Oxigênio medicinal que estava sendo comercializado pela empresa GASOXI de Joaçaba poderia levar pacientes debilitados à morte. A constatação é da Polícia Civil através de laudos e depoimentos de pelo menos dois médicos. O Delegado Regional de Polícia, Daniel Régis, reuniu a imprensa na manhã desta segunda-feira (29) para falar a respeito da conclusão da investigação. A empresa, localizada na cidade alta, foi alvo de uma mega-operação neste mês de fevereiro. Os cilindros apreendidos, e outros materiais, foram periciados pelo Instituto Geral de Perícias (IGP).
De acordo com o delegado Daniel Régis o oxigênio medicinal não estava apto para comercialização em razão da alteração do valor terapêutico. Mesmo sem autorização e normas exigidas pela Vigilância Sanitária, a empresa fazia de forma indevida o envasamento do oxigênio em Joaçaba. “O pai dele que tem empresa nos fundos admitiu que ele envazou pelo menos 20 cilindros a pedido do filho, uma prática que era proibida” explicou o delegado. Dois médicos, sendo um pneumologista e outro especialista em UTIs, foram ouvidos e atestaram que este tipo de produto poderia levar pacientes debilitados à morte. Os cilindros eram comercializados em estabelecimentos de saúde e também junto as unidades do Corpo de Bombeiros. A Polícia não sabe precisar quantas empresas compravam da empresa de Joaçaba. Acredita-se que há 5 anos a conduta hedionda estava sendo adotada na região Meio-Oeste.
As investigações duraram 10 dias e o inquérito será encaminhado ainda nesta segunda-feira ao Fórum de Joaçaba. O Ministério Público terá prazo de 5 dias para oferecer ou não denúncia a partir das informações que constam no inquérito. O empresário, que encontra-se preso, vai responder por crime previsto no artigo 273 do Código Penal. ( Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais). “Me parece que este sujeito não tinha preocupação com esse risco que ele estava gerando” destacou o delegado. O crime é considerado hediondo, um tipo de crime que merece maior reprovação por parte do Estado. A pena poderá chegar a 15 anos.
Por Marcelo Santos
Fonte: Rádio Catarinense