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Suicídio: mais do que apenas comentar é preciso orientar

O suicídio, ou ainda, a tentativa para que ele ocorra, não é um tema novo na sociedade. Algumas vezes mascarado, em outras, presente nas rodas de conversa, principalmente quando algum caso se torna de conhecimento público, o fato é, que sim, estamos falando de um assunto delicado, mas, que precisa ser debatido, com foco na orientação. E é por isso, que o Portal Éder Luiz, abordara em duas reportagens um panorama de como esta situação tem sido tratada no município de Joaçaba, bem como, as formas de encontrar ajuda ao se deparar com algum indício desse problema.

De acordo com o Ministério da Saúde, o suicídio acarreta um impacto direto em, pelo menos, seis pessoas. Ainda de acordo com órgãos de Saúde, cerca de 95% de todas as pessoas que cometem suicídio, têm um transtorno mental diagnosticado, sendo que a depressão responde pela principal causa das ocorrências, seguida do transtorno de bipolaridade. Mas, há ainda, que se levar em consideração, outros fatores como: frustações, falta de estrutura famíliar, problemas cotidianos,e até mesmo uso de álcool e outras drogas, que podem levar a pessoa encarar a morte como única saída.

Para a psicóloga Luciane Frank, que atua na atenção básica em dois bairros de Joaçaba, o suicídio é um problema de saúde pública que precisa ser prevenido. “O suicídio é um assunto drástico e muito negado, porque trata-se justamente da morte, que é um tema no qual existe um grande tabú. As pessoas não sabem falar sobre e nem querem falar, achando que dessa forma afastam o problema. É claro que comentar só por comentar não vai ajudar, mas é preciso que o foco seja na orientação, indicando ajuda médica e psicológica, logo que se detecta algo diferente no comportamento, já que vários fatores podem contribuir para desencadear o adoecimento mental e posteriormente gerarem risco”. Explicou a psicóloga

No município de Joaçaba, segundo dados obtidos com o Centro de Assistência Psicossocial (CAPS), que trata de pessoas com transtornos mentais graves e também relacionados às substâncias psicoativas (álcool e drogas), nos últimos cinco meses, em média três pessoas por mês foram encaminhadas à unidade com ideação suicida, ou seja, pensaram ou tentaram tirar a própria vida.

MêsNovos pacientesCasos de ideação suicida
Janeiro235
Fevereiro261
Março242
Abril205
Maio202
*Fonte: Caps Evoluir Joaçaba
Ainda de acordo com o CAPS, quanto a idade, já foram atendidos casos de pacientes com idade entre 16, acima de 40 anos, idealizando o suicídio, o que indica que a faixa etária é bastante variada.

De acordo com a psicológa há uma variação, entre pensar em suicídio e expressá-lo na ação, sendo que muitas pessoas comentam sobre o desejo de interromper a vida e são mal interpretadas, enquanto que outras, nem se quer demostram tais indícios. Porém, todo comportamento que remeta à pensamentos negativos e que indiquem falta de vontade de viver, devem ser investigados.

“Familíares e pessoas que estão no convívio diário precisam prestar atenção umas nas outras. É claro que se a pessoa tomar a decisão em um impulso talvez não se tenha como evitar, mas, diante de variações de comportamento, de humor, isolamento, agressividade, tristeza contínua, que podem estar ligados ou não a problemas do cotidiano, como familia, trabalho, relacionamentos amorosos, entre outros, é fundamental oferecer ajuda, demonstrar à pessoa que ela não está sozinha e encaminhá-la para atendimento psicológico. Explicou a psicóloga Luciane Frank.

Hoje o município de Joaçaba conta, na própria atenção básica, com profissionais da área da psicologia para atender a demanda de saúde mental existente, oferecendo apoio para todos os públicos, incluindo crianças e adolescentes (nestes casos a família precisa participar das sessões), adultos e idosos. Além disso há ainda o Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) que também atua na tentativa de prevenir e ajudar as pessoas a encontrarem um novo rumo em suas vidas. E é isso que vamos trazer na reportagem de amanhã. Acompanhe!

Fonte: Redação Portal Éder Luiz