Silvia Wilbert (à esquerda), fez parte de um seleto grupo de jovens empresários do Conselho Nacional de Jovens Empreendedores (Conaje) que participou do Seminário de Empreendedorismo |
A convite da Embaixada da China no Brasil, a advogada joaçabense fez parte de um seleto grupo de jovens empresários do Conselho Nacional de Jovens Empreendedores (Conaje) que participou do Seminário de Empreendedorismo para Jovens de Países Lusófonos ocorrido em Fuzhou, província de Fujian, sul da China. “Foi uma oportunidade fabulosa, cheia de novas experiências, aprendizado, networking e a possibilidade de trazer para o nosso país e região experiências empreendedoras e sustentáveis”, explicou.
O Seminário, realizado de 01 à 21 de setembro, possibilitou aos participantes uma nova visão sobre a cultura e economia chinesa através de palestras, visitas técnicas, rodadas de negócios com empresários e debates sobre temas como o panorama econômico da China, modelos e características da iniciação de novos negócios liderados por jovens empreendedores, nova estrutura de negócios locais em um contexto global e outros”.
China: abertura ao mercado mundial
Silvia reforça que um dos principais fatores que contribuiu para a mudança econômica da China foi a abertura ao mercado mundial, pontuando: “Depois da década de 70, paulatinamente, a China abriu sua economia. Em um primeiro momento, priorizou a importação e revenda de produtos estrangeiros. Passado esse estágio, as políticas voltaram-se para a fabricação interna dos produtos, utilizando como modelo os produtos que antes eram importados. Atualmente, a China inicia investimentos pesados em tecnologia, pesquisa e inovação de produtos e serviços, com objetivo de agregar valor e aumentar sua competitividade global. Esses fatores, entre outros, foram fundamentais para a mudança de postura chinesa perante a economia mundial”.
Dedicação ao trabalho
Em paralelo com essa nova visão global, o chinês possui uma dedicação intensa ao trabalho. “Na China, o sucesso de cada pessoa está, em primeiro lugar, no seu trabalho. Eles – chineses, entendem que é por meio dessa dedicação intensa ao trabalho que se torna possível construir o respeito, a família e a carreira. A conexão da população chinesa com o trabalho é, sem dúvida, diferente da maioria das nações”, explicou.
Cultura do empreendedorismo
“O chinês sabe que se não inovar e criar o seu próprio negócio poderá ficar sem rendimento no futuro. Essa situação, inclusive, é defendida pelo governo, que apoia e incentiva a criação de negócios próprios como forma de garantir a manutenção da estabilidade econômica do país ao longo das próximas décadas. Jovens empresas possuem isenção no pagamento de impostos por até dois anos consecutivos. Passado esse período, a alíquota tributária aumenta de forma gradativa até alcançar 25% sobre o lucro. Segundo informações repassadas no Seminário, em aproximadamente 10 anos, 1.2 bilhão de jovens estarão entrando no mercado de trabalho, mas só haverá 300 milhões de vagas disponíveis. Estimular a cultura empreendedora, portanto, não é uma opção, é uma necessidade premente”, disse.
Exemplos que podem ser colocados em prática
De acordo com Silvia Wilbert, um dos objetivos a partir de agora é o de colocar em prática no país algumas atitudes inovadoras e de empreendedorismo que existem na China através de ações específicas da Conaje. “São exemplos fantásticos que podem ser estimulados no nosso país por meio da força de vontade dos empresários, impulsionando a evolução de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de um ambiente empreendedor no Brasil. Acreditamos e lutamos por isso”, concluiu.
Algumas dicas para fazer negócios na China
– As relações pessoais são muito consideradas pelos chineses, um chá antes de iniciar qualquer tratativa é ritual comum em variadas situações.
– Recusar presentes pode comprometer negociações importantes, então, mesmo não querendo, aceite-os e depois verifique o destino que se dará.
– Chinês ganha na velocidade, são pouco burocráticos e esperam render dinheiro rapidamente.
– Em um país onde a escrita é ideográfica, ou seja, usa símbolos para representar palavras e conceitos, se o paradeiro não for a capital Pequim ou as principais cidades, onde o inglês é bem utilizado, não esqueça de contratar um bom intérprete.
Fonte: Ascom Acioc