Delegado deu entrevista coletiva relatando o caso |
O autor do crime é o ex-namorado da professora, José Carlos Gonçalves de Oliveira, 59 anos, que não aceitava o fim do relacionamento e foi preso em Brasília. No momento, José Carlos está preso em Brasília, a disposição do juízo de Caçador. "Não tínhamos como trazer ele para cá por que estávamos com um carro descaracterizado e não tinha logística para uma viagem de mais de 20 horas", relata Mattos.
No dia 18 de maio, a Polícia já estava com o mandado de prisão contra José Carlos. A Polícia Civil acabou não divulgando os fatos anteriormente para não interferir nas investigações, ou possibilitar uma fuga do autor do crime para outro país. José Carlos será indiciado homicídio duplamente qualificado, premeditação do crime e Feminicídio. As investigações A Polícia Civil de Caçador iniciou as investigações logo após familiares registrarem um boletim de ocorrência de seu desaparecimento. No dia 18 de maio, a Polícia já estava com o mandado de prisão contra José Carlos, porém era uma prisão temporária, e se fosse cumprida o investigado seria solto em poucos dias.
Ainda de acordo com a Polícia, o autor do crime percorreu 8,6 mil quilômetros no país em menos de 36 horas. "Ele viajou de Brasília, à Maceió, à Natal, a Porto Alegre e posteriormente retornou a Brasília, acreditamos que ele tinha planos de fugir do país", comenta Eduardo. A Polícia solicitou também que o mandado de José Carlos fosse cadastrado no sistema de impedidos e procurados da Polícia Federal e que fosse submetido o alerta vermelho para a Interpol, evitando que ele ultrapasse as fronteiras, pelo menos de avião. A Polícia Civil localizou e apreendeu o carro onde José Carlos teria cometido o crime, um Ford Ka+ Sedan que foi locado no município de Caçador. A perícia já identificou sinais de sangue humano e cabelos semelhantes à da vítima. O material está sendo analisado e em breve sairá o resultado.
O carro no estacionamento Eduardo Mattos fala também sobre o momento em que os dois se encontraram no estacionamento do supermercado. "Nós identificamos que ele teria repassado uma mensagem para ela solicitando que os dois se encontrassem, porém a mesma foi ignorada pela vítima. No dia, verificamos que ao sair da escola, Vanderleia se deslocou até o supermercado e foi seguida por um veículo que provavelmente era o que ele estava utilizando".
A prova inicial O que culminou com a representação pela prisão preventiva foi o relato de duas testemunhas que viram um homem agredindo uma mulher dentro de um Corsa prata dentro do estacionamento. "As testemunhas relataram que não conseguiram identificar os rostos, porém viram que a mulher estava de calça jeans e bota marrom, eles viram as pernas por que a mulher chacoalhava a perna tentando sair do veículo".
O relacionamento O delegado relatou também o relacionamento que os dois tiveram. "Quando nós começamos a ouvir as testemunhas, percebemos que os dois tiveram um relacionamento conturbado, com algumas trocas de ameaças, porém o que nos chamou a atenção é que ele não tinha nenhum boletim de ocorrência registrado contra ele", relata. Local do crime O corpo foi encontrado pouco antes do posto da Polícia Rodoviária Estadual de Calmon. "Nós acreditamos que ela tenha tentado de alguma forma chamar a atenção para algo de errado e ele acabou desferindo alguns golpes de faca contra ela e deixando o corpo em uma estrada vicinal".
O delegado Fabiano Locatelli que foi até o local onde o corpo estava, a vítima não apresentava sinais de agressão. "Havia várias lesões de arma branca no pescoço e abdômen, e alguns disparos de arma de fogo, no local encontramos também uma cápsula e um projétil calibre 32", relata Locatelli.
A polícia acredita que o crime foi premeditado, pois o investigado foi até Caçador armado com revólver e canivete e foi ele quem procurou a vítima, conforme mostram as conversas no celular. A prisão De acordo com o delegado Eduardo Mattos, a prisão foi deflagrada quando ele retornou para Brasília. "Quando ele retornou montamos uma equipe de três policiais aqui em Caçador e fomos até lá.
Foram 30 horas de viagem à carro, chegamos terça-feira à noite e ficamos dois dias monitorando a casa dele de dia, noite e madrugada. Na quarta-feira, por volta das 10 horas da manhã, deflagramos a operação e prendemos o suspeito", pondera Mattos. Na casa do acusado, a polícia localizou no carro dele um rolo de fita Silvertap, possivelmente a mesma utilizada para amarrar Vanderleia no carro.
A confissão Segundo o delegado, no momento da prisão ele negou a autoria do crime, porém perante o advogado ele acabou confessando e se mostrou arrependido. "Ele falou que pegou ela no mercado, acabaram discutindo e ele estava rumando para Brasília, possivelmente contra a vontade dela, ele relatou que deu algumas facadas no abdômen dela e depois desferiu tiros nela, que não sabe nem se acertou, o revólver segundo ele foi jogado em um rio no estado de Minas Gerais".
O corpo de Vanderleia foi velado e cremado, nesta quinta-feira, 26, no Memorial São Pedro, em Caçador.
Acusado de matar a professora Vanderleia viajou 8.600 km fugindo da polícia |
Professora Vanderleia Birnfeld de 42 anos |
Fonte/Autor: Radio Caçanjurê