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Palestra sobre acessibilidade foi realizada em Joaçaba

A necessidade de adequação de estabelecimentos comerciais e espaços públicos para que proporcionem acessibilidade já gerou muita discussão em Joaçaba, principalmente porque a emissão de novos alvarás só deve acontecer se a lei for cumprida. Porém, muitas são as dúvidas em torno do tema acessibilidade tanto por parte dos profissionais de áreas ligadas a construção civil como pela sociedade como um todo. Pensando nisso, na noite desta segunda-feira, 08, uma palestra, com o tema Acessibilidade: pensando uma cidade para todos – obrigações do poder público e da sociedade sobre tema foi promovida pelo SENAC , no salão do Clube Cruzeiro, em Joaçaba.
Ministrando a palestra estava o arquiteto urbanista e especialista em acessibilidade, Mário Cezar da Silveira. Ele que vai ministrar um workshop sobre o tema para profissionais de áreas ligadas a construção civil, tem como costume antes da capacitação, realizar gratuitamente a palestra. O objetivo foi demonstrar através de estatísticas, normas e principalmente exemplos, a necessidade de se aplicar a acessibilidade. Mário tem uma filha cadeirante e contou que até o nascimento dela jamais pensou em projetar focando na parcela da população que tem alguma dificuldade. “Tudo que eu projetava tinha escadas. Só quando vi que nem minha filha poderia usufruir daqueles espaços que eu idealizava é que comecei a mudar meus conceitos” explicou o palestrante que citou ainda outros exemplos vivenciados com a filha e que o fizeram a mudar a forma de pensar enquanto profissional e membro da sociedade.
“Precisamos quebrar paradigmas” afirmou o palestrante e foi se valendo dessa afirmação que ele supreendeu o público, ao iniciar a palestra demonstrando ser um cadeirante e em determnando momento abandonando a cadeira. “Tentar se por no lugar de quem pode vir a necessitar da adequação e não falo só de deficientes físicos, mas, da população em geral. Ninguém está livre de um acidente que deixe de muletas ou cadeira de rodas mesmo que temporariamente e todos nós vamos envelhecer e ter dificuldades de locomoção. Cabe ao profissional saber orientar e à população também compreender melhor essa realidade”. Comentou.
Quanto a situação vivenciada em Joaçaba, na qual a adequação é necessária, mas, ainda muitos entraves estão acontecendo, Mário comentou: “O empresário não pode ver como custo a adequação que vai precisar fazer e sim como investimento. Afinal ele agrega valor ao estabelecimento quando faz um banheiro adequado para cadeirante ou uma rampa de acesso, pois quem tem alguma deficiência passa a frequentar esse estabelecimento. Por outro lado, há ainda que se ter razoabilidade. Há que se pensar naquele que pode investir e adequar rapidamente como naquele que recém abriu um negócio e não tem tanto recurso. Mas isso, sem deixar de pensar em quem precisa de um espaço adequado. Creio que o município precisa ter uma lista do que essas modificações implicam e ir aos poucos, promovendo o diálogo” Comentou o especialista em acessibilidade.

Além da palestra, um workshop com o tema, nesta terça-feira, 09, e quarta-feira, 10, pretende expandir os conhecimentos dos engenheiros, arquitetos, fiscais de obra e ainda estudantes de áreas afins. “Tanto a palestra como o workshop surgiram de uma demanda. Já que profissionais nos procuraram em busca de conhecimento sobre as normas que norteiam a acessibilidade e é por isso que além dos que hoje já participam, já temos público para um novo evento do tipo nos dias 26, 27 e 28 de setembro”. Comentou Paulo Paulo Wienhage, diretor do SENAC Joaçaba.
Fonte: Portal Éder Luiz