Os fabricantes de refrigerantes e sucos artificiais do país anunciaram que vão parar de fazer publicidade direcionada para crianças. A medida foi anunciada pela Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir), que possui 51 empresas associadas.
A mudança é uma pauta antiga da indústria e segue uma tendência mundial da área. Conforme o diretor-presidente da Abir, Alexandre Kruel Jobim, a discussão sobre o tema foi acelerada no segundo semestre de 2015, e as empresas decidiram aprovar a autorregulamentação no início deste ano.
O entendimento da associação é de que cabe aos pais decidirem quais produtos os filhos vão consumir, e não às crianças. Por isso, a ideia é não atingir o público infantil (menores de 12 anos) com as peças publicitárias, em qualquer tipo de mídia.
- É uma decisão ampla, que abrange inclusive o uso de personagens e celebridades desse meio - completa Jobim.
Além disso, também não devem ser veiculados comerciais de refrigerantes ou sucos artificiais em programas cuja audiência seja formada por pelo menos 35% de crianças.
Garrafas pequenas, feitas para o consumo das crianças, ainda poderão ser fabricadas, mas a publicidade terá de ser direcionada aos adultos. Já as promoções que dão brinquedos de brinde terão de ser revistas. Marcas que tenha logotipo com conotação infantil, como bichinhos, não serão obrigadas a mudar sua imagem visual, mas terão de usá-la com moderação.
- Não pode explorar demasiadamente a marca, porque aí está fazendo algo infantil. Esse é o detalhe que está dando um pouco de trabalho nesse fechamento de texto - comentou o diretor-presidente.
A associação também não definiu como fará a fiscalização da medida. São estudadas as possibilidades da própria entidade realizar o trabalho ou da contratação de uma empresa terceirizada.
Nutricionistas são favoráveis à decisão
Presidente da Federação Nacional dos Nutricionistas, que reúne os sindicatos da categoria, Fátima Fuhro afirma que as crianças precisam ser habituadas à alimentação saudável ainda na primeira infância, com a menor quantidade de alimentos industrializados possível (entre eles os refrigerantes e sucos artificiais). Isso porque esses alimentos têm grande quantidade de açúcar e aditivos químicos, como conservantes e sabores artificiais, explica Fátima.
_ As mídias têm uma grande influência na vida das pessoas. Quando não existe um estímulo por parte da publicidade para que a criança consuma esses alimentos, isso é muito bom _ afirma a nutricionista.
A opinião é compartilhada pela presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio Grande do Sul, Luciana Meneghetti. A nutricionista afirma que, como as crianças têm um grande poder de influência sobre os pais na hora da compra dos produtos, evitar a publicidade dirigida a elas é benéfico:
- A propaganda desperta o desejo da criança em experimentar o produto, principalmente quando é associado a um super-herói ou a um personagem que ela goste.
ONG quer que outras indústrias sigam o exemplo
Coordenadora do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, Isabella Henriques comemora a decisão da Abir e espera que outras indústrias sigam o mesmo exemplo.
- Toda a publicidade que fala com a criança deveria ser proibida, por ser abusiva. Por se aproveitar da vulnerabilidade de um ser que está em desenvolvimento psíquico e emocional, que não tem como se defender das mensagens publicitárias que recebe - afirma.
A organização cobra do Congresso uma regulamentação mais rigorosa na questão da publicidade infantil. Atualmente, o Código Brasileiro do Consumidor apenas proíbe a "propaganda abusiva", que "se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança".
Fonte: Rádio Videira AM
A mudança é uma pauta antiga da indústria e segue uma tendência mundial da área. Conforme o diretor-presidente da Abir, Alexandre Kruel Jobim, a discussão sobre o tema foi acelerada no segundo semestre de 2015, e as empresas decidiram aprovar a autorregulamentação no início deste ano.
O entendimento da associação é de que cabe aos pais decidirem quais produtos os filhos vão consumir, e não às crianças. Por isso, a ideia é não atingir o público infantil (menores de 12 anos) com as peças publicitárias, em qualquer tipo de mídia.
- É uma decisão ampla, que abrange inclusive o uso de personagens e celebridades desse meio - completa Jobim.
Além disso, também não devem ser veiculados comerciais de refrigerantes ou sucos artificiais em programas cuja audiência seja formada por pelo menos 35% de crianças.
Garrafas pequenas, feitas para o consumo das crianças, ainda poderão ser fabricadas, mas a publicidade terá de ser direcionada aos adultos. Já as promoções que dão brinquedos de brinde terão de ser revistas. Marcas que tenha logotipo com conotação infantil, como bichinhos, não serão obrigadas a mudar sua imagem visual, mas terão de usá-la com moderação.
- Não pode explorar demasiadamente a marca, porque aí está fazendo algo infantil. Esse é o detalhe que está dando um pouco de trabalho nesse fechamento de texto - comentou o diretor-presidente.
A associação também não definiu como fará a fiscalização da medida. São estudadas as possibilidades da própria entidade realizar o trabalho ou da contratação de uma empresa terceirizada.
Nutricionistas são favoráveis à decisão
Presidente da Federação Nacional dos Nutricionistas, que reúne os sindicatos da categoria, Fátima Fuhro afirma que as crianças precisam ser habituadas à alimentação saudável ainda na primeira infância, com a menor quantidade de alimentos industrializados possível (entre eles os refrigerantes e sucos artificiais). Isso porque esses alimentos têm grande quantidade de açúcar e aditivos químicos, como conservantes e sabores artificiais, explica Fátima.
_ As mídias têm uma grande influência na vida das pessoas. Quando não existe um estímulo por parte da publicidade para que a criança consuma esses alimentos, isso é muito bom _ afirma a nutricionista.
A opinião é compartilhada pela presidente do Conselho Regional de Nutricionistas do Rio Grande do Sul, Luciana Meneghetti. A nutricionista afirma que, como as crianças têm um grande poder de influência sobre os pais na hora da compra dos produtos, evitar a publicidade dirigida a elas é benéfico:
- A propaganda desperta o desejo da criança em experimentar o produto, principalmente quando é associado a um super-herói ou a um personagem que ela goste.
ONG quer que outras indústrias sigam o exemplo
Coordenadora do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, Isabella Henriques comemora a decisão da Abir e espera que outras indústrias sigam o mesmo exemplo.
- Toda a publicidade que fala com a criança deveria ser proibida, por ser abusiva. Por se aproveitar da vulnerabilidade de um ser que está em desenvolvimento psíquico e emocional, que não tem como se defender das mensagens publicitárias que recebe - afirma.
A organização cobra do Congresso uma regulamentação mais rigorosa na questão da publicidade infantil. Atualmente, o Código Brasileiro do Consumidor apenas proíbe a "propaganda abusiva", que "se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança".
Fonte: Rádio Videira AM