudita, sejam solvidos os eventuais questionamentos e incluídas as demais plantas”, concluiu comunicado da entidade.
As plantas de Capinzal e Videira estão entre as habilitadas a continuar como exportadores de carne de frango para aquele país, conforme relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura.
Fonte: Valor Econômico
O Ministério da Agricultura já foi comunicado pelo serviço veterinário saudita. O país é o maior importador do produto brasileiro, à frente da China. As razões ainda não foram detalhadas, mas técnicos do ministério avaliam que problemas sanitários apontados desde a deflagração da Operação Carne Fraca, em março de 2017, contribuíram para essa decisão.
No segundo semestre, uma auditoria do governo saudita também teria indicado descumprimento a exigências sanitárias em inspeções feitas em plantas do Brasil o relatório final ainda não foi divulgado.
Desde a Carne Fraca, a Arábia Saudita também deixou de habilitar frigoríficos do Brasil pelo sistema de “prélisting”, por meio do qual os estabelecimentos são autorizados a exportar por amostragem, sem que seja necessário inspecionar todas as fábricas interessadas em exportar. Atualmente, as habilitações são individuais (planta por planta), o que leva mais tempo.
Por trás das questões sanitárias, contudo, há o plano estratégico do governo da Arábia Saudita de reduzir sua dependência de carne de frango importada, com medidas de proteção à indústria local. Nessa linha, o país mudou no ano passado as regras para o abate halal e deu um prazo considerado curto para adaptações dos exportadores brasileiros.
Antes da mudança nas regras de abate, os sauditas já haviam adotado outra medida para impulsionar a produção local de carne de frango, e negativa para os brasileiros. No início de 2017, quadruplicaram a alíquota de importação de carne de frango, de 4% para 20%.
Em relação às motivações para o embargo saudita, fontes afirmam que há dúvidas se uma possível transferência da embaixada brasileira em Israel, de TelAvi para Jerusalém também pode ter acelerado as restrições às importações da Arábia Saudita, ainda que essa não seja uma possibilidade totalmente descartada.
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), 25 plantas de carne de frango continuam autorizadas a exportar à Arábia Saudita, entre 58 habilitadas. Segundo a entidade, as empresas autorizadas constam em uma lista divulgada pelas autoridades sauditas. “As razões informadas para a não autorização das demais unidades habilitadas decorrem de critérios técnicos”, informou.
“Planos de ação corretiva estão em implementação para a retomada das autorizações. A ABPA está em contato com o Governo Brasileiro para que, em tratativa com o Reino da Arábia Saudita, sejam solvidos os eventuais questionamentos e incluídas as demais plantas”, concluiu comunicado da entidade.
As plantas de Capinzal e Videira estão entre as habilitadas a continuar como exportadores de carne de frango para aquele país, conforme relatório divulgado pelo Ministério da Agricultura.
Fonte: Valor Econômico