Depois de 10 dias a Polícia concluiu o inquérito envolvendo a prisão do empresário Fabiano Piovesan, dono da empresa Gasoxi de Joaçaba. Fabiano está sendo indiciado pelo Artigo 273 do Código Penal, falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais com os agravantes do inciso I: sem registro quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente. II: sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização e IV: de procedência ignorada. O empresário permanece preso.
De acordo com Daniel Régis, delegado Regional, quatro pessoas foram investigadas durante a operação, sendo que foi reconhecida culpabilidade apenas do empresário Fabiano “ o crime é hediondo, a pena é entre 10 a 15 anos. Além de toda a investigação, ouvimos dois médicos, um intensivista, que trabalha numa UTI, e um pneumologista. Ambos foram categóricos ao afirmar que as condições em que o oxigênio era envasado e comercializado pela empresa poderiam agravar o quadro e até mesmo levar a óbito algum paciente”. Afirmou o delegado.
Nas investigações a polícia identificou que a empresa não tinha licença para envasar e nem transportar o oxigênio e que fazia isso há pelo menos cinco anos. Os cilindros com gás medicinal eram vendidos para hospitais, secretarias de saúde e bombeiros, que compravam acreditando na procedência do produto. “Enquanto um cilindro de 1m³ (um metro cúbico) de oxigênio era vendido por outras empresas com valor entre R$ 120,00 e R$ 135,00, A empresa de Fabiano o fazia por 20% menos. As vendas eram feitas através do sistema de disputa de preço e como as compras ficavam abaixo de valores que exigem licitação era mais complicado identificar irregularidades”. Explicou o delegado.
O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Joaçaba, realizou várias análises que também compõe o inquérito. De acordo com o perito e doutor em química João Barneche, gerente regional do IGP, o local, bem como da procedência e condições do material utilizado, demostram uma situação totalmente irregular. “Cilindros cinzas que são de outro tipo de gás eram pintados na cor verde com tinta óleo para o envase do oxigênio. As válvulas utilizadas para fechar estavam oxidadas representando risco de contaminação e proliferação de bactérias. Não foi possível ainda apurar a procedência do oxigênio, sem contar, que no local onde estava armazenado e era envasado, haviam animais, ração, e até mesmo pulverizador e embalagens de pesticidas” Comentou o perito.
No vídeo, o coordenador do IGP e doutor em química fala das irregularidades.
Na galeria outras fotos que mostram as irregularidades encontradas pela investigação.
Fonte: Redação Portal Éder Luiz.