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Morador de Chapecó é monitorado com tornozeleira pela PF por suspeita de planejar ato terrorista

Por determinação da Justiça Federal, um empresário em Chapecó está usando uma tornozeleira eletrônica há uma semana, sendo monitorado pela Polícia Federal por suspeita de planejar ato terrorista.

Ibrahim Chaiboun Darwiche, que é dono de um restaurante na cidade, está proibido de deixar a cidade, de se aproximar de escolas e frequentar aeroportos ou cursos e atividades que envolvam artes marciais ou armas de fogo. As informações foram publicada pelo jornal Folha de S. Paulo em sua edição desta sexta-feira.

Empresário passou quase 3 meses na Síria, segundo PF

A publicação apurou que a Polícia Federal identificou atividades suspeitas do empresário. Primeiro ele teria gravado um vídeo na internet enaltecendo os ataques terroristas ao semanário Charlie Hebdo, da França. Durante as investigações, os policiais também encontraram na casa do suspeito um manual de cálculos de distância de alvo, ajustes e correções de alvo. Havia anotações de aulas de tiro sniper.

Segundo a Folha, ele teria informado à Polícia Federal que fez uma viagem à Istambul, na Turquia, em 2013, mas análise de telefonemas indicam que ele passou pelo menos 87 dias na Síria, em uma cidade dominada pelo Estado Islâmico, grupo ligado a atentados terroristas.

A reportagem do DC apurou que Ibrahim é estudante de Ciências Econômicas na Unochapecó. A assessoria de imprensa da universidade disse que não recebeu nenhuma notificação e que o aluno é regular. A reportagem tentou contato com o jovem. No restaurante foram encontrados dois funcionários que afirmaram que o dono não estava e não tinham contato dele.

Juíza do caso não se manifesta

Procurado pela reportagem do DC, o delegado-chefe da Polícia Federal de Chapecó, Fabrício Argenta, disse que não vai se pronunciar no momento sobre a investigação. A juíza substituta da 2ª Vara da Justiça Federal de Chapecó, Heloisa Menegotto Pozenato, que autorizou as medidas para monitorar Darwiche, disse ao DC que não pode se manifestar sobre o caso, pois está em segredo de justiça, mas confirmou as informações da Folha de S. Paulo.

Ela confirmou um trecho da decisão judicial que relata que, ¿levando em consideração o somatório de indícios, são indicações demais para serem ignoradas¿, justificou na sentença.

– É uma medida de precaução – comentou a juíza.

Segundo a juíza, a decisão é de 24 de maio e o suspeito está utilizando a tornozeleira desde sexta-feira passada, dia 27. As autoridades brasileiras estão preocupadas com possíveis atos terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

“Ele é uma pessoa normal”, diz o pai do suspeito

A reportagem do DC conversou com o pai de Ibrahim, Chaibounn Ibrahim Darwiche, que há pelo menos uma década mora em Chapecó, onde tem um serviço de inspeção que atua nos frigoríficos para certificar o abate “halal”, que é um abate segundo normas islâmicas. Confira a entrevista abaixo, feita por telefone.

Como a família está com essa situação?

Estamos procurando advogado. É pura mentira. Ele é um guri normal.

Podemos falar com ele?

Ele está em Francisco Beltrão, trabalhando.

Mas ele não está proibido de deixar a cidade?

É mentira que ele não pode sair da cidade.

O que ele está fazendo em Francisco Beltrão?

Ele tem restaurante lá.

A mãe dele falou que ele teria mudado o comportamento nos últimos tempos, confirma isso?

Claro que não, ele é uma pessoa normal.

Ele esteve viajando para a Síria?

Ele não foi para a Síria. É pura mentira. Ele esteve na Turquia.

O que ele foi fazer lá?

Fez curso de árabe e turco.

Podemos falar com ele, pode nos passar o contato?

Ele não está atendendo. Está indignado. É um milhão de ligações.

Fonte: Diário Catarinense