A BR-282 em Joaçaba terá o trânsito controlado ao longo desta quinta-feira, 27, no trecho que compreende o CPJ. A medida é por conta da reprodução simulada do acidente que provocou a morte de Andrei Ramos, 17 anos, em 28 de agosto deste ano. A simulação foi solicitada pelo Ministério Público (MP) e busca esclarecer as circunstâncias do atropelamento que acabou na morte do jovem.
Os trabalhos iniciaram por volta das 9h e são coordenados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) de Joaçaba, com o apoio do IGP de Campos Novos, a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal também participam dos trabalhos e dão suporte a perícia. O trânsito está sendo controlado a cada nova simulação, o que deve levar o dia todo. Nos momentos em que a reprodução acontece o tráfego é totalmente fechado, sendo liberado completamente a cada intervalo.
O perito Alexandre Tobolt, do IGP de Joaçaba, informou que a reconstituição busca apurar os motivos que levaram ao atropelamento das quatro vítimas, que estavam no acostamento da rodovia. “Estamos averiguando quais os motivos e o que aconteceu para que o condutor do veículo fosse em direção à Joaçaba, fizesse o retorno no meio da pista, onde havia faixa contínua, e retornasse para atingir os quatro jovens que estavam no acostamento, levando um deles à óbito”.
O advogado Bruno Luiz Martinazzo acompanha a simulação. Ele representam Luan Paiva, de 23 anos, preso em flagrante por atropelar e matar Andrei Ramos, na saída de uma festa que acontecia no Centro de Promoções Joaçaba (CPJ). O advogado preferiu não se manifestar ainda sobre os trabalhos.
No total, a perícia realizaria 6 simulações, ouvindo cada uma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público, mas o acusado do atropelamento se negou a participar dos trabalhos por orientação de seus advogados.
Denúncia já foi oferecida pelo MP
O MP já ofereceu denúncia contra Luan, que possivelmente será levado à júri popular. O MP entendeu que Luan deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e mais duas qualificadoras.
Relembre
Luan foi preso em casa, no bairro Santa Tereza. Ele dirigia um veículo Jetta com placas de São José do Rio Preto/SP, que avançou contra um grupo de quatro jovens do qual Andrei fazia parte. A DIC chegou até ele por porque um dos jovens do grupo atropelado viu o modelo do carro e reconheceu um dos ocupantes do veículo, que além do motorista, tinha outros dois jovens. O carro, que está com a lateral amassada, retrovisor e para-brisa quebrado foi recolhido.
Um dos rapazes que estava no veículo, de 18 anos, conversou com exclusividade com o Portal Éder Luiz. Ele relatou os instantes seguintes à saída da festa, onde houve uma discussão entre as vítimas e o autor, até o atropelamento.
“Foi na saída da formatura, houve uma discussão boba. Daí ate falei pra ele (motorista)-bobagem, não vale arrumar confusão, vamos embora-, saímos e aí uns mil metros para baixo do local ele resolveu voltar. Peguei o celular pra ligar pro meu pai, vir me buscar, quando já escutei o estouro e não vi mais nada”. Comentou o jovem. Ele contou ainda que falou para o autor parar e assumir o que tinha feito, mas, não adiantou. “Falei: Pare e assuma a responsabilidade do que você fez. Mas ele disse: vamos fugir, ninguém vai saber. Aí, eu ainda argumentei: não tem como não saberem, pensa no pai e na mãe dele ”. Relatou o jovem.
Na sequência, o motorista deixou os ocupantes do veículo em sua casa. Neste momento, o jovem que relatou como tudo ocorreu, pegou uma carona e foi embora. “Foi um motivo fútil, acabou com a vida do rapaz, com a dele e com as nossas que estávamos no carro. Não vou esquecer isso nunca mais”. Encerrou.
Luan Paiva foi preso em flagrante por homicídio qualificado e três tentativas de homicídio. Após ser ouvido na delegacia ele foi encaminhado ao presídio regional de Joaçaba, onde permanece preso.
Vídeo – Perito fala sobre os trabalhos da reprodução
Fonte: Portal Éder Luiz