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Praticamente um em cada cinco catarinenses tem contas em atraso, aponta pesquisa

A maioria dos catarinenses está endividada e praticamente um em cada cinco moradores do Estado tem contas em atraso. O grande vilão da economia doméstica é o cartão de crédito, que impõe as maiores taxas de juros e concentra metade das dívidas.

Os dados são parte da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de Santa Catarina, divulgados nesta terça-feira durante o evento Encontro de Ideias, realizado pela ADVB/SC e Fecomércio SC. A apuração teve início em 2013 com informações de Florianópolis, Joinville, Itajaí, Blumenau e Chapecó.

São considerados endividados os consumidores que mantêm contas parceladas, enquanto entram na lista de inadimplentes aqueles que não conseguem honrar o pagamento até o primeiro dia útil após a data prevista para o débito.

Os índices mais recentes da pesquisa ainda revelam que o tempo médio de inadimplência em Santa Catarina é de cerca de dois meses - o patamar pode causar surpresa, mas só é considerado preocupante a partir do terceiro mês.

O tempo médio das dívidas, que atualmente alcança 8,8 meses, indica que os consumidores catarinenses têm buscado renegociar suas dívidas, ampliando os prazos de pagamento para que as parcelas caibam no bolso. Preocupação à parte apurada pela pesquisa vem do comprometimento da renda: cerca de 30% dos ganhos dos catarinenses é destinado apenas ao pagamento de dívidas.

-Isto preocupa porque as taxas de juros são altas e grande parte da renda não vai para dinamizar o consumo ou os investimentos, vai apenas para pagamento de juros - alerta Luciano Córdova, economista da Fecomércio.

Por outro lado, a pesquisa mostra que a renda média no Estado é de quase R$ 2 mil, acima da média brasileira, e a taxa de desemprego é de 4,2% também abaixo da média.

- Tudo leva a crer que Santa Catarina vai se recuperar antes do que o restante do Brasil. Enquanto nos outros Estados a retomada do consumo depende da queda do desemprego, da retomada da renda e da queda dos juros para retomar o crédito, aqui a gente só precisa da retomada do crédito. É mais fácil criar estímulos e fazer o Estado se desenvolver - analisa o economista.

Fonte: Diário Catarinense