Todo o esforço do governo em ampliar sua base de apoio na Câmara parece não estar dando resultado. Deputados de mais dois partidos, o PP e o PRB, anunciaram a intenção de votar a favor do impeachment da presidente, um duro golpe na contabilidade dos aliados de Dilma.
Mas o que levou o Partido Progressista, o PP, a desembarcar do governo Dilma às vésperas do impeachment?
O fato é que a base aliada no Congresso começa a dar sinais de mudança de posição. É o caso do PSD, do ministro das Cidades Gilberto Kassab, do PR, que comanda o ministério dos Transportes, do PRB e de um ex-parceiro tradicional dos petistas, o PSB, agora alinhado com a oposição.
Para fechar o quadro de surpresas, pelas contas do governo, o Partido Progressista, que tem 47 deputados, celebrou a opção pró-impeachment, desautorizando o movimento contrário feito pela cúpula.
Sobre o Ministério da Integração Nacional, que o partido ocupa, a ordem é devolver o cargo para a presidente Dilma e votar contra ela na Câmara.
Entre os deputados, se o governo conseguir 172 votos contra o impeachment, ganha o jogo. Nesta conta entram as abstenções e faltas. Já quem defende o impeachment tem que obter, no mínimo, dois terços de votos na Câmara, 342 a favor.
Se o governo perde a votação, o processo é admitido e vai ao Senado Federal para outro juízo de admissibilidade e julgamento.
Diferentes lideranças no Senado têm dito ao governo que se a aceitação do impeachment passar na Câmara, os senadores não teriam como barrar o início do processo, ou seja, admitido pelo Senado, a presidente seria afastada provisoriamente das funções, assumindo aí o vice Michel Temer até a conclusão do julgamento.